Quando em Abril de 2005 morre o Papa João Paulo II fiquei, na altura, convicto que dificilmente haveria outro Papa com tanto carisma e força de vontade.
Enganei-me redondamente!
Naquele fim de tarde principio de noite quando da chaminé saiu fumo branco e mais tarde apareceu na enorme janela do Vaticano aquela figura humilde explicou numa frase simples ao que vinha: ser apenas um de nós!
Fê-lo da forma mais humilde, educada e conciliadora: Irmãs e irmãos boa tarde!
Este tão singelo cumprimento aos católicos e ao Mundo fez elevar a fasquia do seu pontificado a um nível jamais imaginado.
Naquele preciso momento, naquele instante fantástico percebi que estávamos perante um Papa que tinha uma Missão neste Mundo: tornar este melhor!
Conquanto foi caminhando no seu pontificado, Francisco foi dando exemplos de humildade e respeito pelos outros.
No que respeita à igreja assumiu os erros plasmados nos inúmeros abusos sexuais perpetrados pelo clero. Abriu a casa de Deus às mulheres e percebeu que a homossexualidade não era, de todo, uma doença. Daí a frase que resume o seu pontificado e proferida em 2023 nas Jornadas Mundiais da Juventude realizadas em Lisboa: uma igreja de todos, todos, todos!
Lutou até à exaustão por uma paz Mundial, alertou o Mundo para a fome, para a violência gratuita, para o ambiente… Fez pontes com outras confissões religiosas e colocou-se sempre, sempre, sempre ao lado dos desvalidos e indefesos.
Vi-o ao longe na Cova da Iria, no dia 13 de Maio de 2017, aquando do Centenário das Aparições de Fátima e dele escutei (e gravei) a assumpção de que: temos Mãe, numa referência à Mãe do Céu.
A morte do Papa Francisco não se adivinhava para hoje, mas percebia-se que o seu estado de saúde era muito frágil. Ainda assim ontem apareceu para desejar uma boa Páscoa e onde se percebeu as imensas dificuldades que teve em falar.
O Santo Papa partiu esta manhã para o Céu.
Como já escrevi desapareceu um dos melhores homens deste Mundo.
Agora na casa do Senhor, Papa Francisco irá certamente repousar em Paz!
Durante muito tempo a minha relação com a fé e a igreja dependia do que os meus pais reservavam para mim. Neste sentido recebi quase todos os sacramentos: catequese, primeira comunhão, comunhão solene, escuteiros…
Numa fase mais adiantada da minha vida segui, qual ovelha desnorteada, os passos com quem convivia. E afastei-me da igreja, se bem que da fé… nem sabia bem o que isso era.
No entanto nunca fechei o meu coração à Palavra de Deus apenas fiz um intervalo (quase) sabático.
Acabei bem mais tarde por casar pela igreja, baptizar os meus filhos e dar a estes uma educação religiosa cristã, que eles mais tarde não pretenderam seguir.
Aproximei-me da fé cristã porque encontrei nela a paz que necessitava. Peregrinei muitos quilómetros e nos caminhos achei muitas respostas, mas assumi também muitas dúvidas. E ainda bem que assim foi pois tornou-se sinal de verdadeiro caminho de fé.
Há cerca de dois anos, na minha derradeira peregrinação a Fátima e em conversa com o padre que nos acompanhava decidi que havia um sacramento que me faltava e não gostaria de partir deste Mundo sem o receber. Falo do sacramento da Crisma.
Assim regressei recentemente à catequese, desta vez de adultos, para que com ela ou nela encontre novas respostas ou quem sabe mais dúvidas.
Diria que Deus lá saberá, na Sua infinita sabedoria, do que eu necessito realmente.
Fui dos primeiros a receber um livro onde se espelha para muuuuuuuuitas pessoas que a palavra "impossível" não entra no seu vocabulário. Que acabei hoje de ler!
Faço parte duma comunidade católica inserida num dos dormitórios da capital. Quando principiei a participar na comunidade já esta se encontrava organizada e em funções. Aqui entreguei os meus dois filhos para dali angariarem a sua educação católica através da catequese, plasmada mais tarde na Primeira Comunhão, na Comunhão Solene e Crisma.
A comunidade sempre se mostrou muito activa e focada. Não só em espalhar a Boa Nova, mas também em depressa construirem um espaço próprio e definitivo.
É esta demanda em quebrar todos os impossíveis que se relata neste livro, muito bem escrito pelo bom amigo Eduardo Mouta, que desde a primeiríssima hora se mostrou tenaz e corajoso para levar o sonho para a frente. Qual timoneiro das barcas que sulcaram os oceanos em tempos idos, chegou a bom porto e no dia 13 de Outubro de 2019, foi com natural emoção que se consagrou um novo templo ao santo desta paróquia: São Brás!
Parabéns Eduardo pelo exemplo de fé e de dinamismo.
Parabéns comunidade do Casal de S. Brás pelo permanente empenho.
Parabéns a todos os padres e diáconos que de uma forma ou de outra ajudaram a que o tal impossível se transformasse em obra física.
Obrigado a Deus Nosso Senhor pela coragem que colocaste nos corações de todos.
Certo dia numa peregrinação a Fátima um Padre que também fazia o caminho disse-me: sabes no Mundo há muitos católicos, mas poucos cristãos!
Esta frase fez mossa nas minhas ideias, mas faz todo o sentido! O que mais falta por aí é gente que se diz muito católica, vai à missa, bate com a mão no peito, segue (quase) todos os procedimentos da Santa Igreja, mas pouco ou nada afoita em aceitar o caminho que Cristo indica!
Ainda no rescaldo das JMJ e dos diversos textos que li de Papa Francisco e sobretudo de algumas “buchas” que o Santo Padre foi incluindo nos seus diálogos fico com a certeza que muitas das suas palavras eram destinadas àqueles que em nome da Igreja só fazem asneiras.
Não falo apenas dos abusos sexuais, mas da maneira como muitas paróquias gerem os seus fiéis. Aquela frase de Francisco repetindo: “todos, todos, todos” poderá ser um sinal evidente de como muitos padres gerem deficientemente as suas comunidades, esquecendo alguns fiéis e menosprezando muitos outros.
A fé não é um medicamento que se compra numa qualquer chafarica de vão de escada, mas “apenas” um sentimento de libertação dos nossos tristes despojos interiores. Todavia a fé em Deus ou noutra divindade qualquer é, para muitos, uma espécie de escudo que tudo iliba e reconfigura.
Pior… é em nome desta mesma fé que muitos continuam a cometer crimes, sejam eles de cariz sexual ou outros!
O Santo Padre sabe muito bem disso.
O Santo Padre conhece bem os meandros da sua Igreja que, definitivamente, não é aquela que gostaria!
São 19 e 30 minutos e neste momento um canal de televisão está a mostrar imagens aéreas do Parque Tejo e de milhares e milhares de pessoas presentes. Arriscaria dizer que esta mole deverá passar para o concelho de Loures já que para lá do rio Trincão a multidão não pára de crescer.
Com uma temperatura acima dos 30 graus centígrados há que louvar estes peregrinos que desde o dia 2 têm vindo publicamente e de forma muito calorosa mostrar ao Mundo que a Juventude sabe quem é este Papa e que sua Santiadde pode contar com esta mesma juventude.
Esta tarde o Mundo transferiu-se para este lugar
unicamente para rezar pela noite dentro numa vigília com o Sante Padre!
Quase uma hora depois de ter principiado a escrever este postal e com muuuuuuuuuuuuuuuuitas interrupções para ver o trajecto do Papa Francisco pelas ruas da urbe lisboeta, mantenho a questão de início deste postal: o que é, verdadeiramente, este homem? Como se consegue arrigementar tanta e tanta gente?
Só com o dom da sua palavra e que toca os corações!
O Papa Francisco é a figura do momento em Portugal e no restante Mundo!
Digam o que disserem esta é uma verdade insofismável e à qual não se pode ficar indiferente.
Francisco é um exemplo para os jovens e menos jovens de estoicismo, de entrega, do amor profundo de Deus ao homem.
Vi na televisão e em directo a cerimónia de abertura destas JMJ no Parque Eduardo VII. E reparei nos olhares comovidos de tantos e tantos jovens ao escutarem as assertivas e profundas palavras do Santo Padre.
Mais um vez o Papa a mostrar-se muito atento às diversas variáveis que entram nas vidas dos jovens sem que eles quase dêem por isso.
Continuo a pensar que o Papa actual é um homem que pensa, como agora se gosta de dizer, fora da caixa. Pensa e age!
Amanhã será mais um dia aterefado para o Sumo Pontífice. Mas já deu para perceber que Francisco é pessoal com uma estaleca fora do normal e com capacidade de tocar muuuuuuuitos mais corações!
Tive de quebrar uma promessa e liguei hoje a televisão para tentar perceber como está a correr a visita do Papa Francisco a esta gigantesca iniciativa como são as Jornadas Mundiais da Juventude.
Mas antes recebi de uma amiga destas e de outras andanças uma imagem da mensagem que Sua Santidade fez questão de escrever pelo seu punho no Livro de Honra da Presidência da República. Um belíssimo texto num perfeito português.
"Peregrino de esperança em Portugal, rezo e faço votos para que este país de coração jovem continue a fazer-se ao largo rumo a horizontes de felicidade; Lisboa, cidade do encontro, inspire modos de enfrentar em conjunto as grandes questões da Europa e do mundo.
Lisboa, 2 de Agosto 2023
Francisco"
Como sempre o Papa à frente do seu tempo ou será do nosso tempo?
De tarde vi a "Oração das Vésperas" no Mosteiro dos Jerónimos e mais uma vez Francisco (como gosta de assinar) a assumir que a Igreja necessita de todos. E tem de ser uma Igreja de todos para todos, sem "alfandegas de fé" como cuidou em afirmar! Estas suas palavras deveriam ser escutadas por todos nós! Tão curioso e tão assertiva esta expressão de alfandegas de fé... Simplesmente profundo!
O Papa que não fugiu aos temas que ora atacam a Igreja, nomeadamente as vítimas de abusos sexuais. Mais uma vez mostrou porque é um verdadeiro homem de Deus e de fé. Depois a questão das vocações que me pareceu ter aflorado e quiçá tentanto abrir a porta ao fim do celibato do clero. Uma postura que há muito vendo defendendo.
Finalmente aquele seu pedido final: não se esqueçam de rezar por mim!
Eu sei, nós sabemos, até o Camões sabia que a inveja é o nosso maior defeito. Vai daqui talvez perceba a quantidade de críticas ao evento que amanhã se inicia e que dá pelo nome de Jornadas Mundiais da Juventude!
Como homem de fé que sem vergonha ou receios me apresento, sinto-me feliz por Lisboa ser durante cinco dias... a capital do Mundo. Nomeadamente o Mundo Católico.
De alguns tempos a esta parte tenho vindo a ler muita crítica sobre este enormíssimo evento. A maioria a dizer mal, acima de tudo, por causa dos custos associados. Como diria o outro "se não é do burro é da albarda"... Custasse este acontecimento 100 euros ou 100 milhões haveria sempre que deitar abaixo! Mas evocam-se outras razões nas críticas... Diria que o costume nestes casos!
Depois... se a CML fosse liderada por alguém de esquerda provavelmente os comentários seriam mais amistosos para a edilidade. Isto é, no fundo não se diz mal por séria convicção, mas somente porque fica bem estar do lado contrário, até porque sabem que não terão qualquer resposta.
Por mim digo que adoraria ser jovem e poder participar num evento deste calibre. No meu tempo não havia coisas destas e quando as houve eu já tinha outra idade e outras responsabilidades familiares.
Espero e desejo que estas Jornadas Mundiais da Juventude sejam inesquecíveis, pelos melhores motivos. O Papa Francisco mesmo debilitado mostrou coragem e abnegação em propor-se em estar presente. Um gesto que mostra quão corajoso e humano é o sucessor de S. Pedro.
Que Deus Todo Poderoso oriente estes milhares de jovens numa vida consagrada à obra de Cristo.
Entretanto os críticos continuarão a dizer mal. Felizmente com pouco palco! Pois como disse uma vez D. António Ribeiro, antigo Cardeal Patriarca: o Estado é laico mas o povo não é!
O Papa Francisco exortou num belíssimo e recente texto que é muito mais importante cuidarmos uns dos outros que seguir algumas das estranhas regras da Igreja.
O caso de não se comer carne à sexta-feita durante a quaresma foi um dos exemplos, já que há muita gente a seguir esta regra de maneira quase fundamentalista, mas descura pais, filhos, netos, amigos.
Finalmente o Sumo Pontífice a dar luz e a mostrar assertividade neste tempo da Santa Quaresma. Na verdade de que serve eu seguir os preceitos todos que manda a Santa Igreja, para aquilo que deveria ser o mais importante, permanecer fora do nosso coração?
Há uns anos numa missa na aldeia, muuuuuuuuuuito antes da pandemia, o padre não pediu o abraço da paz entre os fiéis. Eu fiquei admirado para no fim perguntar a uma tia que estava presente se sabia a razão primeira daquela situação.
Ela respondeu que o Padre não o fazia porque sabia que dentro da igreja havia pessoas que não falavam umas com as outras por antigas demandas. Zaragatas na maioria tolas quase sempre por nacos de terra que não valiam um chavo. Mas ao fim do dia iam à missa como se através da eucaristia expiassem os seus pecados.
Considerei corajosa a atitude do padre que muito deveria ofender as doutas beatas.
Sou católico apostólico romano. mas há na comunidade da igreja demasiada gente a ousar enfrentar a Santa Palavra do Senhor!
Talvez a Sexta-Feira Santa tenha o simbolismo de uma vez no ano matarmos as nossas tristezas, dúvidas e bravatas para que no Dominngo de Páscoa possa haver um homem novo ocupando o lugar deixado por tudo aquilo que nos faz sentir menos felizes.