Em 1956 surge no cinema pela mão de Roger Vandim o filme “E Deus criou… a mulher” protagonizado por Brigite Bardot.
Pegando neste título cinéfilo hoje poderemos afirmar que “E Deus criou… CR7” protagonizado agora por Cristiano Ronaldo, um madeirense que muito novo veio para Lisboa e por aqui foi construindo os alicerces para aquilo que é hoje: o melhor jogador de futebol do Mundo de sempre!
Inventem records que CR7 tudo fará para os pulverizar. Mirem nestes números que fazem daquele jogador:
- o melhor marcador do Real Madrid com 451 golos (a uns “meros” 128 golos de distância do 2º classificado);
- o melhor marcador das selecções com 115 remates certeiros;
- o melhor marcador da Champions League com 141 golos.
Este fim de semana Cristiano Ronaldo bateu o record de melhor marcador de todos os tempos com 807 golos.
Uma marca, diria, quase extraterrestre.
Quando já muitos tentavam fechar o livro de records para CR7, eis que este os obriga a reabrir o livro e a criar provavelmente novas metas para o português alcançar!
Só um pequeno pormenor que vale o que vale: este atleta tem 37 anos!
Na passada quarta feira escrevi num blogue cooperativo um texto sobre o jogo do dia anterior que tinha oposto o Sporting do qual sou fervoroso adepto, como todos sabem, ao Manchester City quiçá actualmente a melhor equipa do Mundo.
Entre várias coisas que escrevi disse que o treinador leonino, não obstante a derrota. poderia aprender alguma coisa mais com o jogo adversário que com o resultado.
Não imagino se Ruben Amorim leu o tal postal, mas no jogo de hoje percebi uma equipa diferente daquela que costumava ver. O Sporting puxou dos galões de campeão nacional e mostrou que ainda é candidato à vitória do campeonato, todavia não dependendo somente de si.
Mas o melhor mesmo desta tarde/noite, para além dos sempre apetecíveis golos, foi a postura da equipa, que vendo-se a ganhar por três a zero e jogando 11 contra 10 do Estoril, não deixou de carregar no acelerador de forma a ampliar a vantagem.
Boa atitude dos jogadores. Óptima presença dos espectadores acima dos 35 mil.
Esta noite foi mais um serão de bom futebol. Bom porque o Sporting jogou bem, bom porque ganhou com mérito, bom porque Bas Dost marcou mais três golos.
Nunca fui grande jogador de futebol. Admirava-me mesmo quando, na escola, alguns colegas conseguiam dar centenas de toques na bola. Eu dava dois e ao terceiro a bola parecia fugir dos meus pés.
Por isso admiro quem consiga fazer deste desporto uma profissâo. E se for competente tanto melhor. Há muitos jogadores por esse mundo fora com muita qualidade e que fazem coisas impossíveis com uma bola. E nem necessito enumerar nomes, pois todos nós os conhecemos.
Tenho pelos jogadores com a posição de pontas-de-lança (evolução para o antigo título de avançado-centro) uma consideração e admiração muito acima da média.
Por isso hoje falo de Bas Dost, 1,96 metros de puro instinto matador. Naturalmente um grande herdeiro de Liedson, Mário Jardel, Paulinho Cascavel ou Manuel Fernandes.
Ou de Yazalde, Lourenço ou Peyroteo.
O holandês é realmente um esplêndido jogador, com uma capacidade de concretizaçáo fantástica. Que faz as minhas delícias e seguramente de milhares de sportinguistas. Esta noite marcou mais três... Tudo fácil... como se voasse.
Há muito que olho para o futebol com alguma amargura. E não tem a ver com as escassas vitórias do Sporting mas unicamente com a maneira como este desporto é mundialmente aceite. E jogado!
Os golos, que deveriam ser a principal razão deste desporto são pouco comuns em comparação com outras actividades desportivas. Daí talvez uma das razões porque os americanos não sentem uma atracção por aí além pelo Desporto-Rei.
Sempre defendi que num jogo não me interessa quantos golos a minha equipa sofre mas sim aqueles que marca. E por isso é necessário marcar sempre mais um que o adversário.
Ora com base neste pressuposto penso que as instituições federativas deveriam olhar com mais atenção para este fenómeno e criar condições para se valorizarem mais os golos obtidos, a par obviamente dos próprios resultados. Parece estranho o que estou a dizer? Mas vou já explicar a minha teoria.
Exemplifiquemos:
A equipa A vai jogar contra a equipa B. No final da partida observa-se o seguinte resultado: 7-4. Num campeonato dito normal a equipa A teria 3 pontos enquanto a equipa B receberia 0 pontos.
No mesmo torneio as equipas C e D defrontam-se mas o resultado terminou com a vitória da equipa D por 1 a zero. Da mesma maneira a D ficaria com 3 pontos contra 0 da equipa C.
Pensemos agora que em vez de se usar esta fórmula usaríamos uma em que valorizássemos os golos. E como? Fácil… Por cada conjunto de três golos, à equipa acrescia mais um ponto. Ora pegando ainda no exemplo acima referido o primeiro resultado daria à equipa A 3 pontos (da vitória) mais 2 por ter marcado 7 golos (2 pontos por dois conjuntos de três golos) enquanto a equipa B seria “premiada” com um ponto por ter marcado um conjunto de três golos.
Do mesmo modo o segundo resultado não daria mais nenhum ponto extra a qualquer das equipas.
Teríamos assim numa suposta classificação: Equipa A com 5 pontos, a D com 3 a B com 1 e a C com 0.
Deste modo creio, fomentar-se-ia o golo, pois uma equipa podia perder mas se marcasse três golos teria sempre um ponto.
Em tempos o “International Board” da FIFA tentou alterar algumas regras de forma a fomentar a obtenção de mais golos, todavia com pouco sucesso.
Deixo assim aqui a minha contribuição para a melhoria do futebol. Reconheço que é uma ideia absurda e provavelmente impraticável. Enfim uma utopia!
Nota final – esta minha ideia não foi plasmada no nosso actual campeonato e portanto nem imagino como seria a classificação nesta altura com os resultados observados até agora.