Eu e o humor!
Um pouco na ideia do que um dia Raul Solnado disse sobre o humor: é uma questão de cultura, venho agora também escrever sobre a minha ideia do que é o humor e essencialmente para que serve.
Gosto de rir. Tal como gosto de fazer rir. Não com palhaçadas à Jerry Lewis, por exemplo, mas de uma maneira mais evoluída ou dinâmica como era o humor de Benny Hill ou o de Rowan Atkinson no celebérrimo Mr. Bean!
Adoro a cultura popular e as suas máximas, mas "onde há muito riso há pouco ciso" será das poucas com a qual discordo frontalmente. Percebo que o verdadeiro humor pode ser uma enormissima arma de resistência. Assim foram, a título de exemplo e em Portugal, as sucessivas revistas que passaram pelo Parque Mayer e outros teatros onde a subtileza de alguns diálogos humorísticos conseguiam fugir à censura.
O humor sempre serviu, serve e servirá para criticar o momento, seja ele político, social, desportivo ou outro qualquer. E quem for nele referido deve ter capacidade de encaixe para superar a crítica. De outra forma arrisca-se a ser ainda mais maltratado.
Hoje há uma série de humoristas (a maioria deles nunca vi actuar|), mas que me aparecem em muitos vídeos que recebo no telemóvel, naquilo a que pomposamente chamam "stand up comedy". Alguns têm alguma graça, mas a maioria é demasiado ordinária e têm nessa javardice de linguagem os seus trunfos para o sucesso. De mim raramente terão um aplauso porque não é necessário usar de vernáculo para se fazer rir.
Recordo a este propósito a "Conversa da Treta" ou até o "Gato Fedorento" onde o humor era inteligente sem ser reles e de mau gosto. Ou até os primórdios de Herman José no seu "Tal Canal" de tão boa e grata memória!
Não sendo eu humorista, nem nunca seria capaz de o ser, também uso algumas vezes do humor para lançar aqui e ali uma farpa ou apenas para chamar a atenção para uma situação mais estranha. Mas dificilmente me verão a usar de uma linguagem "bukowskiana" para fazer uma piada. Só se o meu tino mudar muito...
Há que perceber que a piada é tanto melhor quanto menos evidente ela for! É necessário colocar as pessoas a pensar...
Li há tempos alguém assumir publicamente que o humor pode e deve brincar com tudo! Não assino esta ideia...
De todo!