Quinze dias depois recebi por e-mail a notificação de que a declaração estaria validada e certa! Até aqui tudo a correr bem.
Antes da entrega online fiz uma simulação das contas. A aplicação apresentou-me um valor de reembolso agradável. Fiquei então à espera do dinheiro.
Hoje fui à minha conta e percebi que havia lá mais dinheiro e calculei que seria o reembolso do IRS. Era! Porém...
Vi e revi o saldo! Depois os movimentos da conta... Não pode ser, disse para mim! Há aqui algum engano.
Todavia só ao fim da tarde é que consegui ver a nota de liquidação do IRS. Fui vendo as contas e nada surgiu de estranho. Até que bem perto do fim aparece um valor referente a "Juros de retenção-poupança" seja lá o que isto quererá dizer*.
A verdade é que recebi de reembolso mais que o ano passado a que se juntou esta verba e que veio mesmo a calhar.
Já posso comprar mais raspadinhas e jogar mais forte no Euromilhões!
* - Obviamente que sei o que isto corresponde, mas não pensei que pagassem já!
Gostava de entender como é que determinados ministros e outros governantes tomam certas decisões. Será que ninguém os aconselha? Que ninguém os chama a atenção para as consequências das suas decisões? Afigura-se-me importante perceber isto…
Pensei nestas questões, este Domingo enquanto viajava de Castelo Branco para Lisboa pela A23. Uma auto-estrada que serve o interior do país… às moscas! Literalmente!
Entrei nesta via por volta do quilómetro 140 no sentido da A1. Final de semana após um feriado, a que muita gente associou a ponte de sexta feira, e portanto razão mais que suficiente para haver algum trânsito.
Nada disso! Durante a quase centena e meia que meou a minha entrada até à Auto-estrada do Norte, pude contar as viaturas que passaram por mim. E nem se poderá dizer que vinha depressa, pois conduzia uma carrinha velha e jamais ultrapassei os 90 quilómetros hora.
Curiosamente pouco depois de Castelo Branco a A23 é ladeada durante alguns quilómetros, pela antiga estrada que servia e serve a capital da Beira Baixa. E pude ver como essa via à mesma hora apresentava um tráfego mais que razoável.
Percebi que a questão das portagens demasiado caras desta Scut tornara-se o principal óbice para a sua maior utilização. Dei por mim a fazer contas… e a descobrir que a decisão da imposição de portagens, fora tudo menos… sensata.
Sempre defendi, num país pobre como o nosso, a filosofia do utilizador-pagador. Porém onerar desta forma as vias, foi um feitiço que se virou contra o feiticeiro…
E a pergunta mantém-se: ninguém no governo sabe fazer contas? Ninguém estudou os custos de tal decisão? É preferível manter a A23 para uma meia dúzia de utilizadores (incluindo eu!!!), enquanto os restantes automobilistas regressam às estradas nacionais com os riscos inerentes a essa escolha?
Não seria preferível diminuir o preço das portagens para um terço do custo actual, originando com isso o quádruplo da receita?
Posso não perceber de muita coisa, mas sei fazer bem contas.