Hoje será inevitável escrever sobre este flagelo que nos atinge e que já causou vítimas mortais e demasiados danos em habitações e outras estruturas.
Todos os anos a história repete-se. Sai governo entra governo e nada muda. Os problemas são permanentemente recorrentes e sem solução à vista.
Muitas vezes falo aqui de uma aldeia beirã onde vou algumas vezes, onde tenho pedaços de terra e donde retiro alguns (poucos) proveitos. Pois desde sábado que a aldeia foi invadida pelo fogo, estando ainda em rescaldo pelos bombeiros.
Quase todos os anos há por lá tentativas de fogo posto, sendo que os Bombeitos chegam a tempo sem grandes devastações. Só que este ano e com este calor o fogo cresceu de forma desmesurada. Começou da freguesia de Louriçal do Campo e alastrou-se às freguesias vizinhas: S. Vicente da Beira e Sobral do Campo. As chamas devoraram tudo pelo caminho: eucaliptos, sobreiros, pinheiros, oliveiras, plantações de kiwis. No fundo consumiu tudo o que apareceu pela frente.
Ninguém sabe quem o fez ou se sabem não têm provas. E sem estas não há hipótese de alguém ser detido.
Perante esta aldeia que tão bem conheço e perante todos os outros casos pelo país fora, tenho a real consciência de que ninguém, seja que governo for, conseguirá parar este flagelo.
O problema pode estar na má gestão florestal sem dúvida, mas sem a mão humana para atear os incêndios provavelmente esta tragédia não existiria.
É neste ponto que o país e toda a sociedade tem de se unir para, de uma vez por todas, colocar um fim. Precisa-se obviamente de uma justiça mais célere e de um código Penal mais severo de forma impedir que alguns incendiários se mantenham em actividade e aos olhos de toda a gente.
Parece que vamos ter um fim de semana assim pro quente! Já hoje se começou a sentir o aumento da temperatura.
Imagino que as praias estejam repletas de banhistas e as filas para aquelas, extensas. Mas a malta não se importa das viagens quase nipónicas para chegar à beira mar! E claro está também não se preocupa com o regresso.
Pela minha parte detesto estes calores assim repentinos. Daqui a horas ou dias os telejornais e os próprios jornais vão encher-se do tema habitual do Verão: fogos! Até parece que esfregam as mãos...
Ao invés das nossas vidas que nunca sabemos como vai ser o nosso futuro, em Portugal sabe-se sempre o que irá acontecer por esta altura. Uma teima que se mantém há tantos anos e para a qual nunca se vê um fim à vista!
O governo vende a ideia de que tudo está preparado, mas quando as coisas iniciarem haveremos de perceber em que nível de preparação estávamos.
Faz já parte do nosso quotidiano estival as notícias sobre os incêndios que todos os anos pintam de vermelho e depois de negro as nossas aldeias.
Muita gente aparece com teorias, mais ou menos diferentes umas das outras sobre a origem dos fogos. A teoria mais falada tem a ver com os pinhais poucos limpos de mato. Outros alinham na teoria do desalinhamento florestal plasmada num tipo de floresta altamente combustível. Há quem afirme a pés juntos que os interesses nos incêndios vão muito para além da madeira. Resumindo há teorias para (quase) todos os gostos.
Diria que os fogos são um pouco de cada de umas destas teorias e de outras, sejam elas estapafúrdias ou plausíveis.
Aproveito este meu espaço para outrossim apresentar a minha teoria. Provavelmente também idiota, acrescento! Há trinte e muitoas anos visitei um pinhal (que ainda existe e resiste) do meu falecido sogro. Herança de família, aquela pequena floresta - somente 3 hectares - cresceu espontânea e anormalmente desordenada, já que de terra de cultivo foi paulatinamente sendo abandonada a uns rendeiros que só queriam tirar de lá rendimento sem investir um cêntimo. Para além deste desordenamento a mata era vazadouro de inertes que muitos aldeões ali despejavam sempre na calada da noite. Desde animais mortos a sofás velhos ou frigoríficos, tudo por ali se podia encontrar… Então garrafas de vidro… eram aos montes.
Perante esta lixeira a céu aberto, falei com o meu sogro e avisei-o que aquele lixo era um perigo pois facilmente ali se poderia iniciar um incêndio. Vai daqui o meu sogro contratou um homem que com uma máquina própria juntou todo o lixo que encontrou espalhado no pinhal, num monte. Naquele tempo a reciclagem era uma miragem e assim abriu-se uma cova bem funda e enterrou-se todos os inertes. (Nem imagino o que pensarão daqui a milhares de anos os arqueólogos sobre esta cova!!!).
Certo é que passam os anos e aquela mata ainda não ardeu, mantendo-se limpa e sem lixo. Sorte? Quiçá!
Resumo da teoria: não façam da mata uma lixeira a céu aberto e provavelmente haverá menos pontos de ignição!
Ano após ano, Verão atrás de Verão a história repete-se em Portugal! Falo como imaginam de fogos ou incêndios como lhe queiram chamar. Daqueles activados ou dos que nascem espontaneamente (pois também os há!!!).
Quando em Junho de 2017 aconteceu Pedrogão Grande com 66 mortos e mais umas dezenas em Outubro, como sempre muito se estudou, muito se prometeu, mas nada se fez. Ou o que foi feito foi insuficiente.
Recordo por aquela altura escutou-se amiúde um conhecedor da problemática dos incêndios florestais, o Professor Xavier Viegas, que denunciou publicamente a insuficiente capacidade de Portugal em lidar com os incêndios. Falou muitas vezes de como minimizar a situação propondo diversas soluções que eram obviamente onerosas e às quais o Governo disse que sim senhor, mas não passou para o papel... muito menos para a acção.
Este ano de 2022 foi pobre em água, o calor surgiu quase de repente e de um minuto para o outro Portugal pinta-se de vermelho dos avisos da Protecção Civil, mas acima de tudo pelos muitos fogos que vão devorando as poucas matas existentes.
Governo e PR mostram muita preocupação com o estado em que está o País nestes derradeiros dias, mas sabemos que passada esta crise voltam a esquecer-se das actuais preocupações e aguardamos pelo ano seguinte...
A par daquilo que não se faz no terreno e que se deveria fazer, há um pequeno detalhe e que se prende com a nossa justiça, especialmente no que se refere às condenações dos incêndiários que quase todos os anos repetem a "gracinha" de atear mais umas mechas...
Enquanto mantivermos esta justiça, demasiado branda para os criminosos e altamente injusta para as vítimas, jamais seremos capazes de por fim a este flagelo. Ou minimizá-lo!
Padeço horrores com o calor. Especialmente de noite mesmo que seja para dormir poucas horas, gosto de um ambiente com uma temperatura que não ultrapasse os 20 graus célsius.
Só que na passada sexta feira fui surpreendido com a avaria de um dos aparelhps de AC, nomeadamente aquele que deveria arrefecer o meu quarto. Um contratempo que aconteceu na pior altura possível.
Neste fim de semana perdi mais quilos que numa semana de greve da fome. Pura e simplesmente,,, derreti. Parecia até um pedaço de banha numa frigideira quente.
Bebi mais de cinco litros de água nestes últyimos dois dias. E se comecei com água engarrafada depressa passei para a torneira que vinha quente e mole, mas que ia colocando no frigorífico para refrescar.
Estes dias foram assim terríveis devido a este calor tórrido que abraçou este pa+ís de lés a lés. Com as evitáveis tragédias incendiárias|
Todos os anos quando o Estio surge com estas temperaturas tropicais começo a temer pelas nossas florestas.
Os fogos continuam a ser em Portugal uma enormíssima calamidade que ninguém quer ou sabe controlar. Por muito que se tente, se lute, se sensibilize, certo é que o calor nunca nos traz boas notícias, quanto a incêndios.
Ontem foi às portas de Lisboa. Hoje poderá ser em qualquer lado deste país que vive literalmente sobre brasas. Amanhã à nossa porta.
Sejamos conscientes quanto aos perigos dos incêndios. Deste modo ajudemos a Natureza a manter a sua beleza e força, tendo diversos cuidados.
Não será necessário enumerá-los, pois todos nós temos mais ou menos ideia do que se pode ou não fazer por esta altura.
A luta contra os fogos começa também connosco! Façamos a nossa parte.
Nas últimas semanas o tempo esteve instável. Umas vezes as manhãs acordavam com um ar tépido, outras frias e houve mesmo alguns dias que caiu um borrifo de água que sujou mais os carros na rua que os lavou.
Porém este fim de semana o Verão parece ter vindo para ficar. Altas temperaturas, pouca humidade e um vento furioso. O Inverno e Primavera foi de escassa chuva o que levou os terrenos a estarem muito secos. Portanto tudo junto temos as condições óptimas para a ignição e propagação de incêndios,
Ontem fui numa corrida a Castelo Branco. Assuntos pendentes obrigaram-me a sair da capital e ir até à Beira Baixa.
Já de regresso apercebi-me ao longe uma nuvem estranha. Através do telemóvel apercebi-me do fogo em Vila de Rei e na Sertã.
Conforme descia a caminho da cidade a nuvem com origem nos fumos dos incêndios tornava-se mais evidente. De tal forma que a determinada altura o Sol parecia unicamente uma luz vermelha, que a fotografia infra feita com telemóvel mostra mal.
O fumo embrenhava-se na A23 de tal forma que tivemos de fechar os vidros da viatura. Após uma vintena de quilómetros conseguiu-se finalmente abrir as janelas.
O trânsito âquela hora no sentido da A1 era reduzido. O mesmo não se podia dizer no sentido inverso onde um comboio de carros de bombeiros corria em busca do gigante.
Dezenas de veículos de todos os lados: Almada, Cacilhas, Moita, Santarém, Minde, Salvaterra de Magos e sei de quantos mais corporações.
Ao longe pude ainda observar as grossas colunas de fumo.
Como se percebe pelas recentes notícias a política de limpeza das matas continua um horror. Tirando um caso aqui e ali, maioritariamente a floresta continua repleta de mato e inertes. E é neste último ponto que me vou focar hoje.
Desde o início de 2015 que iniciei uma espécie de demanda contra o mau estado dos terrenos agrícolas pertencentes ao meu pai. Uma luta dura que me tem gasto tempo e muuuuuuuuito dinheiro. Todas as semanas lá vai mais uma transferência para pagar mais uns dias de trabalho de um ou mais homens.
No entanto ainda fica muito por fazer. Especialmente a queima dos inertes ou sobrantes. O que equivali«e dizer que não obstante o desbaste e corte de mato grosso e robusto, mais não posso fazer senão deixá-lo no chão a aguardar que chova para que possa ser queimado. Mas fica a pergunta: e se não chover?
Pois... é aqui que "a porca torce o rabo" e em vez de termos mato verde e espalhado, temos o mesmo cortado e a secar, transformando-se em pequenos barris de pólvora, sempre prontos a arder.
Na verdade quem se senta por detrás de uma secretária a proferir legislação e a dar entrevistas não tem conhecimento da realidade do terreno. E nem aponto isso como desinteresse, apenas desconhecimento.
Sugiro por isso que em cada freguesia haja alguém a fazer o apanhado dos terrenos que estão a ser limpos, mas sem possibilidade de queima, de forma a fazerem a respectiva recolha por empresas que criam energia com estes sobrantes.
Resolviam-se assim dois problemas: o mato era cortado e não haveria necessidade de queimar, colocando em perigo matas e povoações.
Tenho consciência que tudo o que escrevi acima não passará de pura utopia. Mas pelo menos fica a ideia!
São capazes de calcular quantas vezes já aqui escrevi sobre os incêndios que todos os anos vão dizimando milhares de hectares de floresta? Muitas vezes, proponho! Demasiadas, assumo!
Ano após ano, governo após governo, incêndio após incêndio vamos assistindo às mesmas conversas, às costumadas justificações, às habituais desculpas que originam culpas que morrerão naturalmente solteiras. Como sempre neste pobre rectângulo.
Todavia o país vai serenamente continuando a arder.
E daqui a umas semanas, quando a crise tiver passado e as chuvas vierem lavar as terras cinzentas, volta-se a esquecer tudo para nos lembrarmos somente no Verão seguinte.