A Mula e a Mel continuam afadigadas com o desafio que propuseram à blogosfera. E para esta semana nada melhor que escolher uma palavra bem portuguesa e que segundo dizem intraduzível para outra língua (não sei se é verdade pois só conheço o português… e mal). Falo claro está da palavra... saudade.
O meu trabalho até estaria bem facilitado se pegasse neste ou neste poema que publiquei noutro espaço e o pespegasse aqui. Mas como sabem não gosto de facilitar a vida a mim mesmo e portanto teimei em escrever algo que me falasse de saudade.
Ando desde Domingo a bater com a cabeça em todas as paredes (e outrossim em algumas pedras), já não durmo, já nem como (pouco), só a pensar na coisa... Mas a vida dá-nos boas lições e de repente descobri o que iria escrever!
Estive hoje em Alvalade, no estádio do meu Sporting onde existe nas suas instalações uma clínica privada. E foi ao passar por aquele que percebi do que tenho actualmente muitas, mas muitas saudades. Assim estou saudoso:
- de ir “à bola”;
- de comer aquele hambúrguer com ovo e beber uma imperial (ou mais);
- de sentir o pulsar de um clube através dos seus adeptos;
- dos pregões dos vendedores de cachecóis e bonés;
- de subir aquelas escadas e sentar-me no meu lugar e ver aquele estádio e o seu relvado;
- de cantar a plenos pulmões “O mundo sabe que…”;
- de gritar “goooooooooooooooooooolo” até ficar rouco;
- de abraçar o meu filho nos festejos;
- de barafustar contra tudo e todos;
- daquele nervoso miudinho do final de um jogo electrizante;
- do incentivo das claques que nunca se calam;
- de vencer um jogo por margem alargada;
- de sair do estádio a comentar o bom resultado;
- de comer aquele pão quente com chouriço que alguém vende na rua;
- de chegar a casa à pressa para rever os golos na televisão.
E finalmente tenho muitas saudades de ver o meu clube novamente Campeão.
Por mais de uma vez a "Mula" tem falado do dilema que são as decisões das nossas vidas. Será que esta ou aquela escolha será boa para a minha vida? Terei naquela altura decidido bem o caminho?
Pois é… Jamais saberemos se as nossas opções foram as melhores ou piores. Mesmo que tenhamos optado por uma via a determinada altura e que essa opção não nos tenha sido favorável, continuo a pensar que é preferível tomarmos uma atitude, decisão, opção ou seja lá o que for, que nos mantermos naquele limbo onde a incerteza é rainha e perante o qual somos sempre levamos a concluir: e se… e se… e se…
Muita gente considera que a felicidade é assim uma espécie de medicamento que tomamos e que nos curará das nossas tristezas. É um engano. Pois a felicidade para mim não é forçosamente igual para outra pessoa. Já o disse aqui por diversas vezes, e não me canso de repetir, que a felicidade é um caminho, não um destino. É batalhar, lutar para se ultrapassar os obstáculos. E se nestas lutas conseguirmos chegar ao destino tanto melhor, se não conseguirmos pelos menos não podemos dizer que não tentámos.
A "Mula" desafabou a sua separação após muitos anos de relação. E que por vezes ainda lhe assistem dúvidas. Diria que é normal! Da mesma forma algum tempo após estar casado perguntei a mim mesmo se não teria feito uma asneira.
Hoje, dia Internacional da Mulher, reconheço que não fiz nenhuma asneira. O que não equivale dizer que para a semana não pense precisamente o contrário. Ou que não tenhamos tido os nossos momentos menos… simpáticos. Faz parte!
Ah e tal então onde entra o arrependimento? Perguntar-me-ão vocês. Eu responderei que o arrependimento é a prova real da nossa aprendizagem de vida. Se tivermos verdadeira consciência do mal que fizemos, dificilmente cometeremos o mesmo erro.
Portanto "Mula" o passado está no Museu. O Mundo abre-se à tua frente e só tens de o viver cada minuto, cada segundo, cada nano segundo!