Hoje fui a uma "grande superfície" (sinceramente parece-me pouco feliz este jargão comercial!!!) levantar uma encomenda que havia feito através do portal da empresa. Compras no carro lembrei-me de ir buscar pão. Percorro os largos corredores estreitados por pequenas lojas de brique-à-braque e entro na enorme loja.
A primeira coisa com que me deparo são expositores de cadernos de todas as cores, géneros e feitios, malas e mochilas, lápis, canetas, colas e demais utensílios escolares. Só que o meu primeiro sentimento ao ver aquela feira foi de puro e assumido terror. Parece que recuei meio século!
Acabado que foi o meu secundário não pretendi voltar à escola e fui trabalhar. No entanto, dentro do meu pobre espírito permaneceu, pelos vistos até hoje, um virus anti-escola que desenvolvi desde aquela primária (eu sei muito em quem mo implantou, originando nunca ter querido estudar e jamais serei capaz de lhe perdoar!). Daí a sensação de enormíssimo desconforto.
Foram breves aqueles segundos, porém demasiado intensos. Tão fortes que saí da loja em passo estugado e sem comprar pão. Ficará para amanhã...
Definitivamente prefiro desta loja, por exemplo, a feira de queijos e enchidos!
Numa das aventuras de "Ástérix o Gaulês" a aldeia esteve para ser invadida por numerosos e valentes Normandos que procuravam... o medo. Esta aventura termina quando os invasores ouvem o bardo gaulês que canta tão mal que acaba por incutir o medo nos guerreiros normandos.
Ora o medo. dizem os especialistas, é a forma que o nosso corpo e essencialmente a mente tem de se defender de um qualquer perigo. Os medos são geralmente associados a episódios traumáticos que aconteceram algures no nosso passado e que a nossa memória guarda até ao presente.
Eu, por exemplo, detesto osgas. Mas sei que esta situação foi herdada da minha mãe que sempre me incutiu este receio. Como eu há pessoas com medos de coisas estranhas como borboletas ou caracóis. Ou mesmo galinhas. Já para não falar de medo de andar de avião ou do escuro.
Faz parte da nossa vida termos alguns temores, mas o que mais convém e interessa é que consigamos viver felizes mesmo com eles. Tenho todavia consciência que muitos de nós não gostam de falar dos seus estranhos receios pois sentem-se menorizados por demonstrarem publicamente medo de um inocente grilo ou de uma pequena barata.
Portanto termino com a ideia de que ter medo de ter medo é que não é, sinceramente. muito saudável!