O senhor que se segue!
O João Ferreira Dias chama a atenção neste seu texto para o facto do Almirante Gouveia e Melo poder eventualmente candidatar-se a Belém e daí advir algo menos simpático.
Em jeito de comentário diria que entendo os seus receios, mas serão certamente injustificados. E passo a explicar a minha ideia.
Desde há muuuuuuuuuuuuuuuito tempo que o PS tem dados diversos tiros no pé no que se refere às eleições presidenciais. Recordo que por mais de uma vez diversos candidatos saíram das fileiras socialistas originando uma divisão interna da qual o partido do largo do Rato nunca se libertou.
Manuel Alegre e Maria de Belém são dois exemplos mais recentes e já nem trago aqui a candidatura de Salgado Zenha em 1986 (na altura numa total rota de colisão com Mário Soares).
Perante uma amálgama de sarilhos o PS não tem nas suas fileiras verdadeiros candidatos à PR. Poderia haver José Sócrates, mas este arranjou um belíssimo sarilho ao PS ao deixar-se enredar numa teia de acusações (verdadeiras ou falsas, todavia marcantes!) que lhe estragaram a vida política.
Falou-se há tempos de António Guterres ou António Vitorino como proto-candidatos, mas creio que nenhum deles sente já estaleca para entrar numa campanha eleitoral que será sempre desgastante. É que os anos também contam!
Posto isto e com o bom trabalho feito pelo Almirante Gouveia e Melo aquando da pandemia, o PS tenta arregimentá-lo, diria quase à força, para Belém. Porém um verdadeiro militar vê nos seus actos apenas missões e para as quais é chamado. E neste caso não me parece que o actual Chefe do Estado Maior da Armada sinta atracção pelo poder. Pelo menos até perceber quem poderá ser o seu opositor!