Marta a destemida!
A demissão da Ministra da Saúde nem é hoje um facto político porque há muito que se previa esta saída… Ainda me pergunto como se manteve tanto tempo neste novo governo?
Ser Ministro em Portugal é arranjar “lenha para se queimar”. Então se for da Saúde, Educação ou Finanças pior ainda.
A nossa saúde está doente. Como já falei aqui!
Mas se pretendermos enumerar culpados seria bom que regressássemos aos anos 70 logo a seguir ao 25 de Abril. Foi aí que iniciaram os “números clausus” que limitaram, e de que maneira, o acesso a um curso de medicina. Logo por aquela altura percebi que mais tarde ou mais cedo os médicos seriam poucos para assistir à população lusa,
A regra nunca foi alterada (apenas surgiram novas universidades) e deste modo o número de médicos activos em Portugal tem vindo a decair.
Se juntarmos à equação a entrada em força de hospitais privados oferecendo melhores remunerações aos médicos e enfermeiros temos um problema acrescido com a falta de médicos no sector público.
Percebo que criar condições para dar aulas a 2000 alunos não são as mesmas para 200. Mas até nisto poder-se-ia ter arranjado uma solução. Bastava alguém pensar e querer fazê-lo.
O resultado está agora à vista com alguns médicos em regime de internato a assumirem responsabilidades que não deveriam já que estão ainda em fase de aprendizagem.
Portanto a bola de neve cresceu exponencialmente desde os tais anos 70. Depois todos os ministros que vieram a seguir nunca tiveram nem força e essencialmente dinheiro para poderem renegociar alguns contratos laborais. Porque no fundo no fundo tudo tem sido uma questão de dinheiro!
Entretanto Marta Temido, independentemente do que foi dizendo, deu sempre a cara pelo governo, numa altura de grande e real alarmismo (leia-se pandemia). Foi atirada às feras jornalísticas, mas manteve-se firme e hirta. Aceitou o Comandante Gouveia e Melo para agora que os níveis de infecção recuam quase todos os dias, poder sair antes que entre o Inverno.
Destemidamente sai pelo próprio pé o que em termos políticos será sempre algo a valorizar.