Ao invés de muitos que conheço o meu passado não é isento de erros. Quiçá maior terá sido não tirar um curso superior. Mas enfim não o fiz naquele tempo e agora é tarde demais.
Fumei muito, bebi e comi em excesso, estrafeguei dinheiro até mais não. Abusei em quase tudo. Todavia nunca me senti tentado pela droga, por considerar que ela não resolveria nenhum dos meus problemas de antanho.
Tal como durante toda a minha vida de trabalho, com altos e baixos, também nunca usei medicamentação para lidar com os meus insucessos. Enfrentei estes de frente e ultrapassei-os com realismo e coragem.
Actualmente, aqui e ali, vamos lendo notícias e relatos de jovens cada vez mais depressivos, fruto, a maioria, de horas e horas de isolamento.
É inegável que as novas tecnologias trouxeram-nos melhores e maiores capacidades de comunicação, mas curiosamente ou talvez não, cada vez falamos menos. Ou porque as televisões entram em todas as casas (até nas casas de banho) e retiram às famílias o único pedaço em que poderiam dialogar, ou porque as redes sociais são mais importantes que a tribo familiar, ou porque um qualquer jogo dá-nos mais alegrias ou torna-nos melhor que os outros.
A solidão nas actuais gerações é já uma evidência! Com consequências altamente nefastas nos relacionamentos das pessoas e na própria saúde mental. Também será verdade que a recente pandemia não veio ajudar, bem pelo contrário pois a virtualidade das relações humanas passou a ser uma constante.
Regressando ao meu passado confesso que conversei muito, a maioria das vezes até demais, mas a verdade é que naquele tempo, não obstante ser filho único, nunca me senti isolado ou sózinho! Talvez gostasse mais desta ou daquela companhia (faz parte!!!), mas senti-me sempre bem acompanhado!
Antes de desenvolver o tema sobre a pirataria informática assumo que sou totalmente contra este tipo de actividade. A informática na sua génese é uma criação de um produto que depois será comercializado. Da mesma maneira que são os livros, discos ou filmes. Portanto diria que deveria estar sob a alçada dos direitos de autor. Todavia não sou jurista e nada sei de leis sobre assunto.
A pirataria informática é quase uma indústria paralela tantas são os sítios da Internet que disponibilizam conteúdos supostamente gratuitos que na origem seriam principescamente pagos. Mas é neste litígio de valores que assenta, provavelmente, a maior razão da pirataria.
Se pegarmos na SportTv temos valores que variam entre os 20 euros por mês para o mais básico até aos 40 euros com direito a tudo e "mais_um_par_de_botas"!
Vinte euros por mês dá 240 euros por ano o que equivale a quase metade do ordenado mínimo nacional. Ora se alguém conseguir aceder aos mesmos conteúdos por exemplo por 60 euros anuais (isto é quatro vezes menos) parece quase tentador que se deixe a plataforma legal para passar para a pirataria.
Se juntarmos a tudo isto canais com filmes... passaremos a estar perante um enorme dilema: pirataria sim ou não?
Deste modo, se bem que como já referi acima, não concorde com esta forma ilegal de ver televisão, também me parece uma espécie de forma de luta contra os preços, por vezes, exorbitantes que pedem pela visualização de certos canais.
Não seria mais sensato as empresas baixarem os preços para angariarem mais clientes? Provavelmente ganhariam menos individualmente, mas acabariam por sair beneficiados porque teriam mais gente a assinar as suas plataformas.
Entretanto no vastíssimo mundo dos jogos on-line há um pouco de tudo: acessos gratuitos e outros bem pagos. Mas tenho a ideia que neste as opções são muito maiores porque há muito mais escolha. Logo a pirataria é menos usual.
Não imagino como será daqui a uns anos, contudo fico com a ideia de que a pirataria veio para ficar... E por muito mais tempo do que se julgava!
Hoje educar uma criança é assaz diferente daforma como eu tentei educar as minhas. Escrevi tentei porque sinceramente não sei se as eduquei como deveria ser. Só o tempo dirá se fiz bem ou mal o meu trabalho. Mas até agora... tudo impecável!
Mas regressando aos dias actuais, envolvendo crianças e a sua educação tenho consciência que esta parece ser mais complicada que outrora, se bem com enormíssimas melhorias em comparação com a que dei aos meus filhos. Eis algumas razões:
- A primeira prende-se com acesso à informação que muitos pais acedem via internet tentanto aprender com os erros evitados e cometidos por outros pais. No entanto esta pesquisa nem sempre dá as melhores notícias e daí ser necessário ter algum bom-senso para perceber onde começa e acaba o exagero;
- A segunda está assente na alimentação e naquilo que os pais pretendem evitar dar aos filhos como é o caso do açúcar ou o sal em excesso. Parece-me uma postura feliz, mas desde que não se fundamentalize pois pode tornar-se contraproducente;
- Outra razão está ligada aos meios que entram pela nossa casa sem que demos conta. A televisão é uma delas, mas as plataformas pagas também surgem com grande relevo apresentando uma panóplia de opções para quase todos os gostos e feitios. E se algumas delas são engraçadas há muitas que são, no mínimo, idiotas e sem conteúdo;
- Já nem quero falar de uma quantidade e diversidade de componentes electrónicos que moram em muitos lares e aos quais as crianças acedem facilmente criando mais tarde uma depedência quase feroz.
Lembro-me de ter dado aos meus filhos "Gameboys" para se entreterem. Mas nesse tempo tudo era novidade e não havia real assertividade dos perigos inerentes à coisa.
Nos dias que ora correm tento educar a criança mais nova cá de casa da forma que provavelmente os meus filhos deveriam ter sido educados: mais brincadeira, menos jogos electrónicos e menos videos.
Todavia os tempos eram outros e os educadores quase permanentes (avós) tinham uma visão bem diferente de educação. Hoje dou por mim deitado no chão a brincar com a minha neta como se tivessa a idade dela. Com os brinquedos que foram do pai e do tio...
Por isso digo que não conta o brinquedo que se dá a uma criança, mas tão-somente a brincadeira que alimentamos com ele! Nós incluidos!
Um dos "jogos de tabuleiro" com mais sucesso nos anos 70 foi o Master Mind. Um jogo de raciocínio lógico e por causa do qual se chegaram a organizar torneios. Participei em alguns com bons resultados...
Desse tempo guardei o meu exemplar do jogo que tinha a caixa como a imagem supra e o interior com a foto infra.
Ora bem... ontem foi dia do Departamento onde trabalho se reunir numa actividade de "tembuilding" numa Quinta privada.
Feitas as equipas (a minha sabe-se lá porquê chamou-se "Inomináveis") passámos aos desafios.
Curiosamente o segundo exercício foi um "Master Mind" em ponto grande. Ora como os restantes elementos da equipa eram muito mais novos que eu desconheciam este jogo. Assim com calma e lógica assertiva e com a minha preciosa ajuda, em cinco tentativas descobrimos a solução.
Momentos fantásticos com um belíssimo regresso ao meu longínquo passado.