Aquilo que deveria ser unicamente um jogo de futebol entre equipas inglesas, mesmo que uma final europeia, deveria ter sido jogada na Grã-Bretanha. Evitar-se-ia com esta opção uma série de problemas logísticos, essencialmente com a deslocação de adeptos e as anormais consequências.
É por demais sabido que os ingleses tão educados no seu país, destrambulham fora dele. E para isso basta somente uns copitos de cerveja ou de vinho para cairem em acçções riículas e violentas.
Vivemos tempos estranhos, todos o sabemos. Há limitações de saídas, obrigatoriedades de uso de máscara, horários de venda de alcool e mais um sem números de imposições governamentais com as quais temos de viver diariamente, concordemos ou não com elas!
Por tudo isto o que aconteceu no Porto e não deveria, pareceu-me mais uma vez um vergar de costas do nosso Estado aos ingleses, à UEFA e, acima de tudo, aos interesses económicos da cidade Invicta, obviamente liderados pelo seu Presidente da Câmara.
Entendo que a edilidade deve defender os interesses da cidade, mas deve. acima de tudo. cuidar. Numa altura destas quando todos estamos cansados de confinamento e restrições é com alguma tristeza e injustiça que vejo os adeptos ingleses na Ribeira Portuense em alegres festas, enquanto os portuenses ficam em casa. Impensável!
As consequências reais destes ajuntamentos ninguém as imagina. Mas se forem nefastas gostaria de saber a quem deveremos pedir as contas? À CMP, à UEFA, ao Governo ou, sei lá, no limite aos próprios habitantes do Porto?
Recebi hoje no meu telemóvel um pequeno filme que me escuso a mostrar, essencialmente pelas cenas degradantes que ali se vêem.
Na cidade Invicta, onde se realizou uma final europeia de futebol, um conjunto de adeptos ingleses, calculo eu, mostraram como o futebol não deve ser. Cenas de pancaria, cadeiras a voar e o velho espírito "hooliganista" a reaparecer.
Não imagino o que terá acontecido a seguir, nem mesmo se a polícia teve alguma intervenção.
No entanto se eu mandasse alguma coisa neste pobre país, tentaria identificar todos os intervenientes e colocaria-os numa lista de gente proibida de entrar em Portugal durante muitos anos.
Se querem andar à pancada façam-no no seu país, nas suas cidades, nos seus bairros ou até nas suas ruas.
Ao invés do que os adeptos preferem o futebol há muuuuuuito que deixou de ser um desporto tão-somente, para se tornar um negócio de muitos, mas muitos milhões.
Certo é que os clubes foram-se endividando para que pudessem comprar mais aquela estrela, sempre no intuito de o retorno fosse desportivo, mas outrossim financeiro.
Obviamente não estou a escrever nada que não se saiba desde há muito.
O problema cresceu quando a pandemia covídica tomou conta das nossas vidas originando entre muitas inibições, o não ser possível jogos com adeptos no estádio. Portanto os lugares que eram geralmente (bem) pagos pelos sócios passaram a estar vazios e os clubes deixaram de ter essa receita.
Sem outras grandes receitas os clubes continuaram a ter a mesma despesa com os seus atletas. Adivinha-se que o resultado das contas… Bateram rapidamente no vermelho.
Esta semana surgiu com a bomba da criação de uma Superliga Europeia por alguns dos maiores clubes europeus. O que é curioso pois geralmente são os pequenos que se revoltam contra os grandes, quando desta vez foram os grandes que se abespinharam contra a UEFA.
Foi o pânico, a ignomínia, o caos.
Os órgãos da UEFA e FIFA apressaram-se a apresentar eventuais castigos aos clubes que alinhassem nesta bravata. Os governos, antigos atletas, treinadores também eles vieram a publico falar contra. Assim como os adeptos que se manifestaram.
Parece que hoje tudo se alterou já que quase todos os clubes envolvidos recuaram no desejo de participarem nessa tal Super Liga. Portanto a dita montanha pariu um rato…
Todavia sinto que nada ficará como dantes. Nem os clubes perante os seus adeptos, nem a UEFA perante os clubes envolvidos. A confusão está definitivamente instalada.
Fica, no entanto, a ideia de que este projecto estava morto à nascença. O que estes clubes fizeram foi um “lançar de barro à parede” a ver se a coisa pegava, pois não acredito que os mentores desta tentativa de golpe no Estado que é o futebol europeu e mundial, não calculassem previamente os anticorpos que iriam originar.
Porém insisto na ideia que da montanha não saiu um rato, mas quase de certeza algo muito maior.
A UEFA e a FIFA também já devem ter percebido isso!
Estou cada vez mais convicto que a UEFA quer “à força toda” uma Final da Liga dos Campeões com clubes espanhóis de maior relevo. Isto é, um duelo europeu entre Cristiano e Messi. E esta intenção tem muuuuuuuuitos anos.
Os (poucos) interesses desportivos e os (muitos, demasiados) interesses financeiros, estão obviamente na origem desta férrea vontade do órgão máximo do futebol europeu. Não calculo sequer os valores assombrosos que andariam à volta de um jogo destes. Mas não só...
Acredito que a UEFA deseja afincadamente esta final para finalmente colocar Messi num pedestal mais elevado que Cristiano.
Mas para tal aquele órgão necessita que ambos os clubes consigam chegar à dita Final. Ora em anos anteriores tanto o Real como Barcelona têm chegado às semifinais e ás finais mas curiosamente nunca ambos no mesmo ano.
Tudo isto para explicar o quê?
Ontem estive em Alvalade com mais 48274 adeptos e vi um Sporting a ser massacrado por um árbitro que, enquanto a equipa blaugrana não marcou, não deixou de atemorizar os jogadores do Sporting. Qualquer toque num jogador da cidade condal, o atleta leonino era logo admoestado com a cartolina amarela. Um manual de como não se deve arbitrar.
Fiquei ainda com maior impressão quando após o golo de Barcelona o árbitro deixou de apitar tanto. Geralmente nunca perco a cabeça no estádio, todavia ontem perdi as estribeiras, pois jamais vi um juiz a preceder desta forma. Comentei que a ser daquela maneira o Sporting não acabaria com os onze jogadores. Mas Coates teve aquele azar e a partir daí tudo acalmou.
Nem imagino sequer o que faria novamente o árbitro se Bas Dost ou Bruno Fernandes tivesse marcado o golo do empate.
Tudo isto para explicar que se ontem estivesse no campo um juiz competente, provavelmente não estaria a escrever este texto.
Esta noite em Cardiff defrontaram-se duas grandes equipas de futebol na final da Liga dos Campeões.
Curiosamente entraram em campo a equipa com o melhor ataque - o Real Madrid - e a equipa com a melhor defesa - a Juventus, deste torneio.
Por isso, antes do jogo iniciar previ, só para os meus botões, que a vitória seria capaz de sorrir a Cristiano e companheiros, mas apenas pela margem mínima.
Enganei-me redondamente. Após uma primeira parte muito bem jogada com um golo para cada lado - o italiano então é de se tirar o chapéu - veio a segunda parte com posturas em campo completamente diferentes. O Real pegou no jogo e qual torniquete apertou com a defesa da Juve, que não resistiu e encaixou mais três golos, conquistando assim a equipa merengue a sua décima segunda Taça dos Campeões.
O campeão europeu de selecções, Cristiano Ronaldo, marcou dois golos e foi mais uma vez o melhor marcador do torneio. E caminha, claro está, para a sua 5ª bola de ouro.
Só tenho pena de Buffon. O veterano guarda redes transalpino não merecia esta derrota. Definitivamente.
Por fim entre um bom ataque e uma boa defesa... parece que o ataque levou a melhor.
É sabido que gosto muito de futebol. Mas o futebol como desporto e não somente como angariador de (enormes e estranhos) interesses económicos.
Tenho a perfeita noção de que actualmente este desporto é uma indústria muito poderosa. Tão poderosa que verga estados e todo o tipo de gente em escrúpulos à vontade dos milhões que aquela indústria gere.
Um dos casos paradigmáticos do que acabo de dizer foi o que se viu ontem na bela cidade de Milão. Duas equipas disputaram uma Final da Liga dos Campeões de futebol sem que nenhumas delas tivesse sido campeã na época passada. E neste caso aconteceu uma final entre clubes do mesmo país.
Em termos meramente teóricos, à Liga dos Campeões só deveriam aceder de forma directa as equipas cujos campeonatos venceram. Ora se assim fosse muitas equipas de primeiro plano mas que não haviam vencido os torneios internos ficariam fora desta competição. Alguém imagina a próxima LC sem Real, Manchester City, Arsenal ou Nápoles?
Pois… é com base na premissa de que a LC deve ser competitiva é que entram nesta competição equipas não vencedores dos respectivos campeonatos. Mas não só… Os milhões oriundos da UEFA são também uma razão concreta para este formato da Liga dos Campeões.
Para no fim sair uma final como a de ontem.
Uma final pobre sem grandes motivos de interesse, a não ser as grandes penalidades que acabaram por decidir o vencedor.
E é aqui que sinto que o futebol perdeu alguma da sua essência como desporto-rei. As equipas participam numa quantidade tão imensa de jogos que não sobram dias. Depois alguns jogadores têm outrossim as selecções dos seus países, o que contribui para que um atleta possa, no final de uma época, ter feito mais de sessenta jogos.
Por isso as entidades mundiais que gerem o futebol não permitem que um jogo empatado ao fim de 120 minutos não possa terminar sem um vencedor.
Entendo que mais um jogo levaria a uma repetição de uma logística, já de si pesada, e com os inerentes imensos custos. E depois se existisse novo empate? Far-se-ia novo jogo?
As questões que levanto já foram obviamente analisados por especialistas mas ainda assim receio que a solução encontrada não tenha sido a melhor, pois num final de jogo, quando os corpos dos atletas estão completamente derreados com o esforço despendido, obrigá-los a marcar grandes penalidades parece-me um tanto injusto para todos os atletas.
Porque marcar uma grande penalidade durante o decorrer do encontro não é a mesma coisa que no final de 120 minutos.
Enfim, para terminar digo apenas que se os americanos mandassem no futebol mundial já teriam arranjado uma (boa) solução.
Quem diria que após o empate com golos em Paris, o Chelsea se deixasse surpreender pelos gauleses de Laurent Blanc?
Todavia o futebol é fertil em situações destas e José Mourinho tinha a obrigação de saber isso.
Não vi o jogo todo, mas por aquilo que pude assistir, o último vencedor da Taça da Liga Inglesa foi demasiado displicente. Mesmo a jogar contra dez o Chelsea nunca foi capaz de se libertar do espartilho com que os franceses "envolveram" os comandados de Mourinho.
Assim mais um ano em que o setubalense fica sem ganhar a Champions League. E desta vez a culpa foi unicamente da sua equipa!