Na passada sexta feira quatro alminhas partiram dos arredores de Lisboa para a Beira Baixa. A viagem correu lindamente com direito a um pôr-de-sol fantástico.
Regressava-se à aldeia após mais de um mês de obras. Cozinha nova, casa de banho moderna, uma despensa mais funcional, em resumo melhorias que tornaram a casa mais apetecível de se viver.
Espectativas em alta para tomar consciência do aspecto da casa após as obras.
Cheguei já quase noite, descarreguei a carrinha e quando entrei em casa gostei do que vi. Uma cozinha moderna e funcional.
'Bora experimentar os equipamentos, pensei eu já que eram quase todos novos.
O gás que antigamente estava dentro de casa estava agora fora sendo mais seguro. Portanto liguei a bilha e aguardei pacientemente que o fogão acendesse, Ao fim de uns bons minutos fez-se luz e eis que a chama nos bicos acenderam.
Passei para a prova seguinte que era o esquentador. Pois... as coisas aqui não correram bem e acabei por ir para a cama... sem tomar aquele duche!
Bom veio-se a descobrir no sábado que o esquentador teria uma avaria, já que sendo daqueles inteligentes é a água que faz acender o piloto que por sua vez activa os queimadores.
Resultado um fim de semana a lavar-me "à gato" com água frigidíssima! Um tormento. Para ajudar os quartos também conservavam uma temperatura óptima... para um esquimó!
Entretantro regressámos hoje à cidade e após um banho demorado... já consegui aquecer os pés!
Já por mais de uma vez que refiro que Lisboa deixou de ser uma cidade pacata para se tornat uma espécie de torniquete com gente a entrara e a sair.
Comprfeendo que o turisto poderá ser o petróleo do futuro, especialmente para aqueles locais que souberem agarrar o estrangeiro de todas as maneiras e feitios.
Talvez por isso a cidade de Lisboa, especialmente a Baixa Pombalina e arredores, esteja quase transformada num enormíssimo estaleiro de obras.
De vez em quando tenho afazares na capital. Para tal levo o carro que estaciono num dos parques da cidade, geralmente o que fica na praça do Munícipio, e vou à minha vida.
Mas hoje a viagem correu menos bem, Como não oiço nem vejo notícias, nem vejo televisão não me apercebi de greve na CP. Resultado demorei quase uma hora para chegar onde queria e depois de tudo tratado demorei mais hora e meia a sair da cidade.
Portanto imaginem este cocktail urbano: obras e mais obras, com cortes de vias e muitos desvios, greve de transportes, pré-época de Natal com as descargas habituais de produtos por tudo o que é loja, e a cereja no topo do bolo, a chover...
Dá para perceber que a cidade já de si muito trapalhona tornou-se hoje profundamente caótica! Como já não via há muito tempo!
Foram precisos 129 longos dias, o que corresponde a mais de quatro meses para poder finalmente descansar do barulho que logo pela manhã entrava pela casa dentro.
Já para não falar daquele pó fino e intrometido que se alastrou a toda a casa.
Não foram obras de fundo já que foi somente a fachada, mas reconheço que eram necessãrios tendo em conta a descobertos de alguns locais onde a água da chuva (que ora não existe) ia entrando.
Faltam somente os portões que estão a ser restaurados longe daqui, já que por estas bandas não há ninguém a querer fazer este tipo de trabalhos.
Agora vem a fase seguinte que consiste na limpeza a fundo. Que irá demorar ainda muito tempo.
Há doze dias que a minha casa é palco de martelos electricos desde as da manhã até perto das 17 horas. O que equivale dizer que todos temos que nos levantar mais cedo que o costume. Bem... eu levanto-me sempre cedo até porque, como já referi, não gosto muito de dormir.
A moradia parece um daquelas casas abandonadas onde o lixo e o pó imperam mesmo com as janelas e estores completamente fechados.
Houve necessidade destes trabalhos antes que o inverno mais rigoroso chegasse, já que algumas paredes mesmo após o Verão ainda mantinham alguma humidade. Portanto a fim de evitar males maiores...
Parece que hoje, finalmente, os martelos electricos calaram-se para sempre. Agora seguira o reboco para logo a seguir começarem a colocar as peças de mosaico. Obviamente que haverá sempre a necessidade de um rebarbadora para limar alguma aresta mas o pior do barulho já terá passado.
Curioso é que a minha neta até com o bater dos martelos dormia a sua fantástica sesta.
As obras cá em casa recomeçaram esta semana. Após as pinturas interiores vêm as obras exteriores. Estava projectado ser antes das pinturas, mas o empreiteiro não teve qualquer hipótese. Assim aproveita-se este sol e calor de um Verão tardio para fazer o que é devido antes das chuvas (se vierem!).
Bom... isto para dizer o quê? Que (não) sabe bem acordar de manhã com o som de um martelo eléctrico em função.
Mas o mais curioso é que a minha neta dormiu uma sesta de duas horas ao som horrível daquelas ferramentas.
As crianças são fantásticas pois adaptam-se a tudo... Até a mim!
Agora é a vez da casa onde vivo normalmente passar pela fase das pinturas. Na verdade o ano passado foram dois quartos e o escritório. Este ano vão ser a sala, corredor e cozinha.
O problema é que a minha sala, sendo grande também tem muita coisa. Resultado disso é a trabalheira que já estamos a ter a tirar as coisas da sala e espalhá-las por outros locais.
Estas pinturas criam uma enormíssima confusão na casa.
Na outra casa de que falei aqui e aqui eu pude tirar do primeiro andar para baixo e mais tarde de baixo para cima. Desta vez fica tdo no mesmo andar.
Ainda há tanta coisa para sair... e já estamos assim!
Na cozinha,
e no escritório.
Faltam imagens das centenas de livros empilhados também na cozinha!
Iniciei ontem a devolução dos objectivos retirados aos seus devidos lugares, após dois fins de semana dedicados à pintura do interior da minha casa.
Desmanchar é muito mais fácil que montar. Comecei pelos candeeiros de tecto, para logo a seguir repor espelhos e molduras dos interruptores e tomadas electricas. Um trabalho moroso e acima de tudo... chato!
A fase seguinte compôs-se em ajustar os móveis aos seus lugares originais. Mas antes houve que limpar do pó que foi poisando em cima dos móveis.
Da garagem que serviu de armazém foram saindo os objectos, alguns deles com algum cuidado. Está agora vazia!
Portanto agora falta só o lustro final que só será mais perto das férias.
Sempre ouvi, e nem imagino se é verdade, que os ciganos quando querem mal a alguém dizem no seu sotaque tão próprio: "ai só espero que tenha obras lá em casa"!
Na realidade eles estão certos, porque fazer obras em casa é um estrafego.
Há uns meses a minha mulher achou que a nossa casa de férias necessitava de ser pintada por dentro. Do achismo feminino à concretização da situação mearam uns meses, mas estamos actuamente no meio... da total confusão.
Antes do fim de semana passado fui retirar tudo do andar de cima e colocar no de baixo. Hoje foi o inverso com a agravante de mais umas coisas de baixo para cima para que no próximo fim de semana o pintor venha para cá acabar o trabalho.
Neste momento a minha garagem parece uma daquelas cass de velharias onde se encontra de quase tudo: mobílias centenárias, outras nem tanto, rádios, loiças antigas, livros, revistas, brinquedos, candeeiros ou relógios de parede.
O pior ainda virá depois com a reposição das coisas nos seus devidos lugares...
Razão terá o senhor cigano. Ele sabe o que deseja... para os outros!
Já estive mais longe de me imolar pelo fogo. Estou a pé desde as sete da manhã a arrumar as coisas nos seus lugares, após uma semana de pinturas de somente dois quartos: o meu e o que foi durante anos dos meus filhos e que passará brevemente a ser da minha neta.
Mas o que retiro deste dia é uma conclusão breve e sucinta e que se resume numa breve questão: para que quero eu tanta coisa?
Bom, cada vez penso mais em desfazer-me do que é superfluo, já que os descendentes não vão querer as minhas roupas, nem dar uso a qualquer dos móveis que enchem quartos e salas.
E tenho de lhes dar razão. Há coisas em que mexo somento quando assumo nestas andanças.
Desde as sete da manhã até perto das 10 da noite parece demasiado tempo, mas foi aquilo a que tive direito. Já ouvi dizer que para o ano haverá mais...
Não sei se é um mito, mas sempre ouvi dizer que quando um cigano deseja mal a quem diz: espero que tenhas obras em casa.
Então desde o início desta semana que tenho a casa virada do avesso por causa de pinturas. Assim o meu quarto e o ex-quarto dos meus filhos foram sujeitos a pinturas.
Ora bem para que tal acontecesse tive de tirar aquilo que fosse mais pequeno dos quartos: quadros, mesas de cabeceira, cómodas, cortinados, lustres e até os espelhos das tomadas e interruptores foram retirados.
Agora tenho a sala, escritório e cozinha atafulhadas de mobílias. Acabaram-se já hoje as pinturas e portanto amanhã recolocam-se as mobílias.
Mas neste momento a confusão dentro de casa é imensa. Ando sempre à procura de qualquer coisa.