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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Encontro (quase) imediato!

1 Foto 1 texto

Resposta a este desafio!

Continuo na segunda temporada deste ano, à azeitona. Entre muita chuva, chuviscos e dias de algum calor tenho apanhado de tudo.

Mas uma das coisas que me agrada na azeitona será o meu contacto próximo com a Natureza. Por aqui facilmente se encontram "Louvadeus" misturados no meio da rama da azeitona, aves de rapina que circulam no ar a próxima vítima, esquilos no cimo dos sobreiros e facilmente damos de caras com javalis.

Hoje foi um dia desses maravilhosos em que acidentalmente tive um encontro imediato com a fauna selvagem. E quando escrevo selvagem não é com qualquer sentido negativo, bem pelo contrário.

Dito isto andava eu a mudar o meu equipamento de apanha para um terreno mais alto quando dei conta de algo a mexer num degrau. Não entendo como ali apareceu, mas fiquei vidrado neste anfíbio.

ra.jpg 

Não macei muito esta rã pois sou a favor da sua liberdade.

Mas reconheço que foi um encontro (quase) imediato!

Democracia e liberdade

Tenho na liberdade pessoal o maior dos valores humanos. Porém o problema da liberdade de cada um é que esta poderá chocar com a liberdade dos outros. Esta é uma ideia generalizada e com a qual temos diariamente de saber lidar.

A democracia não sendo um sistema político perfeito será de todos o menos mau! Até porque a democracia obriga-nos, muitas vezes, a ter de aceitar algo de que não gostamos. Mas neste jogo da política haverá sempre vencedores e vencidos, que eventualmente amanhã mudarão de lugar. Faz parte de uma sociedade que sabe lidar com as diferenças.

Entretanto a liberdade acarreta consigo outra palavra. Chama-se responsabilidade, de tal forma que não podemos desassociar uma ideia da outra. Dito de outra maneira... a minha liberdade sem responsabilidade pode não ser benéfica para ninguém nem mesmo para mim.

A democracia tem também algumas regras. Que todos, mais ou menos, têm conhecimento. Aceitá-las é meio caminho para se viver em harmonia com os outros que pensam diferente de nós e, acima de tudo, para se viver em paz com o nosso próprio pensamento. Tudo o que seja o inverso disto pode ser muita coisa menos democracia.

As manifestações de rua, os comícios, as arruadas fazem parte da normal democracia e obviamente da liberdade. Mas deixam de ter impacto quando entram no âmbito do prejuízo pessoal e/ou institucional.

O caso das diversas paralizações a que a Vuelta em Espanha sofreu, culminando com o cancelamento da etapa de hoje consgrando os ciclistas em Madrid é um dos (maus) exemplos onde a democracia conflitua com a liberdade. Todos aqueles que no meio da estrada ousaram parar a Vuelta não angariaram mais adeptos para a causa da Palestina. Calculo eu!

Defensor como sou da liberdade e da verdadeira democracia pluralista, jamais poderei concordar com o que foi feito em Espanha e que todos podemos observar. Percebo que queiram alertar o Mundo para o problema palestinianoe do genocídio em Gaza, mas... 

O Mundo é neste preciso instante um local demasiado perigoso e assaz inseguro. E estes actos não acarretam definitivamente mais paz nem mais liberdade.

E muuuuuuuito menos são uma forma de democracia.

Opinião desnecessária?

Dizem que em Portugal se vive em liberdade. Mas sinceramente esta parece-me cada vez mais com aquela promoção de uma grande superfície, pois está sempre com desconto, mas nunca se encontra.

Dito isto a liberdade de ter opinião não deveria ser apanágio de uns iluminados que se perpetuam pelas televisões e jornais debitando chavões incongruentes e sem lucidez. Todavia o pior não são os comentadores sejam eles bons ou maus, mas os responsáveis directos pelos programas. Talvez por isso o Professor Medina Carreira nunca teve direito a horário nobre.

Ora bem... um amigo meu escreveu um texto de opinião para ser publicado em determinado jornal como já haviam sido outros textos, sempre bem aceites. A verdade é que este levou a chancela de... dispensável e assim o artigo de, repito, opinião ficou por publicar.

O texto está muito bem escrito e aponta para uma série de ideias assaz lúcidas e que são, mais ou menos, conhecidas do povo. O autor sentiu-se defraudado com a recusa e enviou-me o dito artigo de opinião no sentido de que eu lhe desse umaa opinião sincera. Li e reli não achando nada ofensivo para os visados, já que se trata de uma opinião e não mais que isso!

Com a devida autorização do autor segue infra o texto de opinião recusado!

HDT – os Herdeiros Disto Tudo

Houve um tempo ainda não distante em que Portugal era regido por um DDT – Dono Disto Tudo. Aquele a quem o cognome era atribuído nunca o assumiu, apesar de dele fazer largo uso prático. No entanto, o DDT foi apenas um caso particular dos generalizados Herdeiros Disto Tudo (HDT) nacionais. Se a sigla é diferente, e os segundos mais discretos e tolerados, não deixam de criar os mesmos problemas à nação.

A teoria reinante é a de que vivemos numa democracia moderna, com mérito e igualdade de oportunidades – ou no máximo com debilidades e margem para melhorias. Na prática, o cidadão comum sabe que a mobilidade social em Portugal funciona com a regularidade de um comboio da CP a que além das greves ainda se cortaram os cabos elétricos e se acionou o botão de alarme. O elevador social no nosso país é mais lenda do que realidade, mais aspiração do que prática. E, no entanto, continua a ser vendido como um facto indesmentível – um pouco como as promessas de investimento em saúde ou transportes públicos, que apesar de muito apregoadas, raramente deixam marca visível em quem deles poderia usufruir.

O caso da Spinumviva, que nos empurrou para eleições em maio, é exemplar. Não pelo sucesso ou insucesso da mesma, mas porque representa com clareza cristalina a herança como critério de gestão. A empresa em causa foi criada devido à rede de contactos do fundador e único trabalhador da empresa (à data), os seus préstimos empresariais, assim como à sua competência, conhecimentos, e especialização para “temas de alta tecnicidade”.

Quando já perspetivava a sua possível eleição como primeiro-ministro, o gestor deixa a empresa com mais clientes, com trabalho subcontratado a terceiros, com uma faturação nunca antes vista – em suma, com mais responsabilidade e uma complexidade significativamente maior - à mulher professora, educadora de infância de formação e aos filhos, estudante universitário e recém-licenciado de um curso não relacionado com os temas abordados pela empresa.

Além da já conhecida capacidade e flexibilidade dos gestores de topo nacionais para um dia trabalharem numa empresa pública, e no dia seguinte num regulador (relacionado ou não), e ainda em sequência numa empresa petrolífera/bancária/de energia, e depois num cargo ministerial - sempre com o mesmo nível de excelência - também a competência é hereditária, passada claramente nos genes e entre gerações, como a cor da pele e dos olhos, ou o formato do nariz.

Esta transferência de poder económico, como se fosse uma questão doméstica, ilustra bem o nosso bloqueio. Como nos bons velhos tempos da monarquia hereditária – e com a vantagem de que agora nem sequer se exige linhagem nobre ou provas dadas – basta o apelido.

O problema da hereditariedade é sistémico e vê-se por todo o lado. Há até quem se diga neto de sapateiro e a essa herança se cole, quando provavelmente acha que mules são jumentos.

O mundo académico, reduto da excelência intelectual, também desta tendência padece. Frequentemente e em alguns cursos, pela permanência de certos apelidos, é até difícil saber exatamente com quem se está a falar, sem o auxílio de uma árvore genológica. Caldo potente este, que somado à endogamia de muitas faculdades, gera as melhores e mais belas mentes pensantes e os influenciadores intelectuais nacionais. Claro que tudo isto é envolto numa linguagem de mérito, concursos públicos, júris independentes e outras ficções processuais de adormecimento coletivo. Afinal, quem melhor para ensinar do que o filho de quem já ensinava? O saber não ocupa lugar – mas saber, ocupa lugares.

Esta dinâmica coletiva, de que as elites beneficiam, impede que o talento floresça livremente, independentemente da origem social, da rede familiar ou do capital, e mina a ideia de que o esforço compensa.

Quando uma sociedade deixa de acreditar no mérito, começa a acreditar no cinismo. É por isso que o português comum desconfia de tudo: do político, do professor, do gestor, do jornalista. Porque viu demais. Porque conhece os filhos, os primos, os genros e os amigos do amigo. Porque sabe que a ascensão está reservada a quem já nasceu no andar de cima, por hereditariedade ou afinidade. E é também por isso que numa tarde de apagão elétrico se dirige a um supermercado para açambarcar, porque sabe que só pode confiar em si próprio.

A proliferação dos HDT não é apenas um fenómeno social; é também um cenário que alimenta a apatia nacional. Quem herda o poder, herda também a impunidade, o acesso, o estatuto, criando uma elite que não precisa de provar – apenas de manter-se à tona. Além de dinheiro e influência, é a perpetuação de uma cultura onde o privilégio é aceite como natural. Onde o lugar é garantido antes do concurso. Onde a entrevista de emprego é apenas uma formalidade.

Portugal é, neste aspeto, um país aristocrático sem títulos. Já não vivemos num tempo de duques nem barões, mas continuamos a ter o poder continuado, com presença simultânea na política, nas empresas e nas universidades. O cidadão comum que se atreva a aspirar a mais é convidado, subtilmente, a emigrar. E fá-lo – com competência e distinção – provando que o problema não está na falta de talento, mas na falta de espaço.

É verdade que em todas as sociedades existe alguma forma de continuidade geracional. Mas a diferença entre um país moderno e um país feudal está na abertura dos circuitos de poder. No acesso transparente. Na possibilidade de subir – e de cair – pelo mérito e pelas decisões próprias. Em Portugal, porém, o jogo parece viciado de origem. E isso é mais perigoso do que qualquer crise económica ou política, porque corrói por dentro a esperança e a confiança dos cidadãos nas regras do jogo, empurrando-os para a apatia ou a procura de soluções fáceis, imediatas ou disruptivas.

Ao jovem português médio, resta-lhe o Linkedin, dois mestrados, o Erasmus e um de vários estágios não remunerados. Ao filho certo, basta-lhe a assinatura no cartório para um lugar na direção da empresa. Mais do que nunca, a desmotivação e o desinteresse cívico são uma afirmação de posição. Porque o espanto é por ainda haver quem fique. E porque enquanto continuarmos entregues aos HDT, a nossa república será apenas isso: uma monarquia disfarçada de democracia.

Paulo Nunes 

É só mais um 25 de Abril!

Hoje comemora-se mais um 25 de Abril. Vermelho, mas sem corantes nem conservantes (como brincavam naquela altura os anarquistas!)

Li há muitos anos que a história dos acontecimentos só se começa a fazer ao fim dos primeiros 50 anos. Portanto estamos a um disso acontecer.

Independentemente de mais 12 ou menos 12 meses a história daquela quinta-feira não se muda, por muito que tentem.

Hoje e com o actual panorama político pergunto-me muitas vezes se foi para isto que se fez aquele golpe de Estado, celeremente aproveitado pelo PCP para lhe chamar uma revolução. Diria que naquela altura nada percebia de política e muito menos imaginaria aquilo que iria acontecer muitos anos mais tarde.

A 11 de Março de 1975 o governo da época aproveitou umas escaramuças para fazer valer a sua ideia progressista e estatizante com a nacionalização de grandes empresas, bancos e seguradoras. Com os custos que mais tarde haveríamos de pagar!

O 25 de Abril poderia ser um marco MAIS positivo se tivéssemos uma classe política competente, com visão de futuro e focada no país! Porque o que temos são jotinhas (os senadores ou são demasiado velhos ou então já morreram!) fabricados nas concelhias partidárias, muitos deles sem sequer penetrarem a fundo no mercado de trabalho e que num ápice surgem no topo dos partidos. Conheço diversos e dos vários quadrantes políticos.

Se Salgueiro Maia e outros camaradas de armas que já partiram estivessem vivos agora, com toda a certeza que se sentiam desiludidos com o caminho que este país levou! Não me falem que prevalece a democracia pois esta também já tem os dias contados.

Basta que continuem a dar à direita azo para que tal aconteça!

Ser feliz: será sempre uma luta!

Há uns dias ouvi alguém dizer que "só se é plenamente livre se conseguirmos, durante o dia, dedicarmos tempo àquilo para a qual nos sentimos vocacionados".

Quase concordo com esta ideia. Mas o que faz desviar da total concordância prende-se com aquela nossa dúvida em que nos perguntamos: estarei inteiramente vocacionado para isto que estou a fazer?

Somos seres inundados de dúvidas e de incertezas. Queremos por isso antecipar o futuro, preferencialmente entendê-lo e acima de tudo tentar adivinhá-lo. O cerne é que este não está na sua totalidade nas nossas mãos. Haveremos de vivê-lo, quiçá até influenciá-lo alguma coisa, mas pouco mais.

Quando trabalhava costumava dizer: não faço o que gosto, mas gosto do que faço! Parece uma parvoíce, mas está longe de ser uma imbelicidade, sendo mais uma evidência lógica. Assim no meu tempo de activo "não fazia o que gostava" porque sentia que poderia ser muito mais útil noutra função. Mas aquilo que era a minha normal actividade era algo em que me sentia bem ao fazê-lo "mas gosto do que faço"!

Viver feliz diariamente obriga-nos a uma espécie de bravata contra muita coisa que nos rodeia. Mas valerá sempre a pena lutar!

Sempre!

A liberdade que (não) temos!

Inicio com uma laracha muito velha:

Um homem passa por outro e cumprimenta:

- Adeus amigo mio!

O outro espantado com o cumprimento deduz:

- Amigo mio? Ora o gato mia, o gato come o rato, o rato come o queijo, o queijo vem da cabra, ai o patife o que ele me chamou!

 

Desde o 25 de Abril de 1974 que vivemos em democracia, com direito a falar e a escrever sem estar sujeito à censura de outros tempos. Já para não falar de direitos e deveres  constitucionalmente aprovados. Portanto somos um país livre. Certo? Errado!

Diariamente somos invadidos por notícias em que o direito de cada um é posto em causa por outros que, supostamente, se valem da sua posição de força.

O problema reside na noção daquilo que é verdadeiro ou apenas desconfiança. Não saber fazer esta diferenciação é que torna a actual sociedade um local inseguro onde podemos ver atrás de uma simples e inocente palavra... um acto criminoso.

Dou um exemplo: se for na rua com a minha neta de três anos e alguém disser a cachopita é bonita, poderei pensar que a pessoa está a assediar a criança? Obviamente que não pensarei assim, mas porque sou eu e não vejo em cada expressão um dichote! No entanto há quem pense o inverso e possa considerar até ofensivo.

Na actual República Portuguesa a liberdade já não existe como outrora. Ou melhor... se eu pretender dizer o que penso sobre um determinado assunto arrisco-me a ser vilipendiado por uma turba agarrada a estranhos ideais e cerceando diariamente a nossa liberdade.

Hoje todo o cuidado é pouco com aquilo que se escreve ou diz. Ter tento na língua (e nos dedos!!!), não vá alguém escutar e ler coisas absurdas que ninguém disse ou sequer pensou!

Volto à laracha inicial... quando um homem apenas cumprimentou o outro!

Um país (obviamente) perdido!

Daqui a ano e meio comemorar-se-á meio século de... democracia. Já a tanta distância a falar disso? Perguntar-me-ão.

Bom diria que com o que estamos a assistir diariamente a tal democracia nascida em 74 tem sido a capa legal para todo o tipo de negócios e negociatas envolvendo empresários, políticos, autarcas e demais cidadãos.

Sinceramente a culpa não é totalmente daqueles que ganham dinheiro, fama e acima de tudo poder, à custa das trocas de influências, mas em grande parte de um povo que continua apático, amorfo, insonsso no que a este tipo de gente diz respeito.

Tivéssemos todos nós a bravura de outros povos e provavelmente muitos que agora aparecem envolvidos, mais aqueles que nunca ficaremos a conhecer, jamais ganhariam o que ganharam.

Recordo a este propósito uma conversa que escutei entre dois empresários há mais de 40 anos. Estávamos em vésperas de eleições legislativas e um deles perguntou ao outro, em tom de brincadeira, em quem iria votar. O interpelado foi célere na resposta dizendo que iria votar no PS porque com este partido a corrupção era muito mais barata. Estávamos em 1980!

Pergunta: mudou alguma coisa desde lá?

Continuamos tão brandos como sempre e somos cada vez mais incapazes de dar a este país uma sociedade realmente justa e evoluída! Como nos foi (e ainda nos é!!!) prometida!

Volto às comemorações que daqui a pouco mais de um ano se realizarão. Elogiar-se-á nessa altura a conquista da democracia, da liberdade ou da justiça em Portugal. Discursos que só servirão para continuar a enganar o povo luso, sempre tão crente nas bonitas palavras.

Pois é... na realidade sabemos que isso da verdadeira democracia só existe nos países onde os políticos reconhecem nos eleitores, que democraticamente os elegeram, dignidade e razão. Dois chavões fantásticos, mas que em Portugal são apenas sinónimos de... fantasia linguística!

A tua liberdade deixa-me preso!

Vivi o 25 de Abril de 1974 como muitos portugueses. Na realidade naquela altura e durante uns dias ainda houve algum receio de que tudo retrocedesse.

Creio que foi no primeiro 1º de Maio que comecei a convencer-me que Portugal havia ganho a batalha contra um regime autoritário e déspota. A liberdade havia sido alcançada, com a ajuda dos Capitães de Abril, mas acima de tudo com a convicção popular que este teria de ser o caminho para um país diferente, para melhor.

Falava-se então de liberdade à boca cheia.

Liberdade para rir, chorar, barafustar ou aplaudir.

Liberdade para dizer o que mandava o coração.

Liberdade para revindicar e negociar.

Liberdade para manifestar.

Liberdade para cada um de nós ser livre à sua maneira.

Ora passados 48 anos pergunto-me se hoje sou tão livre quanto fui naquela altura? Sinto sinceramente que não.

Há nos nossos dias uma liberdade controlada por gente que nunca viveu em ditadura e que se considera dona da verdade absoluta (o regime antes do 25 de Abril também pensava assim!).

O que equivale dizer que para eles a minha prisão de pensar, falar, escolher é a sua própria liberdade!

Infelizmente não foi para isto que se fez o 25 de Abril!

Praia: a liberdade aqui tão perto!

Noto este ano maior afluência às praias. Não é uma critica a ninguém, unicamente a constatação de um facto.

Nos outros anos algumas praias enchiam-se, mas algumas continuavam quase vazias. Neste Verão encontro quase todas as praias repletas.

Enquanto fazia a minha costumada caminhada matinal pelo extenso areal dei por mim a tentar perceber as razões de tanta gente... Só que a resposta estava ali à minha frente e aos olhos de toda a gente.

Na realidade toda a polulação enquanto estiver fora do areal temá que usar máscaras, tem de manter o distanciamento social e deixar-se de beijos e abraços. Porém junto à beira-mar todas estas regras superiormente emanadas deixam de fazer qualquer sentido ou melhor ninguém as respeita.

Assim consigo andar quilómetros sem ver ninguém de máscara colocada (há quem as utilize no braço - faz sempre jeito - ou debaixo do queixo - lugar também muito próprio para a dita!!!), constato grupos de pessoas todas muito juntas em alegre confraternização e assim como aqueles beijos e braços entre amigos que ocasionalmente se encontraram na praia, atletas a jogarem qualquer coisa parecido com futebol, pares a arremessarem bolas uns aos outros, escolas de surf em profusão com muitos alunos... Sobram por fim as esplanadas alargadas a ocuparem indevidamente grande parte do areal!

Por tudo isto entendo a fuga das pessoas para a orla marítima: é a pura liberdade ao dispor de todos.

Falar, escrever e liberdade!

Como posso viver a minha liberdade se não posso falar como sempre falei ou escrever como sempre o fiz?

Muitas vezes surge esta questão no meu espírito, assaz rebelde. Adormeço amiúde sobre esta problemática para acordar consciente que estamos a regredir em termos de liberdade. Especialmente verbal e escrita.

O que disser hoje pode ser altamente mal interpretado e ser até alvo de gravíssimas acusações pois alguém descobriu que no meio da minha inocente frase eu tentei atingir outrém.

Mais do que nunca o cuidado com o que dizemos ultrapassou a normalidade já que nem somos donos das nossas próprias palavras. Pensemos, mas não devemos proferir. Portanto uma censura camuflada de bons costumes...

Não imagino o que pensaria o malogrado Otelo Saraiva de Carvalho desta nova regra, mas certamente não terá sido para acabar neste exercício que aquele pensou e executou o 25 de Abril de 1974.

Andamos com a nossa liberdade ameaçada (e não é só devido à pandemia!!!), mas já ninguém se importa!

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