Na passada sexta feira, já eu tinha chegado havia um bom par de horas quando recebi a visita da amiga Aparecida!
Como de costume ficou ali especada a olhar o frigorífico onde geralmente tenho pedaços de fiambre de frango para lhe dar. Depois a ração que comeu com vontade.
A noite chegou e a Aparecida aproximou.se da sala, escolheu uma cadeira e deitou-se na almofada. Ali esteve largos minutos a... lavar-se.
Depiois saiu daquele lugare foi escolher outro muito semelhante. Mas ela é que sabe qual a verdadeira diferença... entre ambas.
Certo é que ali adormeceu. Lá fora a chuva caía com abundância e quando pretendi deitar-me não tive coragem de a mandar embora. Resultado... ali pernoitou.
Às cinco e meia da manhã acordei e fui em busca dela. Desaparecera da cadeira onde estivera mas fui encontrá-la dceitada entre duas almofadas no quarto... de hóspedes!
Pela manhã voltou à ração para finalmente decidir sair.
Ontem durante todo o resto do dia não apareceu. Mas esta manhã já a ouvi miar à porta e claro entrou logo que abria a porta!
Um funeral é (quase) sempre um momento triste e lúgubre. Então se for numa aldeia, pior um pouco, porque há sempre aquelas carpideiras que ilustram sonoramente a suposta tristeza de amigos e familiares. Mas desta vez foi na cidade!
Um destes dias faleceu um grande amigo do meu pai. A esposa tornou-se uma irmã da minha mãe e o filho meu amigo desde a escola primária. Hoje foi o seu funeral.
Tive de ir, até porque os meus pais não tinham condições para tal e assim fiz eu a representação familiar. Depois também me pareceu importante acompanhar a família nesta derradeira viagem de um bom amigo.
Cumprimentei a viúva que se admirou da minha presença. Depois...
Convém dizer que eu não via o meu amigo, agora órfão, haveria umas dezenas de anos. Andámos na escola, mas a determinada altura cada um seguiu o seu caminho. Ele seguiu a Marinha eu continuei empedernido civil. Agora somos ambos reformados...
Depois... comecei a ser cumprimentado por muita gente que calmamente foram-me dizendo o nome e que eu recordei dos tempos de juventude. Eles e elas. Cumprimentei-os a todos e fomos dizendo umas coisas semi parvas, para quem já tem idade para ter juízo.
Finalmente o féretro saiu da capela mortuária para o crematório onde assisti à missa de corpo presente. No final despedi-me da família e regressei a casa.
No caminho olhei-me no espelho retrovisor e com algum agrado e um sorriso malandro disse para comigo: estás um jovem!
Não tenho medo de (quase) nada que a vida terá reservado para mim. Ainda a semana passada esbardalhei-me todo, escadas abaixo e cá continuo com maior ou menor nódoa negra a fazer pela minha vida.
No entanto como não há regra sem excepção também tenho alguns temores. Arrisco a confidenciar que só tenho mesmo um e que é... ficar cego!
Talvez por isso, com a regulariade de um relógio, todos os anos vou ao oftalmologista tentar perceber como estará o meu olho direito, o único que ainda funciona.
Cheguei há pouco a casa após mais uma consulta e cujo médico me comunicou que a minha retina estaria impecável, mandando-me lá ir só daqui a um ano! Iupiiii!
Portanto esta tarde/noite terminou com uma óptima notícia... o que nem sempre ocorre!
Esta madrugada levantei-me cedo. Eram sete da manhã. Para rapidamente me esbardalhar escada abaixo batendo com ambos os braços e as costas nas escadas graníticas.
Temi o pior. As dores assolaram-me como uma praga. Com esforço levantei-me do chão, tentei recuperar algum fôlego, mas decidi ir ao hospital da CUF em Lisboa ali quase a beira-rio.
Entrei na urgência já passava das onze da manhã. Fui à triagem onde me atribuiram uma braçadeira amarela (devia ser para fazer pandam com o meu casaco verde).
Sou por fim chamado a uma médica que avaliando as minhas maleitas prescreveu uma série de exames. Fiz assim rx aos braços, ecografia aos rins, tac à lombar.
Às duas e pouco da tarde estava despachado pela médica com a indicação de gelo nos braços e coisas quentes na lombar. Fui pagar. Até tremi quando a menina se preparou para dizer quanto era: 122 euros! Obviamente já com a comparticipação dos meus serviços médicos.
Agora imagine-se que ia para o hospital público! Não pagaria nada é certo, mas ainda agora lá estaria à espera que me mandassem fazer exames... Se mandassem!
Sou dos muitos portugueses sem médico de família, mas também nunca o solicitei. Por isso recorro sempre aos serviços médicos privados. Por enquanto posso pagar, ao mesmo tempo que não estou a ser mais um no serviço de urgência público.
Agora quanto às dores... é aquela costumada medicação: aguentocaína!
A semana passada comprei via sítio da internet de uma livraria, dois livros para serem entregues em casa. Já não é a primeira vez que compro livros assim e tudo tem corrido de forma fantástica, mesmo quando não têm o livro em stock. Neste caso assumem que irá demorara mais tempo... Mas chegam sempre!
Na segundo feira recebo uma mensagem no meu telemõvel a dizer: "A sua encomenda irá ser entregue. Comunique ao entregador o pin XXXX".
Habituado a estas mensagens aguardei que me entregassem a encomenda. Só que minutos mais tarde recebo outra mensagem: "A sua encomenda foi entregue".
Ora como não tinha recebido nada perguntei aos de casa se havia chegado alguma coisa. Resposta igual de todos: nada!
Quando tive um bocadinho fui ao meu mail e procurei as indicações da empresa entregadora e conseguindo chegar ao sítio devido havia diversas opções, sendo que uma dela ser era a minha e que dizia simplesmente: Encomenda não foi entregue.
E aguardei.
No dia seguinte tentei enviar mail para a livraria mas o enderço não era o devido e vai daí procurei outras formas de avisar a Livraria, todavia sem sucesso. Voltei à indicação da distribuidora e consegui ver que havia um nosso associado e que supostamente recebera a encomenda que me fora endereçada.
Só que hoje logo de manhã recebo nova mensagem a dizer: "Lamentamos mas a sua encomenda não foi possível entregar". Para minutos depois receber outra igual à primeira de todas. Eram 11 horas da manhá quando um entregador me fez chegar os livros.
Confirmei que era para mim e fechei este processo.
Porém o que terá, realmente, acontecido à minha encomenda?
Estava eu preparado para escrever aqui mais uma parvoíce quando dei conta que activistas climáticos atacaram hoje o líder da AD, Luís Montenegro com tinta verde.
Provavelmente todos estes activistas ainda não eram nascidos quando um político, entretanto falecido, recebeu uns tabefes e uma paulada na Marinha Grande. Estávamos em plena campanha eleitoral para a presidência da República e a vítima do ataque foi Mário Soares, que nas sondagens da altura tinha apenas 6 por cento dos intenções de voto. Decorria o ano de 1986.
Na altura o empolamento ao ataque foi tão grande que Mário Soares acabou por ficar em segundo lugar obrigando a uma segunda volta e nesta levar o PCP de Álvaro Cunhal a aconselhar o voto em Soares, não obstante o ódio, quase visceral, do PCP pelo antigo fundador do PS.
Recordei-me deste bizarro episódio ocorrido há perto de 40 anos quando percebi estes ataques. Se a história se repetir o actual líder do PSD/AD tem a vitória, no próximo dia 10 de Março, garantida.
Porque sinceramente não estou a ver o Luís Montenegro com uma obra de arte!
Tornei-me hoje quase por decreto… um sénior. Uma forma simpática que as entidades portuguesas usam para me chamarem velho.
A partir de agora que somo os tais 65 anos (antigamente era a idade da reforma) passo a ter direito a uma série de benesses.
Uma delas será o preço especial de um passe para os transportes aqui na zona… que eu nunca uso. Outra das valências para este velhote é o preço nos diversos museus pois também se tornaram mais simpáticos.
Deveria, em face destes benefícios, ficar menos triste por ter chegado à idade em que deixamos de ser um homem de 64 anos para nos tornarmos um idoso de 65!
Portanto eis-me aqui velho, cansado, triste e apoquentado com esta nova fronteira da idade, já que a partir de hoje o meu caminho jamais será o mesmo do que foi até aqui.
Mas digam o que disserem tentarei, por todos os meios ao meu alcance, contrariar esta coisa parva da idade!
Pois é… faço hoje 65 anos e tudo o que escrevi nos parágrafos supra foi para enganar os meus queridos leitores. Consegui? Não?
Haverá pouco mais de um mês escrevi este postal, tudo por causa da maneira como cada um dirima a sua própria doença, especialmente através da quantidade de comprimidos que toma.
O curioso é que ontem calhou a vez ao meu pai que do alto dos seus 91 anos de idade dizia, quase com graça, à médica que o anda a seguir, após esta lhe ter receitado mais um comprimido:
- Ó Dôtora daqui a nada não me chega um dia para todos os comprimidos que tenho de tomar...
Ao sorriso da médica, continuou:
- Mais um comprimido significa que estou cada vez pior...
Para finalizar:
- Acha que vale a pena?
A médica desfez-se em razões quase óbvias, mas o meu pai não ficou muito convencido! Já no carro a caminho de casa, apercebi-me que fazia contas. Nada lhe disse pois já imaginava que seria dele que partiria a conversa:
- Sabes quantos comprimidos tomo por dia?
- Isso interessa? O que realmente conta é que cada um tem a sua função profilática ou curativa.
Um silêncio que estranhei. De súbito remata:
- Curativa? Ou será para adiar o que é certo?
Percebi a sua ideia, mas não lhe respondi... O silêncio nestes casos é de ouro... fino!
Hoje por todo o lado onde andei vi óbvias referências ao dia de S. Valentim, mais conhecido pelo dia dos namorados. Mais uma campanha comercial para a economia continuar a andar e a mexer-se.
Diria eu que namorar é coisa antiquada, ou não? A juventude de hoje está pouco virada para esse com promisso antigo. Lembro-me de uma prima direita, lá na aldeia, namorar à janela, tal como fez provavelmente a minha tia e antes dela a minha avó. E eram a dias específicos. Se não me falha a memória seria à quarta-feira ao fim do dia e ao Domingo após o almoço.
Actualmente nada disto faz sentido. Nem para os jovens, nem mesmo para mim que já sou velho. Certo é que o comércio esfrega as mãos por estes dias. As flores, os chocolates, quiçá livros tudo serve para mostrar quanto se gosta do outro.
Por aqui não houve direito a prendas porque esperava uma mesa de cirurgia para alguém... Há dias de S. Valentim assim... Estranhos!
Após umas semanas de quase calor estival com temperatut«ras a subirem, em alguns locais, acima dos 20 graus centígrados, eis que uma depressão de nome Karlotta veio acordar o povo para o Inverno.
Uma estação que estará no seu meio caminho para a Primavera e talvez por isso ainda será necessário agasalhos e chapéus de chuva.
Pela zona de Lisboa chove copiosamente! Não sei como estará no resto do país, mas era bom que para o Sul chovesse também assim!
Entretanto não tarda nada que as notícias televisivas sejam desviadas das estranhas análises dos debates para as inundações em diversos locais da capital e arredores. Nem necessito de ver televisão para saber que é sempre assim!
O problema para mim deste dia é que ainda hoje tenho algumas voltas para dar e com esta pluviosidade, reconheço que não me apetece nada. Nadinha mesmo! Mas tem de ser!
Contem-me vocês desse lado e onde estão como se comporta por aí esta Karlotta!