Amanhã de tarde partirei para Castelo Branco para Sábado dar início à segunda parte da campanha da azeitona deste ano.
Se a primeira deu 1891 quilos de azeitona transformada em 224 litros de azeite eis chegada a hora de colher a azeitona beirã. Que este ano será naturalmente muito menos que noutros anos já que muitas oliveiras foram podadas e as que não foram receberam algumas cargas de água (especialmente granizo) quando estavam em flor dizimando o que poderia ser uma boa colheita.
Entretanto e percebendo que a chuva está para aparecer (só podia comigo à azeitona!!!) fez-se esta manhã uma espécie de monda manual às couves da minha horta. Há entre elas uma diferença de mais de um mês e isso nota-se no crescimento de umas e outras.
Das mais crescidas já apanhei algumas folhas para a sopa. Todavia falta-lhes algo essencial para se tornarem macias e apetitosas. Falo certamente do frio... com a respectiva geada.
Só mais uma coisa: as lagartas estão delirantes com esta plantação, Só espero e desejo que os melros façam a parte deles!
Por aqui principiou finalmente a chover por volta das 16 horas. Desde manhã que o céu vestira aquela roupagem cinza à base de novelos de nuvens pesadas que a qualquer momento pareciam querer desfazer-se em água.
Em vão aguardei por uns pingos e acabei por ir regar as novas couves plantadas na manhã de ontem. Entretanto fui à minha vida e após um almoço de arroz de pescada com camarão que estava divinal, percebi que iniciara a chover.
Primeiro de forma tímida e logo ali pensei que as nuvens haviam prometido muito, mas oferecido pouco. Porém enganei-me e está a chover de forma regular há quatro horas.
A janela da minha cozinha dá para a pequena horta e já quase noite olhei com gosto as minhas couves. Algumas já com semanas, outras recentes.
Até que, de repente, olhei para uma delas ali plantada e a receber toda aquela abençoada água e não é que percebi (ou será que imaginei?) que se ria para mim?
Estranho fenómeno que só acontece a quem vive em permanente fantasia!
Levantei-me cedo para ir à feira comprar couves. Quando lá cheguei havia uma fila com mais de 20 pessoas à minha frente.
Chegou a minha vez e comprei três dúzias de "Penca de Chaves" e outras três de "Pão de Açúcar", uma dúzia de couve galega e outra de brócolos.
Ora a terra estava ainda por cavar. Portanto peguei numa "caneta" de dois aparos e bora lá revolver o chão. Porém de vez em quando caía uma gravanada de chuva e eu tinha de me recolher. Mas teimei, teimei, teimei...
Ao fim do dia e após muitas horas de trabalho eis o resultado.
A foto supra respeita à couves "Pão de Açúcar" e a de baixo às conhecidas e saborosas (assim espero) "Pencas de Chaves":
Há muitos anos que deixei de participar em marchas, comícios ou festividades para este dia. Será bom não esquecer que daqui a 50 anos já não deve estar ninguém vivo para contar o que foi este acontecimento em 1974.
Portanto sendo feriado, que como reformado será (quase) igual aos outros dias, com a mera diferença de não ter comigo a minha neta, dediquei-me a zelar pela minha horta.
Neste momento tenho favas a crescerem com força,
como se pode comprovar na foto seguinte.
Diria que mais uma semana e estarão prontas para o tacho!
Entretanto os tomateiros já foram transplantados dos vasos para a terra. Se alguns gostaram da mudança outros houve que não se sentiram bem e morreram. Seja como for estava na hora de lhes fornecer a armação para que daqui a uns tempos possam elevar-se e brindarem-me com belos frutos.
Mas a coisa parece fácil mas requer trabalho, muito trabalho. E paciência... Que é coisa que tenho em abundância. andei toda a manhã e parte da tarde de volta da estrutura, em tronco nu (asneira, pois apanhei um escaldão!). Com um ferreo grosso criava um buraco na terra para depois lá colocar as canas que secas tornam-se frágeis. Finalmente atravessei as canas na horizontal e... "voilá" temos as peças montadas.
Esta é a horta antes e a próxima foto a mesma horta... depois!
Ainda fiz uma estrutura semelhante para os feijoeiros. Estes têm a vantagem de subirem e agarrem-se sozinhos sem a minha ajuda.
Decididamente este ano não é propício para a agricultura.
A falta de água foi certamente a maior das razões, mas não só! Um clima atípico com enormes amplitudes térmicas em poucos dias, Por vezes chuva intensa quando deveria já haver mais sol e muitos dias (demasiados!) sem uma pinga de água.
Na terra como em quase tudo na vida o mais forte tem mais facilidade em sobreviver, Vai daqui na sementeira de batatas a erva apoderou-se da pouca água de caiu e logo aquelas sofreram para se criarem.
Posto isto nem mesmo com rega, este ano, os meus tomateiros foram férteis. Como se aproxima a época da plantação das couves decidi por arrancar a maioria dos tomateiros. Especialmente aqueles que deram menos tomates.
Desmanchar esta feira não é fácil porque há muitos atilhos que tento recuperar para os próximos anos
Restaram somente os de enxertia (é assim que são conhecidos!!!)
E uns outros deveras muito parecidos com os anteriores mas que tiveram origem nos Estados Unidos e dão pelo simpático nome de "Ponderosa Pink". Estes são muito saborosos e duram meses sem irem ao frigorífico.
Agora vou esperar que a chuva regresse para poder depois cavar a terra para voltar a dispôr as couves brancas que enchem a Consoada.
Por aqui o vento abriu as portas e deixou-se correr. Há uma agitação tão frenética que temi pela minha pobre horta. O feijão já deu o que tinha a dar. As curgetes estão a produzir com frequência e as aboboreiras crescem no terreno com à-vontade, como tanto gostam! Entretanto mesmo ao lado o tomatal verde faz pela vida e balança ao sabor do vento inclemente. Receei que a estrutura que vai suportando os tomateiros se desmoronasse qual castelo de cartas.
Por isso fui ajustar a estrutura e prender melhor algumas pernadas dos tomateiros, nomeadamente os mais carregados de tomates.
Gosto de passear por entre os tomateiros, perceber a próxima colheita e imaginar uma próxima e bela sopa de tomate.
Agora é aguardar que venha o calor para amadurecer os frutos ainda muito verdes.
Mais ou menos por esta altura do ano costumo fazer aqui um ponto de situação da minha horta de Verão.
Porém este ano fiz as plantações de forma diferente. Em vez de comprar plantas já crescidas fiz o meu próprio alfobre com as sementes de tomates que colhi o ano passado e também de algum feijão. Somente as curgetes é que comprei já crescidas e replantei-as.
Mas ou fosse do alfobre ou da qualidade das sementes, certo é que os tomatteiros estão pujantes e muitos deles com uma profusão de frutos.
Estes tomateiros requerem agora muito trabalho no sentido de os prender à estrutrura evitando que com o peso dos tomates caiam na terra.
Por outro lado o feijão está a produzir uma média de um quilo de feijão-verde por dia. O que é muito mais do que é necessário cá em casa. As curgetes, por seu lado, já enchem o frigorífico. O que vale é que a família é grande e vai-se distribuindo!
Para terminar a ameixeira já tem ameixas maduras. Muuuuuuuuuuuuuuuitas.
Colhi hoje o primeiro feijão verde. Pouco mais de 100 gramas, mas ainsa assim sinal que vamos ter verduras por uns tempos.
A estrutura está montada há muito e os feijoeiros crescem com vontade,
Entretanto os tomateiros já estão evoluídos, tendo alguns deles já flor. Mas obviamente longe ainda dos frutos.
Quem se adiantou já foram as curgetes. Para a semana já teremos que comer.
Só mais um nota de rodapé. Este ano apenas comprei curgetes para dispor. Tudo o resto foi alfobre feito cá em casa, desde os feijoeiros aos diferentes tomateiros. Parece que dificilmente no futuro comprarei plantas crescidas para dispor...