Carta póstuma a Jô Soares
Caríssimo,
Nunca tive a sorte de me cruzar consigo, quanto mais falar. Porém posso afiançar-lhe que desde que o conheci através do seu celebérrimo “Planeta dos Homens” jamais o esqueci.
A sua forma simples e assertiva de fazer humor obrigou-me a olhar para este de uma forma muito mais atenta do que até então. Também um humorista português disse que o humor seria sempre uma questão de cultura. Tão verdade!
Sempre que posso tento rever alguns dos seus magníficos programas seja o já referido Planeta como mais recente “Viva O Gordo”. Momentos únicos e imperdíveis.
Amigo Jô (desculpe tratá-lo assim!) sei que gostava de Portugal e os portugueses na sua maioria gostavam de si. Porque Jô, o humor com o qual nos foi brindando nunca teve nem terá fronteiras…
Porque rir, nem que seja de nós mesmos, será sempre um acto de resistência.
À tristeza, ao medo e acima de tudo ao desespero.
Olhe por todos nós aí onde estiver (no Céu certamente!!!), que nós velaremos para que ninguém o esqueça.
Eu farei a minha parte.
Até sempre!