Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

LadosAB

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

O José Luís!

Soube ontem, já tarde, que o meu antigo colega do BdP José Luís Martinho Mouta Liz havia falecido.

Sobre ele guardo uma frase lapidar proferida na altura por alguém colega e militante de outro partido. Disse então: se este tipo fosse do PS teria uma carreira política brilhante.

Quando o conheci já ele andava nas costumadas bravatas sindicais. Porém foi ele que levou o meu pedido de inscrição no Sindicato ao qual ainda hoje pertenço. Isto de ser "apadrinhado" por uma figura quase histórica não é para todos.

Como calculam jamais professei as suas ideias políticas, mas com ele assisti a um caso paradigmático. Estávamos nós a contar notas num serviço a que cahamavam recontagem, quando ele aparece. Se a maioria dos colegas não apreciavam de todo a sua forma de fazer política, outros havia que o idolatravam. A determinada altura um dos colegas sentados à frente de uma máquina para contar dinheiro entrou em debate político com o Mouta Liz. Aquilo parecia querer azedar, mas a determinada altura percebi que ambos já concordavam um com o outro. Noto apenas que o adversário da altura fora filho de um antigo Ministro de Salazar. Fiquei ali com a certeza que os extremos acabam sempre por se tocar.

Lembro-me bem de ele ser detido na Tesouraria e do reboliço que isso causou, mas também recordo as declarações de antigos colegas que observavam que Mouta Liz antes do 25 de Abril costumava ir a Londres às compras ao Marks & Spencer.

Todavia o caso mais extraordinário foi naquela noite em que eu juntei todos os colegas que haviam passado pela Tesouraria para um jantar no restaurante da antiga FIL em Lisboa. A noite estava agradável e ainda faltavam alguns colegas. Estava eu na varanda do restaurante quenaso de súbito entra no estacionamento uma viatura que trazia a sigla "FM", que significa "Funcionário em Missão (Internacional) e é utilizada para identificar veículos pertencentes a funcionários de organizações internacionais que estão em missão em Portugal".

Pois é, o nosso "suposto terrorista e tesoureiro da FUP", passados os anos de bravatas jurídicas era agora funcionário da embaixada de Angola, país para onde emigrara em busca de melhor vida.

Conheço muitas outras estórias sobre ele, mas a sua morte obrigar-nos-á a esquecê-las.

E ainda bem!

O Papa que se segue!

Sinceramente não gostaria de estar no lugar de nenhum dos Cardeiais elegíveis para Papa.

A fasquia do Papa Francisco foi tão elevada que mui dificilmente o que lhe suceder, por muito bom que seja, terá óbvias dificuldades em alcançar a matriz deste pontificado... franciscano.

Por isso já li que alguns Cardeais assumiram terem algum receio ao serem escolhidos. Bem vistas as coisas percebe-se porquê, já que Francisco esteve muito mais próximo da ideia de Cristo que algum dos seus antecessores.

Foi hoje a sepultar o Papa dos pobres, dos indefesos, daqueles de quem ninguém escutava a voz. E sim Francisco fez-se ouvir por eles, por muitos outros, enfim por todos, todos, todos.

Partiu um Papa para a Eternidade, outro chegará!

Diferente do seu antecessor, mas com a mesma responsabilidade: a de divulgar a Palavra de Deus pelo Mundo.

Francisco, o lutador!

Quando em Abril de 2005 morre o Papa João Paulo II fiquei, na altura, convicto que dificilmente haveria outro Papa com tanto carisma e força de vontade.

Enganei-me redondamente!

Naquele fim de tarde principio de noite quando da chaminé saiu fumo branco e mais tarde apareceu na enorme janela do Vaticano aquela figura humilde explicou numa frase simples ao que vinha: ser apenas um de nós!

Fê-lo da forma mais humilde, educada e conciliadora: Irmãs e irmãos boa tarde!

Este tão singelo cumprimento aos católicos e ao Mundo fez elevar a fasquia do seu pontificado a um nível jamais imaginado.

Naquele preciso momento, naquele instante fantástico percebi que estávamos perante um Papa que tinha uma Missão neste Mundo: tornar este melhor!

Conquanto foi caminhando no seu pontificado, Francisco foi dando exemplos de humildade e respeito pelos outros.

No que respeita à igreja assumiu os erros plasmados nos inúmeros abusos sexuais perpetrados pelo clero. Abriu a casa de Deus às mulheres e percebeu que a homossexualidade não era, de todo, uma doença. Daí a frase que resume o seu pontificado e proferida em 2023 nas Jornadas Mundiais da Juventude realizadas em Lisboa: uma igreja de todos, todos, todos!

Lutou até à exaustão por uma paz Mundial, alertou o Mundo para a fome, para a violência gratuita, para o ambiente… Fez pontes com outras confissões religiosas e colocou-se sempre, sempre, sempre ao lado dos desvalidos e indefesos.

Vi-o ao longe na Cova da Iria, no dia 13 de Maio de 2017, aquando do Centenário das Aparições de Fátima e dele escutei (e gravei) a assumpção de que: temos Mãe, numa referência à Mãe do Céu.

A morte do Papa Francisco não se adivinhava para hoje, mas percebia-se que o seu estado de saúde era muito frágil. Ainda assim ontem apareceu para desejar uma boa Páscoa e onde se percebeu as imensas dificuldades que teve em falar.

O Santo Papa partiu esta manhã para o Céu.

Como já escrevi desapareceu um dos melhores homens deste Mundo.

Agora na casa do Senhor, Papa Francisco irá certamente repousar em Paz!

O nosso valor!

Há uns tempos largos vi um cartoon, onde um homem com muitas malas a abarrotar de dinheiro se apresentava a S. Pedro e onde  este dizia:

- Não vale a pena trazer isso para cá, pois não irá ter necessidade.

Na verdade anda por aí muito pessoal a encher a carteira à custa dos outros para um dia, quando morrerem, deixarem cá tudo. Também sei que haverá quem se julgue eterno apenas por aquilo que tem. Outros ainda estão convencidos que com o seu dinheiro comprarão a eternidade. E nem estou a falar pelo prisma religioso que este tem também muito que se diga.

A eternidade Não é nem nunca será negociável e ganha-se com homens como Leonardo Da Vinci,  Miguel Angelo ou Gaudi. Como Camões, Shakespeare ou Dumas. Ou até como Mozart, Beethoven ou Strauss.

Todos os que referi acima ganharam a verdadeira eternidade entre os homens. O valor de toos eles estava muito acima das riquezas  que não tinham, mas haveria quem tivesse.

Assim sendo o nosso valor não está no que temos, mas no que somos para os outros. Como exemplo, como força da natureza, como alguém com bons princípios.

Um dia à porta do Céu o rico e o pobre irão encontra-se e terão ambos mortalhas iguais!

 

A morte de Pinto da Costa

A morte de alguém nunca será uma boa notícia.

Por isso o falecimento de Jorge Nuno Pinto da Costa é triste. Mas apenas como ser humano porque quanto ao perfil moral deste senhor já deixo as minha dúvidas quanto à tristeza e mágoa.

Quem vive neste país futeboleiro sabe ou tem consciência do que foi o longo reinado do antigo Presidente do FCPorto, plasmado em mais de 40 anos.

Muito do que hoje se vive nos estádios de futebol, especialmente no que se diz às (más) arbitragens e demais influências nasceu daquela personagem, que dominou o futebol português a seu bel-prazer. Sempre em benefício de uma causa única: o Futebol Clube do Porto.

E nem sob a ameaça do Apito Dourado PdC sentiu qualquer temor. Diria que até tinha prazer em ser o centro das atenções pelos piores motivos. Muitos o defenderam, poucos o atacaram porque tinham medo da troupe com que o agora defunto se rodeava.

Usou e abusou do seu poder perante muitos políticos. Recordo que apenas um Presidente da Câmara do Porto fez frente a Pinto da Costa. Chama-se Rui Rio e sinto que muito do seu insucesso político poderá ter derivado dessa bravata.

Enfim a história do FCPorto irá normalmente enaltecê-lo, mas a estória do futebol português não terá nada para lhe agradecer já que nada fez de bom pela seriedade desta actividade desportiva. Bem pelo contrário.

Enfim, paz à sua alma e se foi católico irá ter muuuuuuuuitos pecados para expiar esteja lá onde estiver!

Preocupações!

Sempre pensei que quando chegasse a esta altura da minha vida, iria ter uma vida mais calma, mais repousante. Pois é... enganei-me redondamente!

Para além de andar todos os dias numa roda viva por causa dos que me são queridos como são os netos, filhos, pais começo a sentir algumas fundadas preocupações com o meu futuro e essencialmente o futuro dos mais novos.

Vivemos tempos obnóxios assentes em demasiadas incertezas. Os Estados Unidos que foram, durante muitos anos, o garante da paz na Europa tudo por causa de uma Guerra Fria que terminou sem vencedores nem vencidos, parece ter mudado de trincheira e é ora um foco de problemas tanto para o Velho Continente como para o resto do Mundo.

Entretanto a Rússia e a Ucrânia continuam numa guerra sem tréguas e sem ganhador à vista. No Médio-Oriente os conflitos mesmo esporádicos vêm-se mantendo, para gáudio (óbvio) dos fabricantes de armas e dos extremistas religiosos.

E já nem falo da Coreia do Norte sempre pronta a dar "um ar da sua graça", do problema de Taiwan e da China ou dos permanetes conflitos no coração de África.

Preocupo-me por tudo isto que os meus netos venham a herdar um sentimento de medo que eu sinceramente nunca tive em Portugal.

Tudo somado concluo que este Mundo está realmente muito diferente de há alguns anos. Para pior.

Remato com uma questão simples: como chegámos a este ponto?

A gente lê-se por aí!

Suicídio: a arma dos cobardes?

Hoje tomei conhecimento que um jovem da minha idade se suicidou lá na aldeia onde ambos partilhámos tantas brincadeiras e aventuras.

Não sei quais as razões que o levaram a tão desesperado acto, mas enfim cada um é que sabe das suas dores, especialmente as da alma, para que assuma uma acção assim... radical.

Há muitos anos a um outro meu amigo foi diagnosticado um cancro altamente invasivo. Sem coragem para receber os tratamentos devidos preferiu a cobardia da morte quase instantanea que a coragem de padecer um pedaço, seria certo, mas provavelmente ainda hoje estaria vivo.

Lido mal com o suicídio! Especialmente a partir do momento que vi alguém a meu lado atirar-se para a linha na estação do Campo Pequeno em Lisboa. Custa-me entender o acto irreversível. Percebo que haverá muita gente incapaz de lidar diariamente com as suas decepções e tristezas, porém não me parece ser razão para o suicídio. Até porque hoje há boas terapias e muuuuuuuuitos medicamentos que ajudam os indefesos, não a resolver os seus problemas, mas unicamente a enfrentá-los.

O ser humano é uma máquina muito complicada... E não há ninguém (leia-se médico!) que consiga, com total certeza, curar uma mente doente. Terá de ser o próprio a querer curar-se encontrando na vida os emplastros curadores para as dores da sua alma.

Finalmente para o meu amigo de infância só desejo que descanse, finalmente, em paz! 

O (nosso) Paraíso!

O mundo anda de "candeias às avessas".

São as guerras às portas da Europa e no Médio Oriente, a queda do regime da Síria. as bravatas curdas, o prende/não prende o Presidente sul-coreano, a queda do governo em França e mais não sei quantos acontecimentos que ficamos a olhar para esta bola azul e pensamos que não tarda nada um maluco qualquer inventa mais lenha para arder neste fogo já demasiado vivo.

Dito isto e perante algumas fotos que vou vendo, já que as televisões são, geralmente, pouco isentas percebo quase meio Mundo destruído por bravatas inúteis (já se sabe que as guerras são todas desnecessárias, a não ser para os negociantes de armas):

Posto isto, olho para o nosso país e posso assumir que quase vivemos no paraíso. Não aquele prometido por algumas religiões e muito menos aquela aldeia perto do S. Pedro do Sul, mas factualmente somos um povo privilegiado. Podemos ir de lés a lés nno nosso país sem qualquer problema. Saimos de casa e vamos à pastelaria lanchar ou a um supermercado fazer compras. Tudo pacífico.

Deslocamo-nos de uma terra para a outra sem qualquer receio que rebente uma mina à nossa passagem. Ou caia um obús à nossa frente. Vivemos muuuuuuuuuuuuuuuuito longe desta realidade que é a de muita gente em muitos lugares.

Não vivemos no Céu, mas o Paraíso deverá ser quase assim!

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Os meus livros

Pela Noite dentro... contos e outros escritos
Des(a)fiando Contos
Quatro desafios de escrita

Os Contos de Natal

2021
2022

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D