O treinador Jorge Jesus, hoje mais do que nunca idolatrado num país que vive o futebol 24 horas por dia, teve ontem, antes de ganhar o troféu, o seu imenso calvário.
Entre o minuto 14 da primeira parte e o minuto 89 JJ deve ter sido brindado com os maiores e mais ferozes epítetos por parte da maioria dos apoiantes do "mengão".
Depois... foi o que se sabe e num ápice o amadorense foi despido das vestes de besta e albergou ao fim de 3 minutos as novas roupagens de bestial, que lhe servem perfeitamente, há que reconhecê-lo.
Entretanto é por todos sabido que no futebol a glória é demasiado volátil e que de um momento para o outro tudo se desmorona como de um castelo de cartas se tratasse.
Portanto cabe agora a Jorge Jesus ensinar esta máxima aos seus comandados, mas acima de tudo a si mesmo!
Vejo futebol, especialmente do Sporting, desde que tenho memória. E se já vi grandes jogos, reconheço que também já vi alguns… “benza-te Deus”. Uma autêntica pobreza franciscana!
Este ano as coisas parecem estar a correr bem para o Sporting. Os adversários, como é normal, afirmam que não é com mérito, mas eu que não costumo “dar para esses peditórios” do demérito adversário afirmo que o Sporting deste ano está realmente diferente. Pois surge sempre em campo com algo que já não via faz muuuuuuuuito tempo.
Atitute!
É esta postura a grande diferença entre ser ou não vencedor. E para que fique registado para memória futura afirmo já que mesmo que o Sporting não consiga o seu verdadeiro intento de ser campeão nacional reconheço nesta actual equipa uma vontade, um ensejo e o sentimento em querer ir mais além e nunca, nunca desistir!
Tudo devido a um só homem: Jorge Jesus (pronto lá vou ter de morder a língua uma vez mais!!!!).
Ontem ao iniciar-se a segunda parte, e ainda antes do golo, percebi que o Sporting iria marcar e ganhar a partida. Aquela atitude, aquele querer colocado em campo foi a melhor substituição que JJ poderia ter feito ao intervalo. E que deu (muitos bons) frutos…
São nestes (pequenos!) detalhes que os verdadeiros campeões se destacam.
Nos últimos dias falou-se e escreveu-se em demasia sobre as declarações de Jorge Jesus no que respeita à actual equipa do Benfica. Escutei alguns desses depoimentos e nunca percebi que JJ pretendesse menosprezar o trabalho do treinador adversário. Todavia percebo que alguns adeptos, treinadores e dirigentes não se sentissem confortáveis com o que disse Jesus. E têm razão!
No entanto toda a gente sabe como é o actual treinador do Sporting com as palavras. Enrolam-se de tal maneira na boca que quando saem já vêm... estranhas aos ouvidos dos comuns dos mortais.
Na CI desta noite, após a vitória na Supertaça Cândido de Oliveira, JJ voltou a ser igual a si mesmo. Após muitas referências às conquistas desportivas da equipa adversária sob o seu comando, Jesus quase pareceu um antigo PM a fazer contas (erradas). Mas logo a seguir um jornalista acabou por lhe mostrar o erro.
Seja como for, a capacidade de encaixe do treinador leonino é surpreendente. Não se mostrou amofinado e continuou a falar como se nada tivesse dito de... anormal ou incorrecto.
Jorge Jesus tem uma maneira de se expressar pouco polida. Mas fala o "futebolês" como ninguém...
O tema da semana passada foi, como não podia deixar de ser, a saída do agora ex-treinador do Benfica e a sua longa travessia da 2ª Circular para ingressar directamente no arqui-rival benfiquista, o Sporting.
Assim que a notícia surgiu, as redes sociais e a blogosfera entraram quase em ebulição tantas foram as mensagens sobre aquele assunto. Uns diziam, mata e esfola de Jorge Jesus, outros apregoavam loas e lançavam os foguetes muito antes da festa começar.
Eu próprio tive as minhas saídas tanto aqui como aqui! Mas é normal que assim seja. E direi mesmo, salutar!
Todavia o que pude constatar é que grande parte dos textos e piadas que por aí andaram, e ainda andam, têm quase referências a um outro Jesus: o de Nazaré!
Ora Portugal deixou há muito de ser um país essencialmente católico para se tornar num país essencialmente laico. No entanto as referências religiosas neste tema foram exacerbadas.
É aqui que entra então o último tema do título que acompanha esta breve observação: o fundamentalismo.
O futebol é uma paixão. E como qualquer paixão é ao mesmo tempo irracional. Mas não é deste tipo de fundamentalismo que venho aqui falar mas esse mesmo: religioso.
Vivêssemos nós num país islâmico e todas e quaisquer referências ao profeta, relacionadas com a actividade desportiva seriam naturalmente mal vistas com consequências seriamente desagradáveis para aos eventuais autores de textos.
A igreja Católica é, neste sentido, muito mais pluralista e menos rígida. E ainda bem!
Geralmente os temas sobre o meu clube são desenvolvidos num outro espaço onde também escrevo. Mas desta vez, e perante os últimos acontecimentos, achei também por bem vir aqui dizer alguma coisa.
Fui criado debaixo da filosofia de que a palavra de um homem é para respeitar. Assim como os contratos. Já lá vai o tempo em que bastava um aperto de mão para selar um acordo. Tudo isso parece ter morrido!
Actualmente já ninguém assim pensa e os acordos existem para serem quebrados ou deitados para o lixo. O que conta agora é somente... o dinheiro! E as indemnizações!
Nenhum profissional vai hoje treinar um clube porque é a equipa do seu coração. Isso já não existe! E dói-me perceber isso. Melhor, os profissionais de futebol deixaram de ter coração. São unicamente máquinas criadas, treinadas e colocadas no campo para jogar. E ganhar, se isso for possível!
A dança de "cadeiras" que vamos assistindo é assim fruto de uma sociedade onde os valores de honra desapareceram do léxico moral. Tudo é válido, tudo é possível, tudo é normal. Até a anormalidade é normal (passe o pleonasmo).
Triste gente esta que apenas olha para o seu umbigo e a sua carteira. E pior que os renunciadores de contratos, são os que os estimulam, sejam eles dirigentes desportivos, empresários ou jornalistas.
Quando Bruno de Carvalho tomou posse como Presidente do Sporting achei que ele poderia ser alguém diferente. Tentou com algum sucesso sanear as contas do clube e conseguiu reestruturar uma dívida colossal. Mas desde as últimas horas que BdC perdeu, para mim, todo o capital de confiança que foi somando nos últimos anos.
Reconheço que não sou ninguém neste pobre mundo, nem tenho mais valor que um normal luso vivente deste País mas custa-me entender estas "novas" atitudes de dirigentes desportivos. Mesmo que BdC e respectivos técnicos ganhem títulos continuo a pensar que nem todos os meios servem os fins!
Não gosto de falar da casa alheia, mas desta vez, não posso fugir.
O treinador Jorge Jesus ficará para sempre ligado ao Benfica… pelas piores razões. Não obstante ter conquistado alguns troféus internos, obviamente sempre importantes, o líder do futebol benfiquista não conseguiu, nas duas finais da Liga Europa que disputou, ganhar qualquer uma delas. E se a do ano passado ainda se desculpa por ter sido contra o milionário Chelsea de Londres, já este ano a equipa do Sevilha nunca mostrou ser mais competente que a equipa encarnada.
É sabido que JJ não teve todos os jogadores disponíveis (a maioria por castigo), mas mesmo assim a equipa andaluz não apresentou, durante os 120 minutos da final de Turim, argumentos para bater o Benfica. O clube da capital lusitana teve sempre o domínio do jogo e não só marcou por… pura aselhice!
Não sei se os jogadores que subiram ao relvado eram os melhores, mas seja como for o Benfica tinha a obrigação de fazer (muuuuuuuito!) melhor.
Finalmente fico com a estranha sensação que o tempo de JJ na Luz terminou e que não basta a vontade férrea dos adeptos benfiquistas para a equipa marcar golos e ganhar os jogos.
O caso Jorge Jesus é um perfeito exemplo daquilo que NÃO deve ser um treinador. Tivesse razão ou não, aquele cavalheiro devia, em meu entender, ter-se afastado de toda uma balbúrdia que não foi gerada por si, mas que alimentou fervorosamente.
Obviamente que os meus amigos adeptos do clube da Luz discordam veemente do que acabei de escrever. Li hoje mesmo, num jornal desportivo, a opinião de alguém que dizia que JJ apenas tentou evitar que os polícias usassem de força policial contra um adepto benfiquista. Todavia nesse mesmo jornal, Toni o carismático e antigo jogador e treinador do Benfica, acabou por tocar na ferida, ao afirmar que o actual treinador havia captado, com a sua tempestiva actuação, mais alguns adeptos.
Nada mais certo. A verdade é que após as últimas semanas da época passada, JJ jamais teve a maioria dos adeptos consigo. E as imagens de Cardozo a vociferar contra si, no final da taça de Portugal, também não o ajudaram.
Entretanto no defeso falou-se duma eventual rescisão. Mas os valores de indemnização eram tão altos que o Benfica preferiu manter o treinador, mesmo contra a vontade da maioria dos benfiquistas.
Com a época oficial a começar (muito) mal, com uma derrota no Marítimo, a margem de desculpa (se a havia?) para JJ desapareceu. E o empate em Alvalade, onde ganhara na última época, não apaziguou os ânimos.
Posto isto, Jesus sentiu necessidade de fazer renascer a áurea do homem certo no lugar certo. Assim, a ideia que perdura do jogo de Guimarães é que o treinador interveio de forma consciente mas foi, inexplicavelmente, perdendo o controlo dos seus actos.
Um gesto que lhe pode custar uma multa e quiçá alguma suspensão, mas com o qual recuperou o apoio dos adeptos. Não se sabe, todavia, até quando…
Uma última referência aos adeptos encarnados que agora defendem o seu treinador e branqueiam a sua atitude. Provavelmente muitos deles já se esqueceram do que foi dito e escrito após um célebre jogo entre o Estrela da Amadora e o Porto, com um polícia a ser literalmente abalroado por então capitão Jorge Costa. Pois eu não me esqueci!
O Governo Regional da Madeira parece não ter ficado muito contente com Jesus durante o jogo de ontem. Ao que parece aquela entidade madeirense pretendeu saber porque Jorge Jesus não se ajoelhou quando o Marítimo marcou o segundo golo, tal como fez no Estádio do Dragão…
É que na Madeira também há um papa. Chama-se Alberto João!
Regresso ao tema do derby da segunda circular, numa tentativa, quiçá impossível, de explicar a alguns dos meus amigos "capelistas" a razão da tão justificada revolta dos sportinguistas. Mas abro aqui primeiro uma ressalva quase Lapalissiana: uma grande penalidade não equivale a um golo certo.
Adiante...
No decorrer dos longos campeonatos todas as equipas são alvos de erros de arbitragem. Umas vezes a favor, outras contra. Foi, é e será sempre assim. Todavia e ao contrário da justica, no futebol o árbitro é a ultima instância na decisão tomada, e para a qual não existe hipótese de recurso.
Mas estas são as regras deste desporto, claramente aceites por todos os intervenientes. Só que no jogo do passado dia 21 de Abril, o que mais me aborreceu não foram apenas os erros de arbitragem, prejudicando “inocentemente “ o Sporting mas a forma como Jorge Jesus reagiu no final do jogo.
É sobejamente conhecido a forma pouco ortodoxa de se expressar, do actual treinador do clube de Carnide. E foi essa postura que acabou por o trair. Ao afirmar que o jogo fora “limpinho”, Jesus apenas tentou, obviamente sem sucesso, branquear as decisões de um árbitro sem categoria e sem nível para ajuizar tal encontro.
Entendo que Jesus quisesse valorizar a vitória da sua equipa. Era justo e normal que o pretendesse. Mas digam o que disserem Jorge Jesus, para além de não conseguir os seus intentos, ficou (muito) mal nesta “fotografia”.
Diz o povo que “há mais marés que marinheiros”. Pode ser que um destes dias Jesus se limpe a este “guardanapo”, quando for prejudicado por alguma equipa de arbitragem.