Mil quilómetros... #6
... em três ilhas
Um mar de... beleza
Este seria, em princípio, o grande dia para se ver o melhor da Ilha Verde. Já havia passado 15 anos desde a minha última visita, mas há sitios que tinham de ser revistos...
Saí cedo do AL e depressa apanhei a estrada para a caldeira das Sete Cidades. Assim que iniciei a subir começaram a surgir as primeiras hortenses, tal como apareceu a chuva.
Não imagino quantos quilómetros serão desde o cruzamento da estrada à beira mar até este local mas todo o caminho foi todo feito sob uma chuva copiosa para além de aborrecida. Temi mesmo que quando chegasse ao local as nuvens me impedissem de ver esta beleza.
Esta foi a terceira vez que fui a S. Miguel, mas sinceramente nunca me canso de ver esta paisagem. Mesmo plúmbea como nesta manhã.
Ao redor destas celebérrimas lagoas há uma série de outras crateras repletas de água e também elas bem bonitas. Entre subidas e descidas o caminho por aquela zona da ilha apresenta-se quase todo assim...
São 33 segundos de uma beleza, diria que estonteante! E não é das curvas...
Entretanto lembrei-me de duas lagoas que eu já havia visto da primeira vez, mas que gostaria de rever. No entanto, o portão de acesso estava fechado, mas isso não impediu que contornasse a pé a cancela e subisse a longa estrada de areão vermelho até chegar aqui,
Daqui sai um outro caminho por entre cliptomérias e eucaliptos japónicos até à Lagoa Raza. São cerca de quatrocentos metros de um túnel natural. Pena foi que as nuvens não deixassem ver a logoa em todo o seu esplendor.
Quando saímos do caminho de acesso a esta lagoa e antes de chegar às Empadadas há uma indicação de miradouro (não percebo porque está em inglês, mas tudo bem!). São mais 550 metros sempre a subir. No fim vê-se isto
que num ápice desaparece devido ao nevoeiro. Porém como (quase) sempre não é no fim que está o belo, mas no caminho.
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Após longos minutos a descer com cautela eis-me no carro para dar conta de uma outra lagoa. A de São Tiago.
Já demasiado escondida pelo arvoredo circundante.
Foi a hora de descer às lagoas das Sete Cidades
onde patos e pássaros lutam por uma migalha de pão.
No regresso à estrada contornei a ilha virada a norte com alguns miradouros com pouco interesse. Aproximava-se a hora do almoço e tinha a indicação de um restaurante em S. Brás bem perto de Porto Formoso.
Pois... perdi-me! Após algumas voltas ao redor da Ribeira Grande lá descobri o caminho para a povoação e pergunta aqui, pergunta ali lá encontrei o "Cantinho do Cais".
Um restaurante amplo onde comi um soberbo "Molho de Peixe". Uma espécie de caldeirada que estava simplesmente... divinal. Abençoadas mãos! Curioso é que não podemos ser nós a servirmo-nos mas o empregado ou o patrão, porque parece haver preceito.
O dia daquele lado da ilha pareceu querer levantar o que me levou a subir mais uma encosta com a indicação de Lagoa de S. Brás.
Ali chegado deparei com mais um espaço muito bonito, mais amplo e sem o arvoredo cerrado das lagoas do outro lado da ilha.
Entretanto a Caldeira Velha estava ali mesmo ao lado. Mas aproveitando a ausência de nuvens preferi subir ao cimo da Lagoa do Fogo.
Faço aqui um pequeno parentesis neste relato para lamentar o que vi... Há 15 anos quando estive pela segunda vez na ilha havia na estrada da Lagoa um restaurante que se chamava "Lagoa do Fogo". A curiosidade deste local é que tinha a particularidade de ter um pequeno ribeiro que atravessava todo o estabelecimento. Coisa única... Deparei-me desta vez com um prédio em ruínas. Literalmente. E daí o meu profundo lamento!
Adiante!
Passei pela Caldeira e continuei até lá acima. Desta vez tive sorte porque o céu limpo e anilado deixou-me apreciar a Lagoa do Fogo em toda a sua beleza.
Não é comum ver-se a Lagoa desta maneira, mas desta vez tive sorte. Ainda ponderei descer lá abaixo, mas a hora já meio tardia e a vontade de rever a Ribeira Grande fez com que voltasse para trás. Entretanto a Caldeira já havia fechado.
Entrei na Ribeira Grande e passeie pelas suas ruas. Uma povoação simpática mas tendo em conta esta pandemia tinha os seus locais mais interessantes fechados como foi o caso da igreja Matriz ou a "Casa do Capote".
Regressei a Ponta Delgada ao fim do dia e caminhei cerca de 2,5 quilómetros para ir comer a uma pizaria premiada.
Se bem que a piza fosse boa... ainda assim não justificou o esforço físico da caminhada. Valeu pela experiência!