Todos os dias vou ao caixote de reciclagem aqui da rua deitar o lixo. Um dia os plásticos, no dia seguinte o papelão sendo o vidro aquele que menos reciclo porque nada tenho para tal.
Estava eu neste vaivém quando me lembrei da guerra e me veio à ideia a questão que intitula este postal: e se as pessoas pudessem ser recicladas?
Não falo obviamente de lhes tirar idade (isso queriam todos!!!), mas tão-somente transformar alguns seres humanos que por aí andam e que só fazem... o que não devem. Como seria bom que os Putins, Maduros, Bolsonaros e demais energúmenos que por aí pululam pudessem ser reciclados. Não os queria rejuvenescidos, apenas reciclados em gente útil ao Mundo.
Tenho consciência que este texto é um mero exercício de imaginação, mas ainda assim sinto que se fosse possível uma reciclagem humana este Mundo tornar-se-ia um local muito mais aprazível para se viver!
Nem falo do mortal humano sem cargos de destaque, mas demasiado carregado de invejas, hipocrisias, mentiras e demais raivas. Também este necessitava de uma boa reciclagem.
O meu vizinho do lado tem um quintal parecido em tamanho com o meu. Todavia, ao invés de plantar couves como eu fiz
preferiu criar galinhas e patos. Para mim sem qualquer problema até porque assim tenho a quem oferecer alguns restos de comida. De tal forma que os galinácei«os sempre que me pressentem fazem um barulho dando sinal da sua presença.
Hoje fui deitar mais umas pequenas sobras aos bichos e por ali fiquei a observar aquela luta por um pedaço de pão molhado ou uma casca de pera.
Porém o mais curioso do que pude observar é que de súbito fiquei sem saber se foram os homens que aprenderam com as galinhas ou estas com o ser humano já que reparei que uma galinha levava algo no bico quando uma outra pegou num pedaço maior e a primeira largou o seu e tentou roubar o outro naco. Resultado: acabou por ficar sem nenhum e teve de procurar outro bocado.
Ora o ser humano é muitas vezes assim. Tendo pouco ou muito o homem prefere quase sempre o bocado do outro, resultado de um estranho sentimento de inveja. Este sentimento que destrói muito mais que constrói.
Só que as galinhas devem pouco à inteligência enquanto o ser humano, supostamente, deveria ser mais lúcido, quando no fundo, no fundo parecem ambos muito parecidos... quase aparentados!