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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

A uma amiga, quiçá, perdida!

Desde jovem sempre tive boa relação com o sexo feminino, não obstante ter vivido nove anos escolares em turmas só de rapazes.

A minha interacção com as “meninas do meu tempo” foi sempre baseada num respeito profundo e mútuo, salpicado aqui e ali por algum cavalheirismo marialva. Tudo dentro da normalidade da época.

Esta minha postura respeitadora levou-me a fazer grandes amizades com muitas jovens da minha idade e outras mais velhas e até mais novas.

No entanto e passados todos estes anos (mais de 40) perdi o rasto à maioria delas, se bem que algumas até tivessem ido ao meu casamento. Mas a vida não pára.

Vem este postal ao caso de que uma dessas amigas de antanho faz hoje anos. Sessenta pelas minhas contas. Como já referi nada sei dela desde aquele tempo. Um tempo onde não havia telemóveis, correio electrónico e muito menos feicebuque ou uotessape e daí ter perdido o contacto.

Estejas onde estiveres, minha amiga I., espero que vivas muitos anos e envio-te daqui os meus sinceros parabéns e votos de muita saúde. Calculo que nunca lerás este postal... não importa!

Porque podemos deixar de nos ver, falar, mas não foste, nunca, esquecida.

Jovem sou eu!

Um funeral é (quase) sempre um momento triste e lúgubre. Então se for numa aldeia, pior um pouco, porque há sempre aquelas carpideiras que ilustram sonoramente a suposta tristeza de amigos e familiares. Mas desta vez foi na cidade!

Um destes dias faleceu um grande amigo do meu pai. A esposa tornou-se uma irmã da minha mãe e o filho meu amigo desde a escola primária. Hoje foi o seu funeral.

Tive de ir, até porque os meus pais não tinham condições para tal e assim fiz eu a representação familiar. Depois também me pareceu importante acompanhar a família nesta derradeira viagem de um bom amigo.

Cumprimentei a viúva que se admirou da minha presença. Depois...

Convém dizer que eu não via o meu amigo, agora órfão, haveria umas dezenas de anos. Andámos na escola, mas a determinada altura cada um seguiu o seu caminho. Ele seguiu a Marinha eu continuei  empedernido civil. Agora somos ambos reformados...

Depois... comecei a ser cumprimentado por muita gente que calmamente foram-me dizendo o nome e que eu recordei dos tempos de juventude. Eles e elas. Cumprimentei-os a todos e fomos dizendo umas coisas semi parvas, para quem já tem idade para ter juízo.

Finalmente o féretro saiu da capela mortuária para o crematório onde assisti à missa de corpo presente. No final despedi-me da família e regressei a casa.

No caminho olhei-me no espelho retrovisor e com algum agrado e um sorriso malandro disse para comigo: estás um jovem!

Os tempos seguintes!

Sempre que eu regressava das diversas peregrinações que fiz a Fátima, havia ali uns dias em que, literalmente, vivia numa realidade paralela, tais eram as boas sensações que permaneciam no meu espírito.

Decorridas algumas semanas é que começava a interiorizar de uma forma mais serena tudo o que havia vivido na caminhada feita tempos antes.

Da mesma maneira a juventude que viveu estes dias das JMJ realizadas em Lisboa sob a batuta sempre muito atenta do Papa Francisco, só daqui a alguns dias, para não dizer semanas, irá perceber o que realmente terá vivido.

Porém é nesta consciencialização que irá residir o futuro desta juventude e, por não dizê-lo, o sucesso das próximas Jornadas que se realizarão em Seul, na Coreia do Norte. Fica assim a ideia de que todas estas emoções ora vividas poderão influenciar o futuro de muitos jovens, sempre tão ávidos de certezas e, por vezes, pouco questionadores.

Não sei, ninguém sabe como estará o Mundo daqui a 24 horas quanto mais daqui a quatro anos. Todavia será interessante assistir ao que esta juventude tão presente em Lisboa poderá fazer pelo Mundo até às próximas JMJ.

Já nem comento que nessa altura o Papa Francisco terá, se estiver vivo, noventa anos!

Aguardemos pois... por aquilo que o futuro e toda esta juventude nos reservará!

Eu quero confiar neles!

Português... intratável!

A nossa juventude está cada vez mais longe da língua nativa. Lêem muito pouco não obstante até poderem ter acesso a bibliotecas, mas um livro parece ser algo antiquado e... fora de moda.

Depois associaram muitas palavras estranhas e quase imperceptíveis para o comum cidadão luso, transformando a sua linguagem num jargão só por eles entendível! Quase à moda do Minderico... (as razões é que são diferentes!)

Se juntarmos todas as obscenidades correntes, podemos ter daqui a uns anos uma geração quase aberrante em termos linguísticos.

Esta minha consciência é bem visível por exemplo quando estou na praia, já que aquelas turmas de jovens que assentam arraiais no areal não conseguem dizer uma frase onde não coloquem um ou mais palavrões para além dos seus termos próprios.

Não me cabe procurar responsáveis para este novel léxico, mas custa-me entender como se chegou a este nível tão reles de português...

Finalmente  questiono se falarão assim também em casa, na escola ou no trabalho?

Provavelmente sim!

A certeza da dúvida!

Mais um paradoxo à minha maneira!

Não sei se já vos aconteceu saírem de casa e algures no caminho para um qualquer destino pensarem: será que fechei a porta de casa à chave? Ou pior… será que deixei a panela ao lume?

Mesmo com quase toda a certeza no nosso pensamento a verdade é que entrando o vírus da dúvida no nosso espírito… acabou-se o descanso.

Uma dúvida é um sinal de fraqueza da parte do ser humano. Ou se não é de fraqueza será sinónimo de alguma debilidade… psicológica.

Um dos grandes erros da juventude é nunca terem dúvidas… somente certezas. Sabem tudo, conhecem tudo (ou se não conhecem, sabem de quem conhece!!!), a vida assente em certezas jamais vividas. Do lado oposto da juventude há os idosos que também sabem tudo ou quase tudo. Mas porque viveram a vida e já têm muitos anos!

Uns e outros incorrem nesse erro da certeza e desvalorizam a dúvida, já que esta é, como já referi, um sinal menor!

Por aqui costumo dizer que só tenho duas certezas: a primeira é que partirei um dia e a segunda prende-se com o meu passado, que é obviamente imutável.

Tudo o resto é um mar de dúvidas que vivem comigo permanentemente.

Só Deus terá mais certezas sobre mim… mas não mas pretende revelar!

Juventude: uma certeza inexacta!

A juventude será talvez a melhor fase da vida do ser humano. Por três simples ordens de razão.

A primeira inside na ideia de que na juventude ninguém morre ou se tal ocasionalmente acontece é porque, de qualquer maneira, não foi esperto para escapar à dita. A segunda prende-se com o sentido de que a juventude conhece tudo da vida e que por isso são muito mais inteligentes que os mais velhos que andam a vida toda para perceber os meandros desta. A terceira razão assente na postura de que os mais velhos, sejam eles pais, avós, tios, primos ou professores não percebem nada de nada.

Ora se somarmos a estas razões o avanço tecnonógico a que a juventude tem hoje acesso quase ilimitado tudo hiperboliza.

Todavia há sempre um detalhe que escapa e com o qual ninguém na juventude conta e que se chama... realidade.

Pois bem... há muitos anos uma jovem de 17/18 anos estava mais umas amigas à espera de um táxi numa praça de Lisboa quando um tipo em excesso de velocidade se despitou e foi colher as jovens no passeio. Seriam três da madrugada.

A jovem a que me refiro foi a que ficou pior, dando entrada no Hospital de Santa Maria. Na altura não havia telemóveis (ah pois é... eu sou desse tempo!) e só de manhã a mãe, que era médica, soube do acidente.

Não obstante a gravidade do desastre a jovem acabou por recuperar das mazelas, mas não do tempo. Um dia ela confidenciou que o acidente tivera o condão de a acordar para uma outra visão da vida. Aquilo que até àquela noite era uma certeza adquirida, de um momento para o outro passou a ser uma dúvida.

As festas programadas, os exames previstos e até as férias desejadas deixaram de ser importantes. Porque nesta caminhada que estamos todos a fazer haverá sempre impoderáveis que nunca, repito nunca controlamos. Tenhamos a idade que tivermos...

Também já fui jovem. Há tanto tempo que já quase esqueci essa altura, mas ainda hoje recordo aquela noite (teria 19 anos) em que tive, sozinho, de decidir sobre a minha vida futura!

Ai o que me doeu... o que sofri... as dúvidas que abracei!

Mas antes assim... porque depois desta decisão foi sempre muito mais fácil... E mais ponderado!

 

Nota final: este texto é dedicado a uma jovem que hoje é aniversariante. Não pretendo influenciar a sua vida futura (longe de mim!!!), somente que fique bem mais atenta ao que a rodeia! Por vezes basta!

Juventude precoce?

Sempre que o tempo meteorológico e o outro se alinham aproveito para ir ao parque infantil com a neta. Esta adora baloiço e escorrega... como qualquer criança.

Ao redor do parque há umas árvores e uns bancos largos, daqueles de jardim.

Esta semana tenho encontrado um par de namorados que desde cedo por ali estão em brincadeiras próprias da juventude e da paixão. No entanto hoje apercebi-me mais a fundo da idade daqueles miúdos. No máximo terão 13 anos se não menos, sendo que a menina é fisicamente mais alta que o rapaz que parece, talvez por isso, ser mais novo que ela.

Não me compete fazer qualquer crítica aos costumes dos outros, mas naquele parque olho para o lado e vejo a minha neta de dois anos a brincar e pergunto-me: e se aquela menina fosse minha neta?

Ainda no seguimento do que escrevi ontem aqui, fico cada vez mais com a sensação que há algo de errado na educação de hoje de crianças e jovens. Por culpa dos pais, avós, tios e demais família. Mas chamo também o Estado à barra, que sem perceber muito bem o que anda a fazer com os nossos miúdos de vez em quando tem umas ideias peregrinas para impor nas escolas.

Sei que os jovens têm hoje a tendência, quase natural, de saberem muito sobre certos "assuntos" que eu só tive conhecimento já era homem crescido. Uns dirão que é conhecimento, outros...

Depois surge-me outra questão e que se prende com os pais destes miúdos... Saberão eles o que se passa com os seus infantes? Calculo que não!

Podem-me chamar de retrógado ou antiquado que eu não levo a mal, pois considero que há na vida tempo para tudo... No meio disto tudo o que me surpreende são os progenitores destas quase crianças, que vivem as suas vidas descansados sem realmente perceberem o que lhes pode surgir em casa.

Imagino que as hormonas nestas idades estejam aos pulos e aos saltos, mas caberá aos educadores ensinar e quiçá controlar os impetos sexuais destes adolescentes, de maneira a não terminarem em dramas e tragédias familiares.

Resposta nº 15...

... a este desafio da Ana

Tema: primeiro amor

Diz-se que não há amor como o primeiro.

Eu prefiro dizer que não há amor como o último. Até porque o meu primeiro amor foi uma decepção, um daqueles banhos de realidade em que a juventude é tão fértil.

Não me lembro que idade teria na altura, mas calculo que uns 14 ou 15 anos. Ela era gira (aos meus olhos, obviamente) e eu alimentei estupidamente aquela paixão durante meses até perceber que alguém havia já conquistado o coração dela!

Portanto o primeiro amor foi uma chatice. Tal como outros amores que vieram a seguir. Por isso prefiro o último!

Idade: saber tê-la!

Há quem náo viva bem com a idade que tem. Uns são novos e queriam ser mais velhos (também me aconteceu!!!) outras são mais velhos e julgam que ainda são novos (ainda não me aconteceu!!!).

Sempre achei que cada idade tem os seus momentos mais tristes. mas também momentos fantásticos. Talvez neste último caso esteja a capacidade que os mais velhos têm em antecipar os problemas.

Os mais novos geralmente sentem os dias de uma maneira mais eufórica o que equivale dizer que agem mais com o coração que com a cabeça. Faz parte!

Entretanto os mais velhos são geralmente mais pausados e reagem de uma forma cuidada aos estímulos que surgem. Só que nem toda a gente mais vivida pensa assim. Esquecem-se da idade que têm e pretendem, com a idade que têm, exibir das mesmas aptidões que os mais novos, olvidando muitas vezes o ridículo a que se propõem.

Chegando eu a esta idade, rapidamente percebi de algumas limitações com que fui brindado. Não me alimento com as quantidades de antigamente, bebo muito menos, tenho diversas dores ortopédicas e visto-me com roupas discretas próprias para esta idade.

Posto tudo isto assumo que gosto de ter a idade que tenho, sentir que perdi algumas competências, mas ganhei muitas outras.

A paz comigo mesmo é uma delas. E com os outros também!

A "nossa" culpa!

Este fim de tarde início de noite, enquanto esperava no carro pela minha mulher, que fazia umas últimas compras para a nossa neta, dei conta de um jovem completamente embriagado que chegou a encostar-se ao meu carro.

Sem máscara, mal se continha em cima das pernas jovens. Uma senhora desconhecida tentava ampará-lo. Mal conseguia balbucionar uma palavra e parecia profundamente desonrientado. Não se percebi se seria do alcool ou de outro produto qualquer.

Depois veio alguém que lhe pegou no braço e o levou. Assim sem mais nem menos. Nem imagino quem terá sido.

Todavia a imagem de um jovem às 8 horas de uma noite muito fria e chuvosa completamente alcoolizado não me sai da cabeça. Poderia ter sido um dos meus filhos...

O R. com 22 anos suicidou-se na passada sexta feira e hoje deparo-me com este triste espectáculo noutro jovem. Fiquei com o coração tão pequeno...

Abriu-se uma questão que é, no fim de contas, de todos nós que andamos há anos a educar estas crianças: onde é que errámos?

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