Como já escrevi em postais anteriores há muito que perdi o hábito de ver televisão. Apenas o futebol e só mesmo quando joga o meu Sporting é que me obrigo a ligar o pequeno ecrán. Fora isto...
Só que hoje estou na aldeia em casa dos meus pais. Aqui a liberdade é diferente já que tendo em consideração a idade dos meus antecessores a televisão é a distração deles. Aparelhos na sala e na cozinha e ambos os velhotes surdos faz com que o som de lá se sobreponha à voz dos presentes.
O curioso é que tendo eles assinatura com uma distribuidora de dezenas de canais que normalmente ninguém vê, a verdade é que continuam fiéis ao... Canal 1 da RTP.
No entanto nestes dias que estou com eles e em que as televisões estão permanentemente ligadas apercebo-me que o canal público de televisão da actualidade difere muito pouco daquele que eu via há uns anos!
Os mesmos concursos com os mesmos apresentadores, a mesma histeria de alguns pivots de telejornal, o mesmo tipo de programas sem interesse e sem qualidade. Portanto e resumindo de Chelas nada de novo!
Talvez por tudo isto e obviamente muito mais deixei de ver televisão!
Como diria o malogrado Artur Albarran: a tragédia, o horror!
O actual Presidente da Assembleia da República, Doutor Augusto Santos Silva, falou numa entrevista o que não deveria ter falado, mesmo que o pensasse!
Como diz aquela imperial máxima "à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer!" também Augusto Santos Silva deveria cuidar-se muito com o que diz, já que não é a primeira vez que fala coisas a despropósito, olvidando o seu lugar no Estado!
Sinceramente nunca gostei desta figura, que sempre me pareceu ser o braço armado de José Sócrates. Talvez por isso me tenha admirado que Augusto Santos Silva assumisse a Presidência da Assembleia da República.
Se juntarmos as estas declarações tudo o que se tem passado recentemente no (ainda) governo do PS diria que esta mistura poderá ser demasiado explosiva para um partido desnorteado.
Mais... aquele artigo de opinião do antigo PM do PS num jornal diário, não creio que terá caído bem no Largo do Rato!
Portanto ao Senhor Predidente da Assembleia da República só apetece perguntar como o Rei Juan Carlos de Espanha fez a Hugo Chevez:
Devido ao Web Summit que iniciou hoje lembrei-me que a tecnologia é cada vez mais importante, mas acredito que jamais conseguirá substituir o ser humano.
As milhentas plataformas que hoje existem para tudo e mais um par de botas ainda não conseguem fazer a totalidade do que o homem precisa.
E por mais inovadores que sejam os equipamentos e plataformas ainda estarão muuuuuuuuuuuuuito longe da enormíssima capacidade intectual do ser humano. Até porque se a base de toda a inovação é um sistema binário (entre 0 e 1) dificilmente uma máquina terá, por exemplo, sentimentos... que são tudos menos binários!
E quem diz sentimentos diz emoções, sensações e demais funções (a rima é propositada)! Não estou a ver uma máquina a operacionalizar coisas que só o homem tem consciência do que é para fazer.
Sei que com acesso a um pequeno telemóvel posso, hoje, movimentar milhões, comprar e vender uma casa, um barco ou simplesmente encomendar uma pizza! Tão simples!
No entant,o por muito que se queira entregar nas mãos de equipamentos electrónicos a responsabilidade de actividades que cabe apenas ao homem, tenho a certeza que um destes dias alguém irá parar e simplesmente dizer:
- Chegámos à fronteira... a partir daqui a máquina não é necessária!
Estive a escutar com atenção a comunicação desta noite ao país, do nosso Primeiro Ministro demissionário, Doutor António Costa.
De tudo o que disse, das desculpas que apresentou, dos apelos que fez fiquei com a sensação que o mais importante ficou por dizer!
Sinceramente não percebi a razão deste comunicado, até porque o mal está feito, a demissão aceite, as eleições marcadas e o resto... logo se verá!
Agora aquela ideia que tentou passar de que os investidores não devem ter receio de investir em Portugal parece uma desculpa meio esfarrapada ou só "para inglês ver"!
Até porque qualquer estramgeiro que queira investir neste rectângulo tonto e desorganizado sabe de antemão com o que conta em termos de legislação, morosidade de processos e demais burocracias.
Porque considero isto tão estranho é que eu peço, encarecidamente, que me expliquem, devagar de preferência, o porquê deste discurso.
O meu avô que era sábio é que tinha razão quando dizia: mais vale o que fica por dizer que aquilo que se diz!
Em Portugal a corrupção é assim como o nosso Vinho do Porto: pode-se não beber, mas está ali sempre à mão para uma eventualidade.
Ouso mesmo acrescentar que quase todos os portugueses já deitaram mão dessa garrafa, seja por necessidade premente ou por mero ensejo de chegar mais longe.
Não falo obviamente daquela grande corrupção que envolve políticos, empresários e demais DDD, mas somente daquele favorzito que se pede ao senhor presidente da Junta prometendo votar nele nas próximas elelições ou um simples pedido de emprego como servente lá na empresa por troca daquele presunto e da garrafa de vinho especial!
Começa-se sempre por baixo, onde a corrupção quase nem se nota, ou se se nota ninguém liga, porque "hoje és tu, amanhã serei eu"! Mas a coisa tende a crescer... em pesos e envolvidos. Da Junta de Freguesia passa ao Presidente da Câmara e deste a um adjunto de alguém conhecido. E a partir daqui... será sempre a escalar!
A corrupção vive tatuada na génese lusa... E há-de ficar para sempre! Porque está intimamente ligada àquela filosofia "tão nossa" do desenrascanço, que assenta na conhecida ideia: não importa como se resolve a situação... o que conta é que fique solucionada!
Portanto não vale a pena preocuparmo-nos com o que irá acontecer daqui para a frente em termos políticos, porque saindo estes, logo entram outros com a mesma filosofia!
Liturgicamente amanhã é que se comemora o "dia dos fiéis defuntos". Todavia e tendo em conta que hoje é feriado Nacional a igreja católica aceitou que hoje se vistassem os cemitérios honrado os que já partiram para "outras paragens"!
Hoje fui à missa e participei no cortejo até ao cemitério onde se encontra sepultado em jazigo de família o meu sogro. Algumas dezenas de pessoas (tenho vindo a constatar cada vez menos gente nestas celebrações!!!) caminharam devagar num desfile lento e compassado ao som de uma Avé Maria rezada pela padre e acompanhada pelos fiéis.
Já no cemitério cada um dispersou-se para as centenas de campas, honrando os seus parentes e amigos desaparecidos.
Fiquei de lado a olhar aquele mar de gente, quase todos de negro vestido, e perguntei-me como terá sido a relação daquelas pessoas com os agora defuntos. Ter-lhes-ão oferecido flores como fizeram agora? Terão acarinhado, amado e ajudado enquanto seres vivos necessitados de carinho e provavelmente apoio? Ou terão fugido às responsabilidades?
Detesto hipocrisias! E nestes dias paira sobre toda esta gente uma dúvida perene. Na verdade eu também lá estava, todavia posso confidenciar que tratei do meu sogro até ao fim com o carinho, respeito e ternura que ele sempre teve para comigo.
E sempre que venho à Beira Baixa passo pela sua derradeira casa para o homenagear! Não o faço somente no dia 1 de Novembro, longe disso!
Parece que o nosso país volta a estar em euforia pois foi um dos escolhidos para organizar o Mundial de Futebol em 2030.
Por este lado a minha alegria equivale a... zero!
Com tantas vidas estragadas por causa dos aumentos das taxas de juro (notem a quantidade de casas que há agora à venda!), com a questão da contagem de tempo dos professores que originaria um maior gasto do orçamento e a consequente abertura de um precedente para que outras classes viessem também reclamar, com Serviços de Urgência a fechar por falta de médicos que não querem fazer horas extraordinárias, repito com tantos problemas e vamos gastar mais uns milhões com a Organização de um Mundial.
Gostaria de saber quanto é que a FPF pensa despender com o futuro evento. Mais... quanto irá sair dos cofres do Estado e consequentemente de todos nós?
O mesmo Estado que para uns é um "mãos-largas" e para outros são só cativações!
Contudo enquanto existirem portugueses a alinhar nestes "futebóis" está-se bem! Mas depois quem se trama são sempre os mesmos!
Como todas as armas é necessário saber usar o humor. Com assertividade, mas também com cuidado. Porque o humorista é responsável pelo que diz, não por aquilo que o outro pensa.
Vem esta abertura entroncar na polémica criada à volta de um conhecido humorista de televisão e ao que parece envolvendo o actual Presidente da República.
Confesso que não soube o que aconteceu até vir a lume esta demanda. Assim peguei no computador e foi tentando perceber todo o problema (mais ou menos) até porque como não vejo televisão ficará sempre o contexto para... dar mais cor!
Vi então com atenção o video do senhor Presidente no Canadá a cuidar dos seus súbditos fora de portas (poderia ser muito bem evitado aquele dichote) e a parte do humorista ao brincar com a situação.
Em termos meramente artísticos o video do humorista tem a sua piada. Todavia percebo que poderá ter ultrapassado aquela linha ténue da ofensa.
E é nesta linha invisível que tudo afinal balança.
Há uma máxima popular que diz: quem não quer ser lobo não lhe vista a pele! O que equivale dizer que, como escrevi acima, somos sempre responsáveis por aquilo que dizemos e muito mais deveria ser o senhor Presidente da República. Ainda por cima num país estrangeiro.
Sabemos como o Professor Marcelo é espontâneo e emotivo. E isso leva-o a dizer, muitas vezes, o que não deveria, mesmo que seja o que realmente pensa.
É verdade que este será o seu último mandato, mas seria seriamente importante que o actual PR saísse da cena política pela porta grande.
Estamos a um par de anos das eleições presidênciais e já há nomes (quase) certos.
Fala-se de Santos Silva ou Guterres por parte do PS, enquanto temos já perfilado Marques Mendes do lado do centro direita. Haverá obviamente outros de menor relevância como Santana Lopes ou Passos Coelho. Diria que este último estará muito longe de Belém até porque o povo ainda não esqueceu os anos de tróica... Mesmo que muitos analistas, alguns insuspeitos, assumam que Passos Coelho foi um homem de coragem, todavia repito o povo não esquece! Quanto a Santana Lopes creio ser apenas uma vontade antiga mas irrealizável!
Portanto de todos os que já li como protocandidatos o Dr. Marques Mendes será aquele que já está a fazer campanha.
Mais um político que aproveitou o tempo que a televisão lhe concedeu como comentador para entrar em casa de muitos espectadores.
No que concerne a presidênciais o PS tem dado alguns tiros no próprio pé na escolha de candidatos. Recordo que Santos Silva foi muitos anos o braço "armado" de José Sócrates. E se o povo não esquece PPC, também não esquecerá o actual Presidente da Assembleia da República e a sua ligação ao ex-PM. Portanto sobra António Guterres que tendo em conta o cargo que ainda exerce na ONU e a sua idade actual, 74 anos, não me parece o trunfo ideal para o PS.
Entretanto Luís Marques Mendes vai fazendo a sua parte! E pelo que me disseram... bem!
Um pouco na ideia do que um dia Raul Solnado disse sobre o humor: é uma questão de cultura, venho agora também escrever sobre a minha ideia do que é o humor e essencialmente para que serve.
Gosto de rir. Tal como gosto de fazer rir. Não com palhaçadas à Jerry Lewis, por exemplo, mas de uma maneira mais evoluída ou dinâmica como era o humor de Benny Hill ou o de Rowan Atkinson no celebérrimo Mr. Bean!
Adoro a cultura popular e as suas máximas, mas "onde há muito riso há pouco ciso" será das poucas com a qual discordo frontalmente. Percebo que o verdadeiro humor pode ser uma enormissima arma de resistência. Assim foram, a título de exemplo e em Portugal, as sucessivas revistas que passaram pelo Parque Mayer e outros teatros onde a subtileza de alguns diálogos humorísticos conseguiam fugir à censura.
O humor sempre serviu, serve e servirá para criticar o momento, seja ele político, social, desportivo ou outro qualquer. E quem for nele referido deve ter capacidade de encaixe para superar a crítica. De outra forma arrisca-se a ser ainda mais maltratado.
Hoje há uma série de humoristas (a maioria deles nunca vi actuar|), mas que me aparecem em muitos vídeos que recebo no telemóvel, naquilo a que pomposamente chamam "stand up comedy". Alguns têm alguma graça, mas a maioria é demasiado ordinária e têm nessa javardice de linguagem os seus trunfos para o sucesso. De mim raramente terão um aplauso porque não é necessário usar de vernáculo para se fazer rir.
Recordo a este propósito a "Conversa da Treta" ou até o "Gato Fedorento" onde o humor era inteligente sem ser reles e de mau gosto. Ou até os primórdios de Herman José no seu "Tal Canal" de tão boa e grata memória!
Não sendo eu humorista, nem nunca seria capaz de o ser, também uso algumas vezes do humor para lançar aqui e ali uma farpa ou apenas para chamar a atenção para uma situação mais estranha. Mas dificilmente me verão a usar de uma linguagem "bukowskiana" para fazer uma piada. Só se o meu tino mudar muito...
Há que perceber que a piada é tanto melhor quanto menos evidente ela for! É necessário colocar as pessoas a pensar...
Li há tempos alguém assumir publicamente que o humor pode e deve brincar com tudo! Não assino esta ideia...