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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

É só mais um 25 de Abril!

Hoje comemora-se mais um 25 de Abril. Vermelho, mas sem corantes nem conservantes (como brincavam naquela altura os anarquistas!)

Li há muitos anos que a história dos acontecimentos só se começa a fazer ao fim dos primeiros 50 anos. Portanto estamos a um disso acontecer.

Independentemente de mais 12 ou menos 12 meses a história daquela quinta-feira não se muda, por muito que tentem.

Hoje e com o actual panorama político pergunto-me muitas vezes se foi para isto que se fez aquele golpe de Estado, celeremente aproveitado pelo PCP para lhe chamar uma revolução. Diria que naquela altura nada percebia de política e muito menos imaginaria aquilo que iria acontecer muitos anos mais tarde.

A 11 de Março de 1975 o governo da época aproveitou umas escaramuças para fazer valer a sua ideia progressista e estatizante com a nacionalização de grandes empresas, bancos e seguradoras. Com os custos que mais tarde haveríamos de pagar!

O 25 de Abril poderia ser um marco MAIS positivo se tivéssemos uma classe política competente, com visão de futuro e focada no país! Porque o que temos são jotinhas (os senadores ou são demasiado velhos ou então já morreram!) fabricados nas concelhias partidárias, muitos deles sem sequer penetrarem a fundo no mercado de trabalho e que num ápice surgem no topo dos partidos. Conheço diversos e dos vários quadrantes políticos.

Se Salgueiro Maia e outros camaradas de armas que já partiram estivessem vivos agora, com toda a certeza que se sentiam desiludidos com o caminho que este país levou! Não me falem que prevalece a democracia pois esta também já tem os dias contados.

Basta que continuem a dar à direita azo para que tal aconteça!

Ser feliz: será sempre uma luta!

Há uns dias ouvi alguém dizer que "só se é plenamente livre se conseguirmos, durante o dia, dedicarmos tempo àquilo para a qual nos sentimos vocacionados".

Quase concordo com esta ideia. Mas o que faz desviar da total concordância prende-se com aquela nossa dúvida em que nos perguntamos: estarei inteiramente vocacionado para isto que estou a fazer?

Somos seres inundados de dúvidas e de incertezas. Queremos por isso antecipar o futuro, preferencialmente entendê-lo e acima de tudo tentar adivinhá-lo. O cerne é que este não está na sua totalidade nas nossas mãos. Haveremos de vivê-lo, quiçá até influenciá-lo alguma coisa, mas pouco mais.

Quando trabalhava costumava dizer: não faço o que gosto, mas gosto do que faço! Parece uma parvoíce, mas está longe de ser uma imbelicidade, sendo mais uma evidência lógica. Assim no meu tempo de activo "não fazia o que gostava" porque sentia que poderia ser muito mais útil noutra função. Mas aquilo que era a minha normal actividade era algo em que me sentia bem ao fazê-lo "mas gosto do que faço"!

Viver feliz diariamente obriga-nos a uma espécie de bravata contra muita coisa que nos rodeia. Mas valerá sempre a pena lutar!

Sempre!

A liberdade que (não) temos!

Inicio com uma laracha muito velha:

Um homem passa por outro e cumprimenta:

- Adeus amigo mio!

O outro espantado com o cumprimento deduz:

- Amigo mio? Ora o gato mia, o gato come o rato, o rato come o queijo, o queijo vem da cabra, ai o patife o que ele me chamou!

 

Desde o 25 de Abril de 1974 que vivemos em democracia, com direito a falar e a escrever sem estar sujeito à censura de outros tempos. Já para não falar de direitos e deveres  constitucionalmente aprovados. Portanto somos um país livre. Certo? Errado!

Diariamente somos invadidos por notícias em que o direito de cada um é posto em causa por outros que, supostamente, se valem da sua posição de força.

O problema reside na noção daquilo que é verdadeiro ou apenas desconfiança. Não saber fazer esta diferenciação é que torna a actual sociedade um local inseguro onde podemos ver atrás de uma simples e inocente palavra... um acto criminoso.

Dou um exemplo: se for na rua com a minha neta de três anos e alguém disser a cachopita é bonita, poderei pensar que a pessoa está a assediar a criança? Obviamente que não pensarei assim, mas porque sou eu e não vejo em cada expressão um dichote! No entanto há quem pense o inverso e possa considerar até ofensivo.

Na actual República Portuguesa a liberdade já não existe como outrora. Ou melhor... se eu pretender dizer o que penso sobre um determinado assunto arrisco-me a ser vilipendiado por uma turba agarrada a estranhos ideais e cerceando diariamente a nossa liberdade.

Hoje todo o cuidado é pouco com aquilo que se escreve ou diz. Ter tento na língua (e nos dedos!!!), não vá alguém escutar e ler coisas absurdas que ninguém disse ou sequer pensou!

Volto à laracha inicial... quando um homem apenas cumprimentou o outro!

Um país (obviamente) perdido!

Daqui a ano e meio comemorar-se-á meio século de... democracia. Já a tanta distância a falar disso? Perguntar-me-ão.

Bom diria que com o que estamos a assistir diariamente a tal democracia nascida em 74 tem sido a capa legal para todo o tipo de negócios e negociatas envolvendo empresários, políticos, autarcas e demais cidadãos.

Sinceramente a culpa não é totalmente daqueles que ganham dinheiro, fama e acima de tudo poder, à custa das trocas de influências, mas em grande parte de um povo que continua apático, amorfo, insonsso no que a este tipo de gente diz respeito.

Tivéssemos todos nós a bravura de outros povos e provavelmente muitos que agora aparecem envolvidos, mais aqueles que nunca ficaremos a conhecer, jamais ganhariam o que ganharam.

Recordo a este propósito uma conversa que escutei entre dois empresários há mais de 40 anos. Estávamos em vésperas de eleições legislativas e um deles perguntou ao outro, em tom de brincadeira, em quem iria votar. O interpelado foi célere na resposta dizendo que iria votar no PS porque com este partido a corrupção era muito mais barata. Estávamos em 1980!

Pergunta: mudou alguma coisa desde lá?

Continuamos tão brandos como sempre e somos cada vez mais incapazes de dar a este país uma sociedade realmente justa e evoluída! Como nos foi (e ainda nos é!!!) prometida!

Volto às comemorações que daqui a pouco mais de um ano se realizarão. Elogiar-se-á nessa altura a conquista da democracia, da liberdade ou da justiça em Portugal. Discursos que só servirão para continuar a enganar o povo luso, sempre tão crente nas bonitas palavras.

Pois é... na realidade sabemos que isso da verdadeira democracia só existe nos países onde os políticos reconhecem nos eleitores, que democraticamente os elegeram, dignidade e razão. Dois chavões fantásticos, mas que em Portugal são apenas sinónimos de... fantasia linguística!

A tua liberdade deixa-me preso!

Vivi o 25 de Abril de 1974 como muitos portugueses. Na realidade naquela altura e durante uns dias ainda houve algum receio de que tudo retrocedesse.

Creio que foi no primeiro 1º de Maio que comecei a convencer-me que Portugal havia ganho a batalha contra um regime autoritário e déspota. A liberdade havia sido alcançada, com a ajuda dos Capitães de Abril, mas acima de tudo com a convicção popular que este teria de ser o caminho para um país diferente, para melhor.

Falava-se então de liberdade à boca cheia.

Liberdade para rir, chorar, barafustar ou aplaudir.

Liberdade para dizer o que mandava o coração.

Liberdade para revindicar e negociar.

Liberdade para manifestar.

Liberdade para cada um de nós ser livre à sua maneira.

Ora passados 48 anos pergunto-me se hoje sou tão livre quanto fui naquela altura? Sinto sinceramente que não.

Há nos nossos dias uma liberdade controlada por gente que nunca viveu em ditadura e que se considera dona da verdade absoluta (o regime antes do 25 de Abril também pensava assim!).

O que equivale dizer que para eles a minha prisão de pensar, falar, escolher é a sua própria liberdade!

Infelizmente não foi para isto que se fez o 25 de Abril!

Praia: a liberdade aqui tão perto!

Noto este ano maior afluência às praias. Não é uma critica a ninguém, unicamente a constatação de um facto.

Nos outros anos algumas praias enchiam-se, mas algumas continuavam quase vazias. Neste Verão encontro quase todas as praias repletas.

Enquanto fazia a minha costumada caminhada matinal pelo extenso areal dei por mim a tentar perceber as razões de tanta gente... Só que a resposta estava ali à minha frente e aos olhos de toda a gente.

Na realidade toda a polulação enquanto estiver fora do areal temá que usar máscaras, tem de manter o distanciamento social e deixar-se de beijos e abraços. Porém junto à beira-mar todas estas regras superiormente emanadas deixam de fazer qualquer sentido ou melhor ninguém as respeita.

Assim consigo andar quilómetros sem ver ninguém de máscara colocada (há quem as utilize no braço - faz sempre jeito - ou debaixo do queixo - lugar também muito próprio para a dita!!!), constato grupos de pessoas todas muito juntas em alegre confraternização e assim como aqueles beijos e braços entre amigos que ocasionalmente se encontraram na praia, atletas a jogarem qualquer coisa parecido com futebol, pares a arremessarem bolas uns aos outros, escolas de surf em profusão com muitos alunos... Sobram por fim as esplanadas alargadas a ocuparem indevidamente grande parte do areal!

Por tudo isto entendo a fuga das pessoas para a orla marítima: é a pura liberdade ao dispor de todos.

Falar, escrever e liberdade!

Como posso viver a minha liberdade se não posso falar como sempre falei ou escrever como sempre o fiz?

Muitas vezes surge esta questão no meu espírito, assaz rebelde. Adormeço amiúde sobre esta problemática para acordar consciente que estamos a regredir em termos de liberdade. Especialmente verbal e escrita.

O que disser hoje pode ser altamente mal interpretado e ser até alvo de gravíssimas acusações pois alguém descobriu que no meio da minha inocente frase eu tentei atingir outrém.

Mais do que nunca o cuidado com o que dizemos ultrapassou a normalidade já que nem somos donos das nossas próprias palavras. Pensemos, mas não devemos proferir. Portanto uma censura camuflada de bons costumes...

Não imagino o que pensaria o malogrado Otelo Saraiva de Carvalho desta nova regra, mas certamente não terá sido para acabar neste exercício que aquele pensou e executou o 25 de Abril de 1974.

Andamos com a nossa liberdade ameaçada (e não é só devido à pandemia!!!), mas já ninguém se importa!

Liberdades em causa!

Ultimamente dou por mim a olhar para a inocente que ora alegra os meus dias e pergunto-me: o que será do futuro desta criança?

O problema não reside nos educadores, mas unicamente na forma como o que estará para vir, surgirá na vida desta menina. Desta e todas as outras meninas e meninos que sem imaginarem e sem se aperceberem irão crescer e ser educadas sob um regime quase totalitário, tal é a força das imposições que nos são obrigatoriamente propostas.

Algumas teorias da conspiração iniciaram com a ideia de que esta pandemia foi criada para acabar como os mais velhos, quando agora assumem a pés juntos que este problema de saúde que atravessa todo o planeta foi criado para cercear as liberdades.

Pela minha parte não creio em nenhumas das teorias, mas reconheço que alguns países se estão a aproveitar da situação para limitar alguns direitos fundamentais (até pareço alguém do PCP a escrever!!!).

Acreditem ou não a liberdade que tanto presamos está a ser posta em causa. Seria bom que acordássemos, o mais cedo possível, desta letargia.

É que um destes dias será tarde demais.

 

25 de Abril... sem liberdade!

Hoje é dia 25 de Abril, feriado nacional, denominado "Dia da Liberdade". Curioso penso eu.
Num ano que que nos foi vedado sair de casa, de visitar os familiares no hospital, de beijar pais e mães, de ir a um simples baptizado ou casamento, comemorar algo que durante muitos meses não tivemos é deveras estranho.

Eu sei que a pandemia (e o governo) nos obrigou a vivermos neste estado desesperado e caótico. Mas comemorar o que se conquistou há 47 anos e que agora não temos é assim um bocado a brincar com o povo.
Não se admire, por isso, o governo e outros políticos do seu "estado de graça" estar em queda, que os portugueses estejam cada vez mais descrentes da política e dos políticos e que a abstenção seja cada vez maior.

Num dia como este o governo e outras organizações deveriam pelo respeito que o povo merece, deveriam repito, escusar-se de fazerem quaisquer comemorações. Porque se eles têm liberdade para o fazer... o povo não tem.

E assim sendo não somos um povo livre. Não sendo livre comemora-se hoje o quê?

De carta me vesti…

Jamais me lembraria de escrever sobre este tema, mas a Mula e a Mel lançaram a ideia e assim vamos lá dar corda aos sapatos (leia-se escrever).

Fico a pensar que se fosse uma carta que género de missiva gostaria de ser.

. Uma carta transbordando ternura, carinhos e onde se destaca a palavra amor?

- Uma de desamor anunciando tristezas e amarguras e à qual se acrescenta traição?

- Uma carta de reconciliação onde se reveem os erros e transpira desculpa por todo o lado?

- Uma carta triste, cinzenta e onde se lê a morte?

- Uma carta florida, iluminada por uma estranha luz a que chamamos vida?

- Uma carta branca com letras petras e que diz: deve?

- Uma carta pesada, lenta e onde a incerteza aguarda?

Talvez não queira ser nenhumas delas e apenas deseje ser uma simples folha branca de papel, onde possa escrever uma só palavra e no final poder ler:

Liberdade!

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