Seja no animal homem seja noutro animal qualquer a vida terá em princípio dois ciclos. O primeiro começa quando se nasce. Nesse tempo todos os seres são indefesos e estão entregues aos cuidados de quem os vai criando, sejam pais ou mães. Crescem, ganham valências e finalmente capacidade para decidir. Até que um dia, quase de repente partem sem dizer nada a ninguém. É neste preciso momento que se fecha um ciclo, para logo se abrir um novo.
Vem este tema à superfície porque hoje constatei que os meus netos voadores... partiram do ninho.
Há mais ou menos um mês encontrei na minha laranjeira do quintal este ninho
e logo nesse dia aqui escrevi sobre ele. Três ovos de melra "entregues à sua sorte" pensei eu na altura.
O tempo passou célere e no 20 de Maio voltei a perscrutar o ninho para perceber se havia evolução. E havia já novidades.
Também na altura esgalhei qualquer coisa sobre este ninho.
Mais uns dias sem me intrometer na vida melriana até que encontrei estes meninos, já numa bonita postura e bem desenxovalhados.
Novo postal a dar conta desta evolução, no final do mês passado.
Ontem voltei a espreitar por entre a folhagem verde e dei conta apenas de dus crias. Provavrelmente a mais velha já voara para parte incerta.
Dois fantásticos exemplares de jovens melros que me olhavam quase com desdém. Entretanto hoje dei conta do fecho do tal ciclo de vida, ao perceber que o ninho estava completamente vazio.
A minha neta que é esperta e depois de lhe ter inventado uma estória com três melros, pergunta-me a certa altura:
Já por aqui fui escrevendo e mostrando fotos dos meninos pequeninos do meu quintal.
Estão naturalmente crescidos. Daqui a nada estão a voar.
Adoro constatar que, não obstante estas crias serem vedetas, continuam bem humildes já que no seu acolhedor ninho deixaram-se ficar como se eu não existisse.
Ontem andei a plantar curgetes e lembrei-me do ninho de melra. Lentamente procurei o local e tal não é o meu espanto quando percebo que os ovos foram substituídos por crias. Pequenas, muito pequenas.
Percebi naquele instante que a mãe andava por perto e saí dali quanto antes não fosse a mãe enjeitá-los. No entanto prometi voltar ao local de máquina fotográfica em punho.
Assim fiz e deu esta foto.
Percebessem-ali diversas crias (suponho que três) muito activas, mas ainda pouco barulhentas. A Mãe Natureza é realmente minha amiga pois dá-me a possibilidade de assistir de perto a belos momentos de vida (quase) selvagem!
Ainda há poucas semanas fui avô de um jovem quando hoje descubro na laranjeira do meu quintal um enorme ninho de melro. Neste caso melra e com três ovos.
Sem foto para o desafio da Isabel foi um instante que saquei do telemóvel e fiz esta foto. Não ficou grande coisa mas espero paraa semana perceber se os ovos continuam ou foram enjeitados!
No fundo, no fundo a Natureza somos todos nós! A nossa permanente interacção com tudo o que nos rodeia pode influenciar as vossas e as vidas de outros. E quando falo de outros não me refiro somente aos humanos. Falo de todos os animais e plantas que nos rodeiam...
Tenho uma casa que exibe um pequeno jardim e no qual plantei algumas flores. Para além da relva ali enterrei também estrelícias, roseiras, uma laranjeira e demais arbustos cujos nomes não sei nem imagino.
Entre uns e outros há também esta frondosa cameleira.
Há muito que esta planta me parece demasiado grande para o local, essencialmente por inibir que a rega automática chegue a toda a relva.
Todavia dei conta, há umas quantas semanas, que a cameleira tinha mais vida do que aquela que costuma ir buscar à terra fecunda. Certa manhã apercebi-me de que um melro, não sei de macho ou fémea, mas imagino que fosse a mãe, andava numa fona ao redor da cameleira num piar incessante. Foi nesse momento que dei conta de um gato no pé da planta, que afastei no segundo seguinte. Apercebi-me logo que haveria por ali algo inaudito.
Sem procurar mexer muito na folhagem tentei ver o que já desconfiava: havia lá um ninho. Com crias.
No entanto sei por experiência, que não devemos tocar nestas casas, correndo o risco de os progenitores renegarem as crias. Afastei-me portanto.
Finalmente este fim de semana dei conta que a casa já estava vazia. Ficaram somente os despojos!