Razão e acção
Quando jovem participei em algumas manifestações contra a implementação de uma central nuclear em Portugal. O lugar escolhido seria próximo do Bombarral e fosse das manifestações ou da falta de dinheiro e estudos para viabilização da coisa, a central nunca se instalou. Estamos nos anos 70 logo a seguir ao 25 de Abril.
Nessa altura o slogan usado era “Energia Nuclear? Não obrigado!” e associado a este símbolo.
Quarenta e cinco anos depois deparo com uma gaiata de 18 anos a expelir ódio por todos os poros e a levar muitos jovens a acções cujas consequências nem imaginam.
Sou um defensor do ambiente e evito o mais possível poluir, geralmente reciclando vidro, papel e plástico e outrossim através da reciclagem do lixo doméstico que utilizo para fazer compostagem e para mais tarde usar como estrume na minha horta.
Compreendo que a sueca Greta Thunberg tente por todos os meios chamar a atenção para as graves alterações climáticas a que vamos assistindo. Todavia a razão que lhe assiste, que é muita, não é acompanhada de uma acção do mesmo cariz. Noto na jovem uma revolta permanente, quase sempre associada a um discurso deveras inflamado, mas pouco assertivo. Daí talvez uma das razões por não ter sido convidada a participar na reunião COP26 que se realizou recentemente em Glasgow.
É certo que muito do que diz a activista sueca acaba por ser verdade, porém a forma como propaga a sua mensagem acaba por lhe retirar alguma força e impacto.
Seria também óptimo que a jovem não se esquecesse dos milhões de jovens espalhadas pelo mundo, da idade dela e até mais novas, que não têm quaisquer direitos. Nem sequer a uma alimentação minimamente decente. Para estas raparigas a maior preocupação é “somente” sobreviver.
Algo que a Greta tem provavelmente como garantido!