Parece que o nosso país volta a estar em euforia pois foi um dos escolhidos para organizar o Mundial de Futebol em 2030.
Por este lado a minha alegria equivale a... zero!
Com tantas vidas estragadas por causa dos aumentos das taxas de juro (notem a quantidade de casas que há agora à venda!), com a questão da contagem de tempo dos professores que originaria um maior gasto do orçamento e a consequente abertura de um precedente para que outras classes viessem também reclamar, com Serviços de Urgência a fechar por falta de médicos que não querem fazer horas extraordinárias, repito com tantos problemas e vamos gastar mais uns milhões com a Organização de um Mundial.
Gostaria de saber quanto é que a FPF pensa despender com o futuro evento. Mais... quanto irá sair dos cofres do Estado e consequentemente de todos nós?
O mesmo Estado que para uns é um "mãos-largas" e para outros são só cativações!
Contudo enquanto existirem portugueses a alinhar nestes "futebóis" está-se bem! Mas depois quem se trama são sempre os mesmos!
Ainda estou para perceber porque o engenheiro Fernando Santos não convocou os melhores jogadores portugueses em actividade, para esta competição.
Provavelmente até percebo, mas não quero acreditar. A ideia que corre é que a maioria dos jogadores são geridos por um certo empresário de futebol e nesse sentido pretende este, com a chegada dos seus jogadores à selecção uma valorização para "abichar" mais algum numa eventual transferência futura.
Não me parece que este seja um princípio justificável para convocar jogadores, mas quem sou eu para contrariar esta ideia.
Também já deu para perceber que alguns dos jogadores convocados não se encontram nas suas melhores condições físicas e atléticas, mas ainda assim foram chamados. Sinceramente e repito o que disse no início, não entendo as escolhas do seleccionador português.
E nem quero abordar a ideia absurda de que Fernando Santos chamará jogadores só para terem visibilidade europeia seguindo interesses de alguns clubes.
A não convocação de Pedro Gonçalvers ou Gonçalo Inácio, atletas do Sporting são exemplos do que escrevi acima, originando desconfiança na escolha.
O ditado é antigo mas cabe perfeitameente nas personalidades de Fernando Gomes e Paulo Bento.
Deste último sempre achei que nunca teve estaleca para o lugar que ocupou. Ser treinador de um clube é uma coisa, da selecção outra completamente diferente.
Também o actual presidente da FPF não esteve à altura do lugar de dirigente que ocupa. Nesta troca de acusações "diz-que-disse-mas-não-disse-queria-dizer-outra-coisa" fica a sensação que Fernando Gomes foi quase obrigado a dispensar Paulo Bento. É o que se infere das últimas declarações do antigo treinador do Sporting, ao jornal Record, que eu li. Acredito também que este último tenha falado a verdade na entrevista que deu à RTP.
No entanto e no que refere ao presidente da FPF já coloco muitas reticências, sobre as suas declarações.
Finalmente creio que todo este quase romance de "faca e alguidar" só prejudica o actual seleccionador Nacional e obviamente o futebol lusitano.
Nada me move contra o Engenheiro Fernando Santos. E gostei do tempo que ele passou no Sporting. Só que não me parece ser a pessoa certa para aquele lugar.
Com a entrada do ex-seleccionador da Grécia vai ser mais do mesmo, isto é, não vamos observar enormes modificações no que respeita a jogadores selecionáveis. Torna-se deveras difícil a alguém alterar o actual “status quo” da FPF.
Como já referi em anteriores textos, este organismo vive demasiado refém de gente a quem não interessa o futebol como desporto apenas como (bom) negócio.
Depois… depois há os clubes, as competições, os dirigentes, que podem não só limitar fisicamente os jogadores mas inibi-los psicologicamente de fazerem as exibições de que são capazes.
Será com tudo isto que Fernando Santos terá de lidar. E das duas uma: ou impõe a sua vontade criando por isso enormes inimizades, com consequências ainda imprevisíveis ou acata o que lhe forem propondo, originando que Portugal comece já a pensar na fase de apuramento para o próximo Mundial.
Prefiro estar muito enganado. E se assim for regressarei aqui para assumir o meu erro! Até lá deixem-me ser céptico, descrente e desconfiado... pelo menos até ao próximo jogo da selecção!