O meu momento Nabeiro
Juntado-me às comemorações dos 90 anos do Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro venho relatar o meu momento (leia-se encontro) com o empresário alentejano.
Como sempre cheguei cedo ao trabalho. Passaria pouco das oito da manhã.
Deixei o carro na garagem para depois subir as escadas até ao rés do chão onde apanhei o elevador mais próximo do meu gabinete.
Chegado ao quinto andar saí. No átrio encontrei o Comendador que falava ao telemóvel. Passei por detrás não interrompendo a conversa e fui para o meu gabinete.
Tirei o casaco, liguei o computador e voltei ao átrio para tomar café.
Nesse átrio onde parara o elevador, o empresário ainda aguardava que o chamassem na qualidade de testemunha de um caso qualquer.
Travámos este diálogo:
- Bom dia Sr. Comendador!
- Bom dia - respondeu, naquele seu sotaque bem alentejano e muito simpático.
Tirei o café da máquina ao que se seguiu:
- Sabe quem é que encomenda os cafés? - perguntou Rui Nabeiro.
- Creio que deve ser por concurso, mas há um Departamento interno que trata disso.
- Estive agora a falar para Campo Maior a tentar perceber porque aqui não há máquinas da nossa marca...
- Pois não sei... Mas acredito que um dia cá teremos as suas máquinas...
- Sem dúvida! - declarou.
Por fim despedi-me dele, apertando-lhe a mão e ele acto contínuo entregou-me um cartão com o seu nome e contactos. Rematou assim:
- Se um dia necessitar de alguma coisa, ligue-me. Terei muito prazer em ser-lhe útil.
- Muito obrigado... Se um dia tiver necessidade farei como diz.
E fui à minha vida com o pensamento: "É desta têmpera que se fazem os grandes homens e empresários".
Passados tantos anos deste episódio ainda hoje me sinto um privilegiado por me ter cruzado, mesmo de forma fortuita e rápida, com este alentejano.