Bragança - dia 2 parte 2
Conta-se por estes lados que no tempo da emigração, muitos angariadores de fugitivos traziam homens das Beiras ou de regiões ainda mais longínquas e largavam-nos numa povoação transmontana chamada... França! Alguns vendo-se enganados regressavam tristes a casa, mas a maioria ousavam seguir até ao país de destino.
Hoje a aldeia é plena de beleza onde o rio Sabor saltita de socalco em socalco como o do filma infra. Foi uma belíssima surpresa e recomendo a visita.
Aproximava-se a hora do almoço. Passei por vários até que em Meixedo, a uma mão cheia de quilómetros de Bragança, subi a rampa para o restaurante "O Javali". Com diversos referências no Turismo de Portugal e no Guia Michelin, este restaurante foi uma estupenda e inesquecível surpresa. Sem reserva prévia ainda assim encontraram uma mesa para dois.
As entradas com fumeiros e queijos da região,
pão caseiro e umas azeitonas muito bem temperadas a que se seguiram as empadas de perdiz e javali. Tudo isto para abrir o apetite para o que viria a seguir: ensopado de javali.
Já comi em muito restaurantes mas dificilmente se encontra um onde a qualidade dos produtos e o serviço alinhem pos uma bitola de excelência. Terminou-se com um pudim de castanhas simplesmente sublime!
Um verdadeiro marco gastronómico na minha vida de viajante.
Foi o momento de voltar à estrada.
Por indicação do João-Afonso visitou-se outra aldeia de nome Gimonde onde, e para além de muitas casas recuperadas, encontrei esta mensagem esculpida e uma cegonha.
Uma mensagem que faz todo o sentido para quem, como eu, é peregrino.
Por fim pensei em ir a Vinhais. Pouco mais de duas dezenas de quilómetros separam Bragança da bonita vila onde um Parque Pedagógico é ex-libris, para além do velho castelo.
Mas foi uma viagem atribulada, porque a estrada emanhara-se nos montes e vales, demorando demasiado tempo para fazer tão poucos quilómetros. As constantes curvas e contracurvas obrigaram-me a uma condução mais cuidada e obviamente demorada. No regresso acabei por visitar uma aldeia recuperada de nome Fontes Barrosas que me pareceu deveras interessante.
Acabei o dia já no castelo de Bragança que se encontra muito bem cuidado.
A cidadela é interessante com diversas ruas estreitas e curiosas.
Caiu a noite e foi tempo de voltar ao alojamento já que o dia seguinte previa-se outrossim longo.