Este é o relato de uma estória verdadeira que reflecte, no seu pior, a desorganização autárquica.
Há uns tempos juntei um conjunto de tarecos velhos que achei por bem deitar fora visto serem perfeitamente inúteis. Como eram demasiado volumosos para colocar no contentor do lixo telefonei para a junta de freguesia a perguntar quando passaria na rua a carrinha que leva estes inertes.
A resposta veio célere com a indicação para falar para outra entidade que supostamente seria responsável pela recolha desse lixo. Ligo para a empresa reconto o caso e de lá oiço a indicação due esse serviço é responsabilidade das Juntas de freguesia ou no limite das Câmaras. Bom... apostei numa última tentativa com a Câmara Municipal donde recebo a mesma resposta: responsabilidade das Juntas de Freguesia.
Sem mais questões peguei no lixo e fui colocá-lo ao lado do contentor respectivo.
No dia seguinte dei pelo barulho de colocarem coisas numa carroçaria e percebi que era a tal carrinha de inertes. Aproximei-me e identificando-me perguntei ao que parecia ser o responsável qual o número de telefone para onde deveria ligar para levantar este tipo de lixo. O cavalheiro perguntou-me se aquilo era meu e perante a minha resposta afirmativa disse-me que deveria ter contactado a JF. Sem mais mostrei-lhe o telemóvel e as chamadas feitas no dia anterior. Admirado com a resposta recebida percebeu que algo estava mal nos serviços da Junta.
Ora bem… hoje tive a necessidade de deitar um móvel que não sendo velho estava já estragado. Liguei para a Junta a saber qual o dia que passariam na rua para fazer o levantamento e de lá respondem: ponha junto ao contentor que eles passam e levam.
A confusão no seu... melhor!
Resumindo e baralhando: ninguém nas entidades autárquicas sabe bem para que servem certos serviços, sejam das Juntas de Freguesia ou das Câmaras, mesmo que aqueles sejam publicitados nos carros camarários. E assim vamos vivendo neste país!
Como costumo dizer: autarquias, uma desorganização bem organizada!
Voltei a escrever em 2015, em 2016 e o último postal em 2018.
A partir daquele último ano deixei de escrever porque percebi que ninguém ligava ao assunto ou se ligavam nada faziam.
Pois bem, neste ano balnear e nas praias que vou frequentando o lixo é muito menos que noutros anos. Das duas uma: ou houve alguma campanha de recolha de lixo ou então deve ter havido intervenção da edilidade.
Seja como for a verdade é que encontrei muitos menos sacos e plástico assim como garrafas e outro lixo.
Congratulo-me com isso!
Falta agora os fumadores não usarem a areia como cinzeiro!
Faz já parte do nosso quotidiano estival as notícias sobre os incêndios que todos os anos pintam de vermelho e depois de negro as nossas aldeias.
Muita gente aparece com teorias, mais ou menos diferentes umas das outras sobre a origem dos fogos. A teoria mais falada tem a ver com os pinhais poucos limpos de mato. Outros alinham na teoria do desalinhamento florestal plasmada num tipo de floresta altamente combustível. Há quem afirme a pés juntos que os interesses nos incêndios vão muito para além da madeira. Resumindo há teorias para (quase) todos os gostos.
Diria que os fogos são um pouco de cada de umas destas teorias e de outras, sejam elas estapafúrdias ou plausíveis.
Aproveito este meu espaço para outrossim apresentar a minha teoria. Provavelmente também idiota, acrescento! Há trinte e muitoas anos visitei um pinhal (que ainda existe e resiste) do meu falecido sogro. Herança de família, aquela pequena floresta - somente 3 hectares - cresceu espontânea e anormalmente desordenada, já que de terra de cultivo foi paulatinamente sendo abandonada a uns rendeiros que só queriam tirar de lá rendimento sem investir um cêntimo. Para além deste desordenamento a mata era vazadouro de inertes que muitos aldeões ali despejavam sempre na calada da noite. Desde animais mortos a sofás velhos ou frigoríficos, tudo por ali se podia encontrar… Então garrafas de vidro… eram aos montes.
Perante esta lixeira a céu aberto, falei com o meu sogro e avisei-o que aquele lixo era um perigo pois facilmente ali se poderia iniciar um incêndio. Vai daqui o meu sogro contratou um homem que com uma máquina própria juntou todo o lixo que encontrou espalhado no pinhal, num monte. Naquele tempo a reciclagem era uma miragem e assim abriu-se uma cova bem funda e enterrou-se todos os inertes. (Nem imagino o que pensarão daqui a milhares de anos os arqueólogos sobre esta cova!!!).
Certo é que passam os anos e aquela mata ainda não ardeu, mantendo-se limpa e sem lixo. Sorte? Quiçá!
Resumo da teoria: não façam da mata uma lixeira a céu aberto e provavelmente haverá menos pontos de ignição!
Há muito que defendo a solução Novaiorquina de não se fumar na rua, nomeadamente em esplanadas, parques ou praças, não obstante o ar livre.
Em Portugal tirando alguns restaurantes, pastelarias e bares a rua tornou-se o sítio ideal para fumar. Em tempos referi o elevado número de pessoas que se concentram à porta dos seus locais de trabalho para queimarem o seu cigarro (e os pulmões). Adiante...
Ultimamente tenho dedicado as manhãs a passear a minha neta. O destino é quase sempre o mesmo: o parque infantil. Aqui há um escorrega, dois baloiços e outros apetrechos para a brincadeira. O chão é de uma matéria quase mole que não magoa as crianças nas normais quedas. São quadrados perfeitos encostados uns aos outros, quais ladrilhos.
Porém há entre eles alguns espaços onde se depositam areias, muitas folhas secas das árvores que rodeiam o parque e... demasiadas pontas de cigarros. Um horror!
Ora uma criança é um ser curioso por natureza e vai daqui aquele rolo pequeno no chão que quase se assemelha ao giz que tem em casa é um chamariz (rima e é verdade!!!). De tal forma que num ápice a minha neta apanhou uma ponta de cigarro do chão para brincar.
Rapidamente a tirei da mão e avisei-a para não apanhar aquilo do chão pois era sujidade (ela já entende estas coisas, mulheres!). Voltou para o escorrega enquanto eu fui tentando perceber a quantidade de beatas espalhadas no chão de um parque infantil que poderia ter muita coisa menos... cigarros.
Ainda me custa entender como uma mãe ou pai acompanham as suas crianças ao parque de cigarro em punho. Para depois o largarem no local onde as suas crianças e as dos outros irão brincar!
Mais um belo de um fim de semana e mais uma jornada de limpezas. Revirou-se uma divisão que servia de despensa pois deu-se conta que algumas paredes, nomeadamente as encostadas à terra, estavam a descascar partindo-se do princípio que será um problema de humidade.
Posto isto foi superiormente decidido (que eu nestas coisas não me meto até porque legalmente a casa não é minha!) forrar a dita despensa com mosaico aproveitando a presença ainda dos homens que andam a mudar a fachada da casa.
Portanto como calculam desde sexta feira e até hoje foi uma reboliço nesta casa acima de tudo pautando a actividade na escolha do que poderá ser necessário e do que obviamente superfluo e que ocupa espaço.
Contas feitas muita coisa para reciclar desde electrodomésticos velhos e estragados, a tachos e panelas mais amarrotados que o meu orçamento familiar, a sacos de plásticos velhos, a caixas de papelão... enfim um ooceano de lixo sem utilidade a não ser... ocupar espaço.
Daqui resultou um sem número de vezes que fui ao ecoponto deixar plásticos, vidros, papéis de forma a que tudo se recicle.
No entanto mantenho uma dúvida que é perceber para onde irá todo este lixo que vou depositando nos ecopontos... Tal como os equipamentos electricos que entrego nos locais apropriados. Que lhes farão?
Esta manhã fui despejar o óleo que se usou para fazer os fritos cá em casa no local próprio de forma a ser reciclado. Passei por vários pontos de reciclagem que estavam repletos.
Tão cheios que as pesssoas deixaram os papéis de embrulho, as caixas de vinho, as garrafas vazias, as embalagens de plástico tudo ao redor dos ecopontos!
Ora a chuva e o vento de ontem acabaram por espalhar parte do lixo natalício.
Todavia o pior estaria para vir (e ver) quando a meio da manhã deparei com um carro grande da Câmara a retirar o lixo de uns buracos feitos no chão para o efeito. Só que das duas uma: ou os sacos são fracos e pouco resistentes ao peso ou o manobrador é pouco qualificado. Certo, certo é que o chão ficou, também ele, repleto de todo o tipo de lixo quiçá colocando em causa a saúde pública.
Fosse de uma coisa ou de outra as ruas da cidade estavam esta manhã deveras sujas.
Resumindo: as pessoas não conseguem guardar por mais um dia o lixo reciclável de Natal preferindo deixá-lo na rua ao "Deus dará". Já o outro... parece definitivamente mais complicado.
Talvez por isso tenho um compostor no quintal onde deposito a maioria do lixo doméstico e orgânico. Para mais tarde se rirem as couves ou os tomateiros...
Regressei hoje à praia após ontem ter feito uma visita relâmpago apenas para caminhar à beira-mar.
Cheguei relativamente tarde, mas a frescura da manhã não criava qualquer apetite para ir mais cedo. Ainda assim aterrei no areal pouco depois das nove e meia da manhã.
Montei o meu estaminé que corresponde ao chapéu de Sol, ao saco com as toalhas e às sandálias. Por fim eis-me à beira-mar para mais uma belíssima caminhada.
Fui e vim numa hora e um quarto, tendo feito 6 quilómetros e sessenta metros. Indicação dada pelo "gps" do telemóvel.
Saí da praia já passava do meio-dia e neste par de horas que estive a banhos constatei:
- o confinamento... já era! À hora que saí a praia estava cheia!
- a proibição de jogar à bola na praia não está implementada!
- as pessoas continuam a caminhar aos magotes muito juntas umas às outras!
- contei apenas duas pessoas com máscaras (reconheço que eu também não tinha)!
- o areal está a ser literalmente invadido por espreguiçadeiras (bem caras por sinal) não deixando espaço para os restantes veraneantes colocarem as toalhas! Um autêntico abuso!
- o lixo continua a invadir as praias sem que ninguém o apanhe! Da próxima vez lá terei de levar luvas e saco de plástico!
- e por fim e na sucessão da evidência anterior encontrei pelo menos três máscaras no chão.
Há uns tempos adquiri, um pouco contra vontade, um pedaço de terra rústica contíguo a um outro que já é meu. A aquisição não foi cara e fi-lo acima de tudo pelo barril de pólvora que aquilo parecia ser, já que havia muitos anos que não era amanhado.
Assim que entrei no acordo com a ainda dona (não fiz escritura de compra!!!), logo arranjei um grupo de sapadores para intervirem no terreno no sentido de o limparem do mato de anos.
Hoje andei por lá também. Desta vez preocupei-me em apanhar o lixo urbano que fui encontrando. Demasiadas coisas para um pedaço de terra tão pequeno.
Que o lixo é desagradável já toda a gente tem consciência disso. Todavia livrar-se deste tipo de inertes nos terrenos dos outros é que sinceramente não me parece algo de que alguém se orgulhe.
Regresso a uma problemática que todos os anos, mais ou menos por esta altura, aqui trago.
Refiro-me naturalmente à praia e à forma como esta se mantém repleta de lixo.
E a exemplo dos outros anos, os três veraneantes que constituem neste momento o clã, vão teimosamente limpando a praia.
À frente de toda a gente!
Sejam nadadores-salvadores, pescadores ou meros utilizadores da praia, certo é que muitas vezes me debruço junto deles, para apanhar mais um saco, um copo de plástico esmigalhado, uma simples garrafa de vidro ou uma lata.
Percebo-lhes um olhar estranho e confuso nestes nossos gestos. Mas há muito que perdi o medo das minhas atitudes.
O ambiente merece este nosso esforço... Para bem dos vindouros!