A centenária história de Portugal não se baseia somente em eventos fantásticos, vitórias assombrosas ou episódios assaz dramáticos.
A batalha de Aljubarrota, os Descobrimentos Portugueses, o terramoto de 1755 ou as vitórias lusas sobre as tropas napoleónicas são apenas meros exemplos de momentos onde se mostrou a coragem de que somos feitos.
Porém a nossa história tem muitos eventos que formaram, para o bem e para o mal, o povo que vive neste rectângulo à beira-mar plantado.
Há tempos um antigo colega e amigo brindou-me com este livro. escrito pelo sobrinho, sobre a vinda e estadia em Viça Viçosa de uma embaixada de quatro jovens japoneses que vieram tomar contacto e conhecimento com a sociedade, cultura e fé europeia.
Nesta obra podemos perceber como o poder religioso tinha mais impacto que o próprio poder régio. Como a "Sereníssima Casa de Bragança" que sediada em Vila Viçosa parecia ter um poder muito grande. Ouso mesmo dizer que maior que o próprio rei Filipe I.
Um pequeno livro recheado de inúmernos pormenores, onde se mostra como no fim do século XVI, Portugal era um país bem diferente daquele que durante muitos anos nos foi apresentado nas escolas.
Vila Viçosa parecia ser à época o centro da vida social e cultural de Portugal sem qualquer influência do Rei entronado. A embaixada nipónica esteve oito dias em Vila Viçosa onde foi recebida com toda a pompa e circunstância. E é destes breves, mas preenchidos dias que fala este bom naco de prosa, evidenciando o exemplo da boa hospitalidade e diplomacia lusa.
Esta foi a minha leitura dos últimos dias de praia.
Por volta do meio dia e à sombra de um chapéu, resguardando-me deste inclemente Sol que por estes dias tudo torra e queima, fechei a leitura de “Tudo é Tabu” o mais recente livro do jornalista, escritor, bloguer e meu amigo de longuíssima data, Pedro Correia.
O livro com a chancela da editora Guerra e Paz é um enormíssimo trabalho de investigação sobre as mais recentes formas de censura que se espalham por este Mundo sempre tão desejoso de (estúpidas) quezílias.
Cem casos de como grupos minoritários conseguem, através das mais ínvias e estúpidas formas, censurar livros, filmes, telas, esculturas, peças de teatro e muito mais, atirando também os seus autores para as catacumbas do esquecimento.
Cem murros no estômago da liberdade que tanto e a tantos custou a ser adquirida.
Cem lamentos para uma sociedade onde o que importa é somente o “faz-de-conta” pois a realidade passada e presente não deve ser tida em consideração.
Cem gritos de horror perante a subserviência de muitas instituições às imbecis redes sociais e ao medo das consequências que estas possam infligir nas suas vidas.
Cem maneiras de se tentar reescrever a história do Mundo.
Vivemos tempos estranhos, momentos atípicos, vidas confusas recheadas de “térmitas bem-pensantes”. Há quem chame de "wookismo"...
Pedro Correia com a assertividade que lhe é (sempre foi!) peculiar, dá luz a esta nova fórmula de se censurarem ideias, pensamentos, palavras, artes tudo em nome de uma matriz de sociedade em que ninguém pode proferir uma opinião sem correr o risco de se meter em graves sarilhos.
Arrisco mesmo a dizer que “Tudo é Tabu” estará um destes dias a encabeçar uma longuíssima lista de obras que deverão seguir directamente para a pira, “cem” passarem pela casa de partida!
Não ao autor, que apenas nos vimos e jantámos praí um par de vezes, naqueles ajuntamentos de afinidades clubísticas, blogueiras e barulhentas, mas a mim mesmo, já que o prometido é de vid(r)o, como diria o meu amigo, entretanto já falecido Alfredo.
Comprei o livro (o mais provável é o próprio não saber que o adquiri!!!) através de uma plataforma online, para o efeito e quando o recebi tomei-lhe o peso. Literalmente! Pensei: se o que aqui estiver dentro pesar tanto como estas trezentas e muitas páginas, fiz um bom negócio.
Andei com o livro para quase todo o lado na vâ esperança que se lesse sozinho. Pois não, não leu e tive de ser eu, uma vez mais, a pegar no dito e atirá-lo para a mala de porão.
Finalmente arranquei para o desgraçado viajante com aquele ímpeto tão tuga: agora é que vai! E foi.
Porém reconheço que deu luta, muita luta. Ainda por cima gosto de ler devagar, o que associado a uma escrita burilada porém assertiva, obrigou-me amiúde a ter de reler alguns dos textos.
"Torna-Viagem" é um conjunto de muitas crónicas (perto de 100) escritas por alguém que viveu em Moçambique durante muitos anos e de onde trouxe relatos duros, maduros, cruéis porém totalmente verdadeiros.
Para todos os textos há que vestir a armadura da indiferença, pois de outra forma passaremos a ser vítimas da nossa própria leitura. Houve momentos que tive de parar e respirar fundo antes de continuar. E eu até serei insuspeito porque jamais visitei o Continenete Africano e não conhecer aqueles ambientes.
No final fica a ideia, quiçá errada, de que o JPT fez a sua antropológica catarse ao esgalhar e publicar este compêndio de bem amar África, nomeadamente Moçambique.
De todas as crónicas, houve duas que me marcaram, a saber: "O camarada Paulo Gentil" e "Marjorie, o meu primeiro amor". Por razões olimpicamente diferentes...
Cumpri assim a minha promessa (não é muito frequente!, assumo!). O livro pesa muuuuuuuuito menos do que a escrita inclçusa nele. Portanto fiz um optimo negócio.
Poder ter muitos livros em casa é uma benesse que nem todas as pessoas conseguem sonhar quanto mais ter. Infelizmente!
Eu que sempre fui um afortunado consigo ter tantos livros que acabo por os espalhar para além do escritório e quando não para além desta casa.
O fim de semana passado encontrei um livro que não sabia que estava onde o vi. Julguei que estivesse junto aos outros. Mas o patife escondera-se...
Os ditos outros são uma série de livros de escritores que conheço bem, outros com quem convivi, mas a maioria são de gente muito boa e amiga.
Certamente que não irei aqui referir quem são uns e outros até porque isso seria muito deselegante, mas o que sai daqui é a maioria destes autores surgiram na minha vida após ter publicado os meus livros. Diria que não foi uma coincidência!
Já li quase todos os que aqui estão representados nesta pequena foto. E os que ainda não li, estão bem encaminhados.
Diria que é mesmo um requinte ter todos estes autores na minha singela biblioteca.
Uma nota final para o grosso volume de capa verde: é uma versão americana do Robinson Crusoé de 1904, com diversas iluminuras a cores. Uma herança que escapou ao fogo e às garras assassinas de livros e que caiu nas minhas mãos apenas por mera sorte.
Merece também estar neste lugar pois é um amigo que tenho e guardo há muuuuuuuuuitos anos!
Não posso nem devo mentir: ando a ler pouco! Quer dizer pegar num livro, abri-lo, senti-lo fisicamente entre os meus dedos e depois dedicar-me somente à sua leitura.
Neste momento tenho dois livros em aberto, isto é, comecei a ler cada um, mas ainda estão longe do fim. Reconheço que o problema desta lentidão é exclusivamente minha.
Tenho por hábito ler devagar. Há sempre uma ou outra frase que se destaca, que me obriga a parar de ler e a meditar nela. Por vezes volto atrás para perceber outras ideias que surgiram mais à frente.
Ler não é um acto simples. Para mim ler carrega uma responsabilidade acrescida pois não posso nem devo ficar indiferente ao que vou lendo. Os escritores gostam que se leiam os seus livros, mas ainda não percebi bem se querem que sejam simplesmente devorados ou se preferem uma leitura mais profunda por parte do leitor tentando que este encontre aquilo que não escreveram, mas que estará lá... escondido entre tantas palavras e frases.
Remato com a certeza de que ler é (também) uma bonita arte!
É a constatação de uma triste realidade: cada vez leio menos livros.
Sempre que visito outros espaços na blogosfera dou conta que ando a anos-luz da actualidade literária. Autores cujo nome jamais escutei e obras que nunca conheci. O que equivale dizer que ainda não saí do meu pobre casulo literário.
Terei espalhado por diversas casas centenas se não milhares de livros. A maioria clássicos e de escritores fantásticos e com o quais convivi feliz através dos seus escritos. Todavia os escribas recentes ficam no rol dos esquecidos. E tenho muita pena.
Se exceptuarmos alguns livros de amigos próximos, que me forço (com prazer) a ler, diria que ainda vivo no século passado onde procurava em cada livro que desfolhava, numa página lida ou em linha sublinhada o meu próprio caminho de escrita.
Hoje o meu tempo esvai-se entre as minhas enrugadas mãos, onde já começam a sobressair as artroses da idade e dos poucos cuidados.
De vez em quando prometo-me mais leituras, mais empenhamento nesse vaguear por entre frases e momentos inesquecíveis que podemos encontrar nas páginas de um livro. Mas num ápice esqueço a promessa e tudo fica arredado para amanhã. Mas amanhã vai ser o hoje e continuará a haver amanhã. E assim vou adiando... dia após dia!
Quero ler "Guerra e Paz", a "Divina Comédia", "Os Miseráveis" ou "Em busca do tempo Perdido" e tantos, tantos outros livros.
Quero ler Agustina, Mia Couto, António Lobo Antunes, João Tordo ou Jacinto Lucas Pires e uma imensidão de autores lusos e não só!
Quero ler somente o que ainda não li... Antigos e recentes!
Foi recentemente publicado a sexta aventura da série "Lucky Luke visto por..."! Diferentes autores com diferentes visões do "cowboy que dispara mais rápido que a sua sombra", mas todos eles marcantes nas pranchas, no enredo e obviamente no próprio desenho da personagem.
O famoso pistoleiro que Morris criou no século passado atravessou mais de 70 anos para hoje ser uma figura mítica na nona arte. A par de outras que por vezes aqui vou referindo.
Morris deu a Lucky Luke um aspecto físico que foi aprimorando com os anos, mas terá sido o argumentista René Goscinny que vestiu o cowboy de uma postura psicológica e de um cuidado com as palavras, tudo isto recheado de muito humor.
Curiosamente é neste recente livro de aventuras que encontro um humor assaz semelhante ao que escreveria Goscinny se fosse vivo. Algumas das personagens presentes remetem-nos para outras bem conhecidas, mas que eu me escuso a referir até porque poderá ser uma ideia minha sem qualquer fundo de realidade.
A estória envolve crianças, bandidos, xerifes, o sempre inseparável cavalo Jolly Jumper, já para não falar do próprio Luke, num desenho mais próximo do original.
De um humor muito bem conseguido o relato corre célere e as páginas do livros sáo passadas em grande velocidade.
Blutch é o desenhador consagrado que deu vida e luz a este pedaço de óptima BD. Vencedor do Festival de Angoulême, este francês conseguiu fazer-me reviver as boas e divertidas de Lucky Luke. Simplesmente muito bom!
O livro tem finalmente uns extras que merecem bem a atenção do leitor.
Um livro para verdadeiros apreciadores de BD e do cowboy solitário.
Disse-me uma vez o arquicteto, poeta e declamador José Fanha que a arte cria arte. Que lemos ou ouvimos um texto ou uma poesia e essa atenção exclusiva poderá originar um texto, poema, crónica escrito por nós ou por quem escuta.
Quando o poeta me disse a tal máxima, fiquei um tanto céptico, até porque a ideia de um dia publicar um livro estava a anos-luz da minha própria realidade.
Ao aterrar na blogosfera, especialmente nesta plataforma da SAPO, depressa percebi que a minha ideia de escrever quase só para mim e que ninguém iria interagir comigo estava completamente errada.
De tal maneira que hoje a comunidade da blogosfera tem um ritmo próprio mui longe das frenéticas redes sociais como é o feicebuque, o uotessape e muitas outras, mas foi ao som deste ritmo pachorrento porém persistente que fui conhecendo muita gente com quem troquei muuuuuuuuuuuitas ideias, donde surgiram uma série de desafios que acabaram por resultar em fiéis amizades.
Ora um destes dias andava eu em busca de um determinado livro quando me deparei com a dispersão de obras pela minha estante. Livros assinados pelos autores, alguns, outros nem por isso, mas que cairam nas minhas mãos fruto destas relações blogosféricas.
Acabei por juntar alguns, não todos porque há outros livros e outros autores que estão noutra casa, e tirei a foto infra.
Estes são alguns, repito apenas alguns dos livros dos outros.
Reconheço com a humildade devida que José Fanha tinha mesmo razão!
Diz um provérbio chinês que para se escrever um livro há que ter lido mil. Portanto para dois livros ter-se-á lido dois mil.. E assim sucessivamente... digo eu!
Não imagino se o provérbio existe mesmo ou será apenas uma metáfora para aqueles que querem ser escritores percebam que para se escrever e publicar um livro será necessário mais que ideias, mas uma capacidade de oferecer aos leitores uma viagem ao seu próprio imaginário.
Entretanto ando numa fase de leituras de autores que conheço e de quem sou amigo. Porque me dizem alguma coisa, porque consigo, através dos seus livros, conhecê-los ainda melhor.
Tenho alguns ainda em fila de espera, mas estou confiante que mais tarde ou mais cedo passarão a lidos. Escrita muito diversa, temas diferentes, mas todos todos com uma qualidade acima da média. No fundo é isso que importa... que a leitura seja fantástica.
Mas nesta troca de ideias (e de livros) entre autores fico amiúde com aquela sensação de que a minha escrita necessita de um choque para que consiga dar um salto qualitativo evidente.
Todos os dias a minha cabeça é inundada de ideias para outras escritas, mas temo que o tão desejado salto possa ser muito maior que as minhas pernas.
Gosto do que escrevo e sinto-me confortável neste meu papel. Porém a minha experiência de escrita diz-me que necessito de estar bem desconfortável para esgalhar coisas bem melhores.
É que a necessidade aguça sempre a arte e o engenho!
Fui dos primeiros a receber um livro onde se espelha para muuuuuuuuitas pessoas que a palavra "impossível" não entra no seu vocabulário. Que acabei hoje de ler!
Faço parte duma comunidade católica inserida num dos dormitórios da capital. Quando principiei a participar na comunidade já esta se encontrava organizada e em funções. Aqui entreguei os meus dois filhos para dali angariarem a sua educação católica através da catequese, plasmada mais tarde na Primeira Comunhão, na Comunhão Solene e Crisma.
A comunidade sempre se mostrou muito activa e focada. Não só em espalhar a Boa Nova, mas também em depressa construirem um espaço próprio e definitivo.
É esta demanda em quebrar todos os impossíveis que se relata neste livro, muito bem escrito pelo bom amigo Eduardo Mouta, que desde a primeiríssima hora se mostrou tenaz e corajoso para levar o sonho para a frente. Qual timoneiro das barcas que sulcaram os oceanos em tempos idos, chegou a bom porto e no dia 13 de Outubro de 2019, foi com natural emoção que se consagrou um novo templo ao santo desta paróquia: São Brás!
Parabéns Eduardo pelo exemplo de fé e de dinamismo.
Parabéns comunidade do Casal de S. Brás pelo permanente empenho.
Parabéns a todos os padres e diáconos que de uma forma ou de outra ajudaram a que o tal impossível se transformasse em obra física.
Obrigado a Deus Nosso Senhor pela coragem que colocaste nos corações de todos.