Talvez já não se recorde mas em 2017 maia propriamente a 15 de Outubro desse malfadado ano deflagraram uma série de incêndios que causaram 50 vítimas mortais e mais um número elevado de feridos.
Quatro meses antes na zona de Pedrogão um incêncio de enorm~issimas proporções originou a destruição de centenas de casas, a morte a 66 pessoas e muitos feridos.
Portanto no mesmo ano dois eventos horrorosos e que jamais deveriam ser esquecidos! As razõees para estes casos foram apontadas a trovoadas secas, às altas temperaturas e ao desmando florestal.
Vivemos hoje, mais uma vez, temperaturas demasiado altas para a época! O Sol às três da tarde parecia lume. O vento nem se sente. Quem paga é a horta já que as couves sofrem a bom sofrer com este inusitado calor.
Nem imagino como será na minha aldeia com alguma malta já à azeitona! Há uns anos também foi assim... demasido calor que quase causava desfalecimento.
O clima está mudado. Tão mudado, que de clima temperado em Portugal estamos já na fase pré-tropical! É certo que a chuva não fica lá em cima, mas provavelmente cairá onde fará menos falta e em quantidades quase diluvianas.
Portanto cabe-nos tentar cuidar da nossa floresta, do nooso ambiente para que os incêndios não deflagrem!
Há trinta anos a minha cidade sofreu um dos maiores incêndios, desde o terramoto de 1755.
Um fogo de propoções enormes devorou em horas muitos edifícios de cariz pombalino. E com eles uma série de negócios que proliferavam naquela zona. Lembro-me muito bem desse dia já que na altura trabalhava na Baixa Lisboeta e estava sujeito a que o prédio da minha entidade patronal fosse também atingido pelas chamas, o que nunca veio a acontecer.
Desse tempo lrecordo estar na rua dos Fanqueiros no final da rua da Vitória e ver as labaredas a lamberem aquelas paredes seculares que haviam sido de armazéns que fizeram parte da minha infância.
Nos anos 60 e 70 só o Grandela tinha escadas rolantes (que eu me lembre!), o que para um miúdo como eu pouco habituado a estas evoluções, tornava-se uma imensa aventura entrar por um lado da loja e sair por outro aproveitando aquela escadaria automática.
Mas o "Incêndio do Chiado" tornou, durante alguns anos, aquela zona da cidade muito estéril. O cheiro a queimado perdurou durante demasiado tempo.
Bom depois alguém meteu mãos à obra e restaurou-se aquele bairro de uma forma que todos hoje conhecemos.
Todavia entre o "Incêncio do Chiado" e os incêndios de Junho e Outubro de 2017, há algumas singelas parecenças. O dinheiro para a reconstrução é uma delas!
Este tem sido um Verão estranho, invulgar, descaracterizado.
Tenho-me muitas vezes perguntado se o ano passado esta estação tivesse tido esta postura quantas vidas se teriam poupado, quantas desgraças se teriam evitado?
Pois é, mas feliz ou infelizmente na Natureza ninguém manda.