O governo minoritário liderado por Luís Montenegro caiu ontem na AR com algum estrondo.
Por isso hoje o tema principal das notícias e opiniões, versava sobre esta crise política que fez tombar mais um governo. Tudo devido a uma estranha teimosia do Primeiro-Ministro.
Sempre que pude fui lendo alguns textos sobre a actual situação política e entre muitos disparates e algumas coisas acertadas há uma ideia que é mais ou menos consensual: nenhum partrido desejava agora eleições! Da esquerda à direita! Até eu ainda esta semana havia apostado numa ideia ou hipótese, para depois me sair jogo branco. Quem manda a mim alvitrar sobre coisas que não sei? É o que dá a gente (eu) que se julga conhecedora da ciência política.
Bom avancemos!
Imagino que os partidos mais pequenos estejam já a deitar contas à sua vida política num futuro mais ou menos próximo. A IL, o CDS e provavelmente até o Chega à direita, o BE., Livre, PAN, PCP à esquerda sentem que a suas representações poderão scair, para no sentido inverso o PS e o PSD conseguirem mais gente no Parlamento.
E regressando a Montenegro, ainda estou para perceber o que o levou a apresentar uma moção de confiança após duas moções de censura. Creio que o Presidente do PSD deu uma de David Cameron aquando da consulta pública sobre o Brexxit, com as consequências que todos sabemos, pois pensou que o PS não o deixaria cair. Luís Montenegro avaliou mal o seu opositor. Um erro que pode custar não só S.Bento, mas outras bravatas.
Agora é só tempo de voltar ao baú e recuperar de lá aquelas velhas sebentas onde se ensina como ganhar eleições sempre com as sondagens em queda
Na Assembleia da República andam a brincar com os eleitores tugas. Só podem. Ainda há pouco o país foi a eleições e já andam a tentar deitar o governo abaixo...
Entendo que no jogo político tudo ou quase tudo é válido para se abichar mais uns votos. Todavia pergunto se os fomentadores deste salsifré político terão a certeza dos próximos resultados? Ou será qu'isto são apenas manobras de diversão para que o povo não perceba o que vai dentro de alguns partidos.
Tanto Chega, como BE e obviamente o PS anda em lutas intestinas por causa das próximas presidenciais. Ora uma nova campanha e correspondentes eleições poderia, ou talvez não, clarificar algumas ideias para o futuro.
Para mim tanto se me dá que ganhe A ou B, pois já estou velho demais para bravatas e provavelmente não ganharei nem perderei nada com uma eventual mudança de governo.
Prevejo, no entanto, que esta brincadeira vai sair cara não só ao país mas essencialmente aos que criaram esta mais uma diversão republicana. Depois o senhor Presidente que está desejoso de largar Belém não tem coragem de chamar os lideres políticos para os avisar que as coisas, politicamente falando, poderão ficar bem pior. Se calhar até seráde propósito.
Os nossos políticos ou para-políticos como é o caso do senhor Almirante Gouveia e Melo assumiram para eles os holofotes. Uns por boas razões mas a maioria nem por isso.
Principiemos pelos bons exemplos: o senhor Comandante ou Almirante se quisermos falar da sua patente, não se quis envolver em jantares suspeitos. Retirou-se de cena e isso, a meu ver, só mostrou que sabe qual poderá ser o seu lugar da sociedade portuguesa. Saiu a tempo da confusão, mostrando coragem e lucidez! Muito bem!
No caminho inverso ficou o actual governador do BdP, Mário Centeno, que já percebeu que a sua candidatura dentro do seu partido não é aceite por todos. Provavelmente ao tentar arregimentar apoios, o antigo Ministro da Finanças de Costa, viu fugir muita gente. Mostrou pouco discernimento e sinto que só ele é que deve ter pensado que teria hipóteses de ir para Belém.
O caso no Ministério da Saúde e da acumulações de funções do ex-director do SNS deixou a Ministra da tutela muito mal na fotografia. Não será caso para demissão mas creio que a senhora Ministra terá ficado fragilizada. Veremos se haverá consequências...
A seguir há o caso das mães despedidas pelo BE. Mais um caso de: olha para o que digo não olhes para o que faço. Pior do que aconteceu foi o BE disparar contra a ERC, para mais tarde vir a assumir o que realmente aconteceu no partido. Mais um bom exemplo de incoerência política. Assim dificilmente sairão do lugar onde estão na AR. Encravados entre PS e PCP e sem perspectivas de crescer. Será bom que se percebam que o povo não esquece!
Finalmente a mala! Ou malas! E um deputado a mexer onde não deve ou deveria. Quase me faz lembrar um velhíssimo anúncio num programa radiofónico de enorme sucesso: ai quem me dera a mala! Simplesmente impensável!
Portanto da esquerda à direita os nossos políticos a asneirar muito bem! Haja alguma coisa em que são bons!
Depois ainda há quem se admire com a abstenção nas eleições!
Ainda estou para perceber a razão da aprovação da desagregação de umas centenas de freguesias. Num país pobre como é o nosso o Estado continua a ser o maior sorvedouro de riqueza que vamos criando, sem que se veja melhorias significativas no país. Basta perceber o estado a que chegou o SNS e a Educaçáo, só para referir dois exemplos gritantes.
Todos temos mais ou menos consciência que um presidente de Junta pode vir a ser alguém destacado no seu partido ou como diz o povo "é de pequenino que se torce o pepino".
As freguesias são outrossim a forma mais simples de ligação entre o poder autárquico e o poder central, se bem que esta relação nem sempre seja amigável ou simpática.
Seja como for um presidente de Junta é alguém com algum poder, mesmo que a freguesia tenha poucos fregueses. Dito isto parece-me que as eleições autárquicas que ainda se realizarão este ano podem ser a razão da aprovação (quase) apressada deste diploma, já que é necessário distribuir uns lugares pelos amigalhaços partidários. Quanto antes!
Por isto e muuuuuuuuuuuuuuuuito mais seremos sempre, mas sempre o Portugal dos pequeninos. E não estou do parque da cidade de Coimbra!
Amanhã a minha neta entrará na pré-primária, porém numa escola particular porque as públicas não têm vagas. Creio que falei há tempos deste tema, mas foco-me nesta conclusão: os governos decidem sem perceber se o país tem estruturas físicas e humanas para acomodar tais decisões.
Os meus filhos nunca andaram na pré-primária, nem sequer em colégios já que ficaram em casa aos cuidados dos avós maternos até ao dia primeiro da escola. Estes favores nunca ficaram devidamente pagos aos meus sogros. Da básica seguiram para as escolas secundárias sempre públicas. Apenas na universidade tiveram opções e escolhas diferentes.
Portanto a partir desta segunda feira a minha neta mais velha entrará nesse mundo estranho, ao mesmo tempo fantástico da educação, ainda sem qualquer vício ou defesas, como provavelmente terão algumas das suas coleguinhas que desde pequeninas foram entregues aos cuidados de outrem.
Voltando ao início deste tema e à falta de lugares nas pré-primárias reforço a minha ideia de que o Ministério da tutela não poderia nem deveria lançar uma regra sem perceber se esta pode ser oferecida a todas as crianças. A capacidade financeira dos pais parece ser um dos filtros para as crianças terem acesso ás escolas públicas em detrimento daqueles com maiores rendimentos. Em paralelismo as pessoas com maiores rendimentos também não deveriam usar os hospitais públicos, certo? Errado, digo eu!
Mais uma vez o Estado a tentar substituir-se à família! A ceder a algumas ideologias para ganhar votos sem ter realmente consciência do impacto das suas regras.
Para no fim pagarem sempre os mesmos: os educadores e em última instância os educandos.
Criei há tempos um grupo no uotessape, que após diversas e interinas nomenclaturas ficou finalmente renomeado como "Os desgovernados". Talvez uma ténue referência à ausência de governo na altura em que foi criado.
O grupo nesta altura já conta com uma dúzia de elementos das mais diversas origens, sejam eles da área artística, jurídica, engenharia, saúde, empresariado e até da parvoíce (este sou eu, obviamente).
A maioria no activo, outros naquela fase de descanso a que pomposamente apelidam de... reforma!
Bom... perante este naipe de ilustres personagens alguém lançou hoje a ideia de lançarmo-nos na vida política e abraçar um projecto de verdadeiro desgoverno.
Considerei a iniciativa como algo com pernas para andar e fiquei a matutar que pastas cada um dos desgovernados assumiria. Tão pouca gente para tanto que há a fazer!
Pela minha parte assumiria a dificílima pasta da Alegria, Boa Disposição e demais Parvoíces. Só assim resistiria a tanta desgovernação anterior!
Falta assim arregimentar mais gente para este desgoverno, de forma a apresentar um programa de acção onde a amizade, a cumplicidade e fraternidade sejam verdadeiros pilares para um bom desgoverno!
Compreendo que a esquerda portuguesa ande ressabiada com a derrota nas passadas eleições. Ainda por cima os sucessivos ataques a um líder político só tiveram o condão de o tornar mais conhecido e com isso angariar tantos votos que a Assembleia da República vive perrmanenetemente sobre um vulcão pronto a explodir.
Mas será bom dizer que a culpa deste estado de coisas não é certamente da direita, que apenas fez o trabalho de casa. Foi a esquerda que durante oito anos deixou que o país caminhasse para um caos social nunca visto. A oposição fez apenas o trabalho que lhe competia.
Por muito que tentem arranjar desculpas, a verdade é que os portugueses não são burros nem parvos. Tivesse o PS com o apoio meio velado da restante esquerda, governado com competência, provavelmente outro PM estaria sentado em S. Bento.
No futuro próximo tudo servirá para atacar o actual governo, mas faz parte do jogo político. O que importa é que os novos ministros e secretários de Estado se mostrem à altura dos desafios que têm entre mãos. Porque de outra forma continuaremos a marcar passo sem sair do lugar.
Portugal tem diversos problemas para resolver e já: habitação, saúde, educação, segurança nacional. Será bom que o foco esteja na solução destas situações.
Espero que Marcelo Rebelo de Sousa encoste o indicador aos outros partidos e lhes dè sinal evidente que os próximos tempos não serão para brincadeira política!
Finalmente já se conhecem os nomes do próximo governo. O XXIII desta república.
Poucas surpresas nos nomes, sendo que a maior delas seja a quantidade de mulheres como ministras (ao todo serão sete num governo de 18 pastas).
A partir de terça feira irão todos trabalhar para fazer deste país um local melhor para se viver. Seja para jovens e menos jovens! Ricos e pobres.
As criticas irão agora chover de todos os sectores políticos ainda antes de alguém poder fazer algo. É sempre assim!
Por mim dou o benefício da dúvida a todos. E só espero e desejo que nenhum deles seja envolvido em escândalos ou em processos judiciais como em casos recentes. Necessitamos de gente que aja, que ponha este motor a trabalhar, que retire as pessoas das depressões políticas que têm vivido nos últimos meses e anos.
Acima de tudo que este governo nos coloque a todos no caminho saboroso e renovado da esperança!
Há uma horas liguei uma das televisões para ir ver a Final da Taça de Portugal em Voleibol. Naquele instante estava a dar um noticiário (não imagino em que canal estaria) sobre a visita ao museu da resistência em Peniche de António Costa.
Em rodapé pude ler: António Costa, Primeiro-Ministro cessante.
Até aqui nada de extraordinário... a não ser ter nascido ali uma ligeira dúvida e que foi a seguinte: se AC é um PM cessante e se Luis Montenegro ainda não iniciou funções, quem estará a governar este rectângulo?
Eu sei que somos gente pacata e de brandos costumes, mas ainda assim necessitamos de ordem. Portanto expliquem-me lá (devagar de preferência) quem está ao leme desta velha nau?
As noites eleitorais são óptimas para percebermos, não as eventuais consequências dos resultados, mas como cada comentador, provavelmente pago a peso de ouro, disserta sobre os dados que tem.
Ontem à noite enchi-me de coragem e fui vendo e ouvindo o que cada um pensava sobre os mais recentes resultados eleitorais. A determinada altura percebeu-se que poderia haver um empate entre a AD e o PS, com as hostes laranjas a calmarem um pouco, imagino eu!
No entanto o tema maior da “soirée” eleitoral foi o crescimento exponencial do Chega. Um partido que se afirma como sendo de direita e visivelmente radical (eu prefiro chamar de arruaceiro!). Bastaria lembrar a forma como o seu líder transformou os debates televisivos, para percebermos que estávamos presentes um voraz demagogo, vendedor de banha da cobra sem graça e sem princípios.
Muito se especulou na noite passada sobre de que maneira o Chega conseguira o desiderato de alcançar quase meia centena de deputados.
Transferência de votos da AD para o Chega? Provável, mas não explicaria tamanho incremento. Especialmente em zonas em que outros partidos teriam mais força. O caso mais paradigmático foi no “reino” (obrigado João-Afonso!!!) dos Algarves onde o Chega conquistou o distrito.
Já era muito tarde quando me deitei, mas fiquei a pensar na coisa. Era impossível, por exemplo, o eleitorado do PCP ter passado para o Chega. Para mim não entendia essa ideia. De todo!
Não sou politólogo, sociólogo nem mero comentador. Contudo penso pela minha cabeça e a minha professora primária ensinou-me a fazer contas. Vai daqui peguei num papel, fiz umas pesquisas breves na internet e apanhei estes dados:
1 – em 2022 o número de eleitores votantes foi de 5 389 705:
2 - em 2024 votaram 6 140 289 eleitores;
3 – a diferença apurada é de 750 584 votos expressos.
Agora peguei na votação no Chega:
1 – em 2022 o partido liderado por Ventura teve 385 573 votos;
2 – na votação de ontem recebeu 1 108 764 votos:
3 – a diferença entre ambas as votações é de 723 191.
De súbito olho para estes resultados e tudo se fez luz! Mas daquele intensa. Percebi que o crescimento do Chega não advinha de transferência de eleitores que haviam votado noutros partidos (como nunca acreditei!!!), mas simplesmente... da abstenção.
Como se explica então isto? Fácil, muito fácil!
Retirando os doentes a maioria dos abstencionistas são gente que não acredita neste sistema eleitoral ou pior que tudo, mas provavelmente com alguma razão, não se revêem em nenhum dos actuais partidos.
Ora o Chega, desde o seu início tem um discurso truculento e disparando contra todos os políticos em actividade. Uma opção que se percebe agora que teve o seu êxito. Se juntarmos a esta postura bravia, a assumpção pública por parte dos lideres dos outros partidos de jamais de coligarem ao Chega, ficou criada a mistura propícia para os abstencionistas deixarem de o ser e mostrarem o que pensam da nossa classe política.
Se pensarmos quem voto no Chega foi como quase não votar, porque Ventura jamais fará parte de uma solução governativa, seja à esquerda ou à direita.
Quanto ao resto dos resultados continuo a lamentar apenas a queda do PCP, por contraponto ao Livre que se tem mostrado um partido bem competente.
Finalmente cabe agora a Belém resolver este imbróglio.