Gafes e afins!
Cometer gafes é uma das características cá em casa. Se algumas são constrangedoras, outras são divertidas e são recordadas amiúde aquando dos almoços e jantares de família.
A rainha desta situações é, sem dúvida a minha mulher. Eu próprio também já tive algumas, mas aprendi e sou ora muito mais comedido. Mas também criei algumas situações atípicas.
Recordemos então do sentido ascendente aqueles que me pareceram mais curiosas e engraçadas.
5 - Certa manhã na Pastelaria onde normalmente tomava o pequeno almoço antes de ir trabalhar vi entrar um cliente. Julgando eu conhecê-lo dirigi-me de mão estendida. O interlocutor aceitou o cumprimento, mas percebo logo que me tinha enganado na pessoa. Juntei-me à minha mulher que tomava também o pequeno almoço que perguntou: quem era. Respondi: Não sei, pensei que fosse outra pessoa. A minha mulher ficou a rir.
4 - Um colega muito mais velho que eu, gabava-se todos os dias das suas conquistas na noite anterior. Certo dia vi-o entrar acompanhado de uma jovem alta e muito bonita, no local onde geralmente todos tomavam café. De tarde e já no escritório saudei o colega pela presença feminina. Disse-lhe: - Hoje estava muito bem acompanhado. Que brasa! Respondeu-me: - Obrigado! Eu sei, mas era a minha filha! Um buraco teria calhado bem!
3 - Uma segunda-feira um colega veio ter comigo e disse-me: no sábado vi-te na Piedade. Respondi-lhe: totalmente impossível pois estive na aldeia todo o fim de semana. Não brinques dizia-me ele, até te cumprimentei. Deu-me então uma ideia: já sei falaste com o meu irmão gémeo! Só pode! Ele percebeu que estava a gozar com ele, mas não ficou convencido. De tal forma todas as segundas feiras logo de manhã perguntava-lhe: onde me viste este fim de semana?
2 - Outro dos meus bons colegas de trabalho era solteiro e um homem pacato. Bem mais velho que eu desde cedo nos tornámos bons amigos. Passados uns anos reformou-se, mas ia todos os dias ao refeitório da empresa almoçar. Como morava da zona do Castelo em Lisboa acabava sempre por passar perto do antigo trabalho. Vivia sozinho e assim era uma forma de rever os colegas. Certo dia pela hora do almoço e no meio da rua do Ouro em plena baixa Pombalina vi ao longe o meu amigo Zé e acto contínuo chamei-o. Olá Zé como estás? Ele ao longe responde-me que está bem, mas nada o preparara para a pergunta que lhe lancei: Então já perfilhaste a criança ou ainda andas a fugir? Acto contínuo muita gente anónima a olhar para o nosso pacato José com ar crítico. E eu continuei: ela veio aqui à tua procura! Tadito do meu amigo Zé que não sabia onde se enfiar!
1 - Esta figura com o Óscar para a melhor gafe. A artista principal foi a minha mulher e ainda hoje nos rimos com a situação. Estávamos na aldeia na Beira Baixa. Tempos antes havia plantado uma tanjarineira, mas era necessário aramá-la à volta pois era frequente andar por ali gado ovino. Pedimos então ao N. que nos fosse ajudar. O N. tinha um defeito numa perna e coxeava, mas era um trabalhador fantástico, especialmente com máquinas. Mas deitava a mão a tudo. Combinámos certa hora para ele estar na fazenda para colocarmos a cerca em redor da pequena árvore de fruto. Ia eu, o meu filho mais novo e a minha mulher. No local encontrámos o N. acompanhado de uma senhora bem mais velha que ele. Cumprimentos para aqui, cumprimentos para ali oiço de repente esta questão feita pela minha mulher: Então esta é que é a sua mãe? A resposta chegou célere e surpreendente por parte do N.: - Não, é a minha mulher! De súbito eu e o meu filho só queríamos sair dali e rir a bom rir, mas não podíamos. Pudera!