Este rectângulo não é um país, nem uma nação, nem sequer um reino… é uma espécie de terra de todos.
Nomeadamente daqueles que podem inserir a mão num pote de mel. De certeza que vêm repletos do doce néctar. Assim se passa neste pedaço de terra à beira-mar plantado onde quem pode manda e quem não pode aguenta.
Com a pandemia o escrutínio sobre as figuras públicas, sejam elas políticas ou meras gestoras, é cada vez maior. Depois os jornais, telejornais e outras plataformas andam tão atentas que não se pode dar um traque… pois toda a gente escutará!
Mas faz sentido! Não se pode pedir a um povo para se confinar e depois cada um aproveitar do seu lugar para retirar dividendos.
Vêm aí os alemães, médicos e enfermeiros. Mas seria bom que os avisassem de que estamos num país mui diferente da Alemanha, onde a nossa desorganização é muito organizada! De outra forma os técnicos de saúde importados irão arriscar-se a ter muitos problemas logísticos para os quais nunca estudaram. Nem se prepararam!
Ando sinceramente preocupado com este país. Não é bem bem com o país verdadeiramente dito, mas mais com o seu povo.
Um destes dias isto estoira e depois não há ninguém que segure esta gente.
Fazendo uma pequena resenha:
Na Alemanha condenaram um corruptor, em Portugal não há corrompidos no caso dos submarinos;
Os Bancos da nossa tristeza (BPP, BPN, BES, BANIF) cairam com estrondo;
Incêndios no centro do país em 2017 e no Algarve em 2018 deixaram rasto de destruição e morte;
Derrocada de uma estrada entre pedreiras no Alentejo matou 5 pessoas;
José Sócrates, Ricardo Salgado, Duarte Lima continuam em liberdade;
Diversos deputados fazem-se passar por outros na Assembleia da República;
Um vereador do BE entrou no negócio imobiliário;
O genro de um lider partidário recebe principescamente para mudar meia dúzia de lâmpadas de rua;
A CGD fia e confia nuns clientes pouco sérios;
Os enfermeiro gritam por melhores ordenados e os doentes à espera;
Os professoras querem os 9 anos a quem têm direito;
As mulheres morrem às mãos de energúmenos, vítimas de violência doméstica e a culpa é da Bíblia.
Enquanto tudo isto se passou (e passa!) impunemente neste rectângulo e antes que alguém se revolte eis que nasce o programa da Cristina Ferreira, telefona-lhe o Marcelo e a malta fica entretida.
Coitada da apresentadora que até nem tem culpa nenhuma neste cartório e leva sempre por tabela.
Tenho a ideia de que os nossos publicitários têm fantásticas ideias. Do melhor que há por esse mundo fora.
De tal forma que há uns anos havia um programa televisivo que falava dos melhores slogans publicitários a nivel Mundial e surgiram sempre muitos portugueses.
Tudo isto para dizer o quê?
Compreendo que uma empresa, perante a concorrência, utilize de todos os métodos legais para tentar suplantar os seus adversários. Mas entre o demonstração das ideias e a prática vai uma distância demasiado considerável.
Custa-me, por isso, que uma operadora de televisão por cabo apresente um slogan onde diz chegar a não sei quantos portugueses mas não consiga reparar as antenas emissoras após os incêndios do centro do país.
Pior... é que continua a cobrar por um serviço que não disponibiliza.
Obviamente que a empresa não terá tido culpa nos incêndios... mas os utentes também não tiveram.
O negócio tem sempre um risco... O fogo é um deles.
Portanto, é tempo dos responsáveis da operadora perceberam que o país não são só cidades... há também (muitas) aldeias.
Pensava eu que era só o Governo que andava desorientado… Sendo o Ministro Miguel Relvas um exemplo bem “ouvisto”.
Só que (in)felizmente não é o único em Portugal.
António José Seguro mal se segura na liderança do PS, agora que deu à Costa um adversário à altura. O Partido Socialista vive assim momentos de algum desconforto interno, com a contagem de espingardas para o próximo congresso. O país necessita de uma oposição forte e democrática. E que agora não tem… (Será que alguma vez a teve?)
Outro desencontro de palavras foi o discurso do dirigente da CGTP, Arménio Carlos, que na manifestação dos professores, no passado fim-de-semana, referiu-se ao representante do FMI de uma forma menos correcta. E sendo quem é, não podia nem devia fazê-lo. E o pior de tudo é que aquele dirigente sindical não teve a modéstia que assumir o erro. Imagine-se alguém do governo a fazer referência menos própria a Fidel Castro?