No que concerne às estações do ano não há maiorias absolutas. Uns gostam da Primavera, outras do Outono, ainda há os que preferem o Inverno e finalmente os que gostam do Verão.
O título deste postal não se refere à preferência do autor que opta mais pelo frio. Todavia o Verão é bom quando significa férias... Como agora!
Até há uns anos, especialmente quando era um trabalhador activo, este tempo significava acima de tudo preguiçar. Porém com a idade e a reforma passei a ficar mais activo nas férias, quase sempre através da escrita. Hoje escrevo mais, muito mais que antigamente.
Quanto ao Verão prefiro-o mais fresquinho. Mas também reconheço que praia à chuva não tem grande piada. Curiosamente hoje foi quase um dia desses. Logo pela manhã percebi que havia chovido. Nem dei conta e nem sei se foi durante a noite ou de madrugada.
A verdade é que saí de casa já tarde, muito mais tarde que os outros dias. Porém cheguei à praia e esta estava vazia. Na areia viam-se ainda as marcas da intempérie e poucos banhistas. Todavia os verdadeiros amantes de praia estavam lá.
Certo é que com um capelo plúmbeo a tapar o anil celeste o Sol aparecia pouco, mas quando surgia era quente, quente, quente. Valia a água quase tépida.
Mas pronto o Verão tem destas incongruências: ora faz um calor abrasador ou então debita umas trovoadas pouco simpáticas.
- Alfredo se um dia eu publicar um livro gostaria que fosse prefaciado por si. Posso contar consigo?
Naquele seu ar tão característico entre a troça e a ironia respondeu-me que sim.
Mas a vida laborar alterou-se substancialmente para ambos acabando ele por ir para a reforma muito antes de mim, enquanto eu mudava de departamento. Todavia nunca deixámos de nos ver tanto mais que havia sempre aqueles almoços, a que ele raramente faltava.
Foi um amigo tardio, mas não menos importante e impactante em mim. A sua história de vida teve muitos altos e baixos. Arrisco mesmo assumir que mais momentos baixos… A morte trágica de um filho ainda muito jovem e mais tarde da filha velha derrubou-o mais que a ditadura fascista de Salazar.
Só que Alfredo era um poeta fantástico. Enveredou também pela música e com alguns outros músicos associou-se num Grupo musical que se chamou Grupo Outubro! Estávamos em 1974 e o 25 de Abril era uma fantástica realidade para a maioria da sociedade portuguesa.
Tantos concertos por esse país fora. O regresso a casa a tarde a más horas, mas jamais faltava aos compromissos laborais. Filiou-se e desfiliou-se do PCP por razões que só ele soube, mas foi sempre um homem assumidamente de esquerda. Todavia esta sua visão progressista da sociedade e do Mundo nunca toldou a sua lucidez política e social. Assumia-se estar sempre contra. Como ele próprio dizia: quando todos estão contra eu fico a favor, quando estão a favor eu estarei sempre contra.
Relacionei-me numa fase em que Coordenava um grupo de juristas e muitas vezes o ajudei nas suas bravatas informáticas que eu conseguia resolver. Daqui a nossa relação de proximidade e mais tarde de amizade.
Faleceu na quarta-feira, mas só hoje é que eu soube! Tinha 79 anos.
Força companheiro Alfredo. Será sempre, sempre, sempre a "muralha de aço"!
Quem me conhece sabe que para mim "The Beatles" são... aquela banda. Todos os que lhes seguiram serão apenas isso: seguidores!
Claramente que estou a exagerar, todavia não o faço de forma inocente, mas no sentido de percebam como aprecio a música dos "Fab four".
Não me considero um melómano, mas sei que os jovens de Liverpool deram à música do século XX um sentido verdadeiramente universal.
Agora, mais de sessenta anos passados desde o lançamento de "Love me do" ,é entregue ao Mundo da música a derradeira canção dos "The Beatles", composta por John Lennon algum tempo antes de ser assassinado em Nova Iorque.
"Now and than" surgiu recentemente após diversas intervenções de Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrisson nos anos 90 para ser incluída num disco, projecto que acabaria por ser abandonado, e mais recentemente por Peter Jackson (o galardoado realizador da trilogia "Senhor dos Anéis") que com a sua equipa conseguiu o milagre de recuperar a voz de John Lennon e depois misturá-la com os restantes elementos do grupo.
Esta música é uma balada serena e suave, bem ao estilo de John Lennon no final da sua vida! Depois o video... que está simplesmente fantástico com a referência ao melhor disco da vida "beatliana" e que foi o "Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band".
Este tema merece então ser bem escutado e as suas palavras melhor interpretadas! (Li que terá sido composta por Lennon numa vã tentativa de reconciliação com os restantes elementos da banda, ideia que jamais conseguiremos confirmar!)
Portantom oiçam e vejam o video! Vale mesmo a pena!
Este tempo de chuva obriga a quem anda na rua a carregar consigo um equipamento extra. Uns chama-lhe chapéu-de-chuva, outros guarda-chuva e há quem utilize uma experessão popular chuço!
Já eu prefiro não usar nada até porque ando pouco na cidade e quando o faço é sempre rápido e sem demora!
Hoje voltei ao Metropolitano de Lisboa quase à hora de ponta já que este estava cheio. Saí na Baixa-Chiado que fica, para quem não sabe, no coração da Baixa Pombalina ulissiponense.
Saímos muitos. As escadas estavam repletas. Muita gente trabalhadora, alguns turistas e outros, como eu, provavelmente reformados. Todos muito encostados (já lá vai o tempo do distaciamento social) fomos lentamente galgando os degraus. À minha frente uma senhora bem mais nova que eu carregava um saco, a sua mala e debaixo do sovaco um chapéu-de-chuva ocupando para a parte traseira um certo espaço. Cuidei-me não fosse ser atingido mesmo de forma involutãria por aquele aguilhão.
Mais â frente outra senhora também de ferramenta contra a chuva em riste. Consegui chegar à rua sem percalço, mas logo ali desviei-me de novos arremessos já que principiava a chover e o pessoal toca a abrir o dito cujo!
Entretanto as pessoas sem ferramenta corriam para se abrigar enquanto os que andavam armados desenfiavam-se pela rua chocando contra outros chapéus.
Reconheço que sempre fui horrível condutor de guarda-chuva, preferindo sempre não o usar a ter que andar com ele espetado para o Céu. Mas já percebi que não sou só eu quem tem essa dificuldade. Geralmente quando o usava tinha sempre alguém que me ajudava na condução, pois de outra forma ficava mais molhado e arriscava-me ainda a ferir alguém!
Realmente estou muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito longe deste enorme artista... de chapéu!
Sou do tempo em que o sexo era considerado algo demoníaco. Actualmente passámos para o oposto e aquele é tão corriqueiro e tão banal que quase deixa de ter piada.
Entretanto morreu ontem Jane Birkin. É a vida... já que ninguém é eterno.
Lembrei-me então da canção de Birkin e que deixava os rapazes meio tontos e com a imaginação e as hormonas aos saltos. Não imagino as meninas do meu tempo como ficariam...
Independentemente de tudo o que possam dizer é uma fantástica música, excepcionalmente bem interpretada.
Tina morreu hoje na sua casa na Suiça. Para enorme tristeza minha já que nunca a vi actuar!
A minha primeira recordação de Tina Turner remonta aos anos 70 quando a vi como Acid Queen na ópera rock Tommy. Uma memória que jamais esqueci e que alertou os meus sentidos para a sua música.
Durante anos comprei cd´s atrás de cd´s da malograda cantora. A "Miss Legs" deixou uma marca na música e no espectáculo. Ninguém ficava indiferente à cantora. A sua poderosa voz encheu muitos corações. Foi uma verdadeira rainha do Rock'n'Roll.
Custa-me escrever sobre ela porque ela era "Simply the Best"!
Faz hoje 50 anos um dos mais míticos e emblemáticos discos do século XX.
Refiro-me a The Dark Side of the Moon dos Pink Floyd que está entre os meus discos preferidos. A par do A Night at the Opera dos Queen, Frampton Comes Alive de Peter Frampton ou Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos The Beatles.
Todavia esta obra prima de uma das bandas mais icónicas do século XX (sim eu sei que houve The Beatles...), que eu só adquiriria muuuuuuuitos anos mais tarde, tornou-se parte integrante de mim. Nem imagino as vezes que escutei "Money", "Time" ou este "Us and Them".
Não me considero crítico de música, longe disso, mas simplesmente apreciador daquilo que é bom. E este disco é fundamental na história da música do século passado. Tudo nele é diferente. Já sem Syd Barrett, que sairia da banda ainda nos anos sessenta devido à sua débil saúde mental, este album apresenta letras, experimentações musicais e uma sonoridade tão diferente que se tornou rapidamente um exito. Até hoje!
Tenho toda a discografia desta Banda. mesmo aqueles discos feitos já sem Roger Waters cujo primeiro disco também comprei e que se chama "The pros and cons of Hitch Hiking", mas o "lado escuro da Lua" terá sempre um lugar de destaque nas minhas preferências.
Naquele primeiro de Março de 1973 os Pink Floyd elevaram o rock, mesmo que denominado psicadélico e mais tarde de progressivo, a um nível qualitativo que jamais seria alcançado por qualquer outro agrupamento nem outro disco.
Por fim tive o privilégio de os ver actuar em Julho de 1994 no velho estádio de Alvalade. Uma recordação que guardarei até ao fim dos meus dias.
Não é ususal vir aqui escrever sobre os livros que vou lendo até porque costumo ler diversos quase ao mesmo tempo. Por outro lado também não sendo eu um crítico, tenho sobre os livros que leio apenas meras opiniões e que se baseiam no gostei ou não gostei.
Entretanto há autores que antes de os começarmos a ler deveremos municiar-nos de um dicionário. Um exemplo perfeito será Aquilino Ribeiro, mas há outros. Todavia neste caso muito específico o que devemos ter à mão será... um computador. Portátil de preferência, ou um desses periféricos de bolso chamados de "tablets". Também pode ser um telemóvel esperto, mas é preferível um dos anteriores.
Mas explico já o porquê desta opção. Na verdade o autor ao escrever o livro "O meu Fado entre os fadistas" faz tantas referências ao Youtube que o melhor será mesmo ter um equipamento com acesso rápido àquela plataforma de videos.
Bom é tempo de falar neste livro de perto de 300 páginas onde Daniel Gouveia, cantautor de fados, escritor, poeta e editor de livros, fala da sua relação de mais de meio século com o Fado.
Um livro que é mais uma conversa com o leitor. Um diálogo que se faz de forma escorreita, simples e sem subterfúgios. Meio autobiográfico, semi histórico, este livro faz-nos perceber como o Fado não é só um tipo de música, sendo, acima de tudo, uma forma muito especial de se estar na vida.
Aprendi muito com este livro. Muito mesmo. Assumo que irá ser nos próximos tempos o meu livro de cabeceira. De vez em quando abrirei uma qualquer página e lerei só para ter o prazer de estar mais perto deste género musical.
O autor, Daniel Gouveia, abriu-me uma espécie de caixa de Pandora no que ao fado diz respeito. Agora quando o escutar estarei claramente mais sensível ao que for escutando.
Um livro que considero imperdível, nomeadamente para quem gosta de Fado!
É costume brindarem-me, no Natal, com uns bilhetes para Concertos de Natal que vão sendo tocados em Lisboa. Já vi diversos no CCB, tal como o deste ano, no Altice Arena e até já vi um no Teatro Tivoli em plena Avenida da Liberdade.
Para o Concerto deste ano não levava nenhuma ideia, até porque não saboa que receberia as entradas e muito menos tive tempo para fazer uma breve pesquisa.
Já estava no recinto quando percebi que a Orquestra Metropolitada de Lisboa iria ser dirigida por um maestro com origem no nosso país irmão, precisamente no dia da tomada de posse de Lula da Silva (terá sido mera coincidência?).
Não imagino quem escolherá as peças que irão ser tocadas num concerto, mas por aquilo que nos foi oferecido pelo maestro brasileiro Evandro Matté quero crer que este antigo trompetista terá escolhido algumas das músicas tocadas ontem à tarde no CCB.
Das dez peças previstas, cinco eram de compositores brasileiros do século XIX sendo as outras cinco de J. Strauss II.
O maestro teve o cuidado de ir intercalendo as músicas dos seus conterrâneos com as de Strauss, o que me levou para um concerto... diferente. Gostei essencialmente dos temas de Carlos Gomes que me pareceram muito bem trabalhadas.
Muitas vezes vamos a estes espectáculos para escutar o que já conhecemos. Desta vez aconteceu o inverso e fiquei bem impressionado com os compositores brasileiros.
Enfim um concerto muito diferente dos que já havia assistido. A orquesta, que eu já conhecia de outros concertos, manteve a grande qualidade dos músicos. Um aplauso!
Uma boa maneira de terminar o primeiro dia do ano!