Hoje a decana cá de casa fez noventa anos. Nem se apercebeu de tal já que a cabeça dela, vive por esta altura e desde há uns anos, num mundo paralelo.
A minha sogra não sabia que fazia anos, mas sabíamos nós! De tal forma que se comprou um belo ramo de flores e um bolo, ajeitou-se um jantar um pouco diferente dos outros dias e comemos todos. Alguns netos incluídos. E não foram todos porque as crianças têm de se deitar cedo.
Não imagino a que idade irei chegar, mas não gostaria de chegar muito longe sem juízo. "Antes a morte que tal sorte" como me dizia em tempos alguém próximo.
Na altura achei um exagero a expressão, mas hoje percebo que esta mulher que tanto trabalhou, que tanto lutou está viva, mas não vive.
Uma tristeza!
Todavia não lhe falta nada. Rigorosamente nada! E tal como a bisneta é tratada com o mesmo esmero e carinho.
É por estas e por outras que por vezes temo o meu futuro!
Não pude fugir a este desiderato e deste modo passei a consoada com o meu filho mais velho e a minha neta, para no dia de Natal almoçar em casa. Neste almoço éramos mais alguns, mas todos sem quaisquer problemas de vírus.
À distância de muitos quilómetros ficaram os meus pais já velhotes e o meu infante mais novo na aldeia da namorada.
No entanto ontem ao fim do dia fiz-me à estrada e fui até à aldeia sem que eles soubessem. Quando a minha mãe abriu a porta estava ao telefone com o meu filho mais velho.
As lágrimas caíram pela face rasgada de anos e trabalhos enquanto dizia:
- Foi a melhor prenda de Natal que podia alguma vez ter recebido.
Hoje dia 26, pelo meio dia, voltaram a bater-lhe à porta. Eu não estava… andava por lá a ver o estado das fazendas. Nem imagino a cara da minha mãe quando viu entrar os dois netos, as respectivas caras-metades e a mais-que-tudo-de-todos-nós com quase um ano de idade.
Entretanto cheguei eu e almoçámos todos juntos. Uma verdadeira festa de Natal.
A determinada altura disse a minha mãe:
- A melhor prenda de Natal são vocês todos ao estarem aqui. Não necessito de mais nada!
(Talvez não o tenha dito com estas palavras, mas sei que era isto que pretendeu dizer!)
Diz a sabedoria popular que é "de pequenino que se torce o pepino". Todos saberão o que este dito pretende dizer.
Poderia aqui enumerar uma quantidade de figuras conhecidas que iniciaram as suas actividades em idade infantil... Quiçá Mozart possa ser o expoente máximo dessas crianças precoces.
Só que nesta casa há já quem tente tornar-se também precoce. Coincidentemente todos os que foram criados neste lar seguiram a via informática. Posso mesmo acrescentar que o meu filho mais novo, com pouco mais de dois anos, já acedia a um computador. Obviamente não sabia o que fazia, mas que estragou muitos Windows foi verdade, de tal forma que formatei o computador ene vezes. Perdi-lhes o conto...
Entretanto e seguindo os passos do pai, do tio e dos primos mais velhos, a minha neta iniciou-se outrossim na informática. E certamente não foi hoje que se iniciou...
Hoje dia 22 de Outubro já era para mim uma data curiosa. Primeiro porque era a data de aniversário do meu avô materno que se fosse vivo faria 110 anos.
Muitos anos após o nascimento do meu avô e neste mesmo dia, este que se assina comprou o seu primeiro carro. Por 1440 contos ou pouco menos de 7500 euros. Estávamos em 1987 e para mim foi um enorme desafio.
Mas este dia de hoje ficará definitivamente marcada pela vinda ao mundo de mais uma menina, destronando a minha neta para segundo lugar na juventude na família. Tendo que conta que serão vizinhas imagino que daqui a uns anos andarão juntas na escola. E espero que sejam muito amigas para além da relação familiar (são primas em terceiro grau).
O dom da vida é um sinal supremo de beleza. A família está assim mais rica, mais jovem e mais fantástica.
Daqui envio os meus sinceros votos de felicidades ao meu sobrinho, pai desta nova menina e obviamente à mãe! As mulheres na família a estarem em vantagem.
O resultado da primeira semana de avô a (quase) tempo inteiro salda-se de forma muito positiva.
Faz muitos anos que não dava comida a um bebé, que não mudava fraldas que... não brincava "às crianças".
Nem queiram saber como me sinto... Pareço um miúdo a quem ofereceram um brinquedo novo e que olha para este com devoção sem lhe tocar.
Também é verdade que a minha neta é um doce. Conhecida já na família mais próxima como "miss simpatia", o mais recente elemento do clã é um encanto de criança. Não chora, ri-se sempre e só resmunga quando tem fome ou sono... O que me parece perfeitamenteu natural.
Até quando tem "brinde" na fralda nada transparece.
Está a nascer entre nós uma relação forte. Mesmo tendo somente 9 meses já sabe quem é que este que se assina e teve hoje mesmo o desplante de perante pai e mãe requerer o colo do avô!
Agora durante três dias regressa ao seu ninho de origem. Para voltar terça-feira.
Sempre disse que me contentava com muito pouco, porém esta criança é já muito na minha vida tendo conquistado o meu singelo coração.
O título deste postal parece uma sequela de um qualquer filme de luta de titâs. Todavia não é disso que venho falar.
Há seis meses houve algures um almoço farto e bem acompanhado. À mesa estavam onze comensais mais uma pilequice de dois meses que a única coisa que desejava era barriga cheia e rabo limpo. Estávamos a 2 de Março!
Seis meses volvidos ninguém desse almoço teve qualquer problema associado ao covi19 tendo, inclusivé, eu e a minha mulher feito testes ao virus aquando da nossa viagem aos Açores.
Seja como for desde aquela data mnnca mais nos juntámos para um almoço ou jantar com todos. O receio era evidente, mas como até agora ninguém foi infectado, nada melhor que aproveitar o último fim de semana de fim de férias para organizar um repasto. Ainda por cima porque um dos comensais estará breve a regressar à faculdade onde ministra uma cadeira e um outro aposta num Mestrado.
Repetiu-se assim a dose do número de pessoas: onze. Com a adenda da pilequice ter agora oito meses e já gatinhar e uma das senhoras mais novas presentes estar já em adiantado estado interessante.
Um reencontro que me soube bem não obstante ter a responsabilidade de tratar do churrasco, o que equivale dizer que pouco comi. Mas ficaram os abraços (finalmente!), os beijos (já tinha saudades!) e os risos (não era para menos!).
Uma alegria imensa que encheu o meu coração. Estou tão grato por este dia...
Um explêndido reencontro o qual não imagino quando se poderá repetir.
Diz a conhecida sabedoria popular que "parir é dor, criar é amor", numa perfeita alusão de quem cuida, cria, educa reinvidicará mais amor aos seus protegidos.
Sou filho único e por isso não tenho familiares colaterais directos. Ao invés, a minha mulher tem uma irmã com dois filhos. Resumindo... assim que cheguei à família da minha mulher percebi que a relação entre tia e sobrinhos era muito mais forte do que seria de supor. Ainda hoje é assim...
Vem este entróito ao caso para tentar explicar a alegria que tenho ao perceber que serei novamente tio-avô. Em título, porque de coração serei tão avô como os genuínos.
Durante muitos anos ajudei a criar, educar e cuidar os meus sobrinhos. Que sempre se relacionaram com os primos (os meus filhos) como de verdadeiros irmãos se tratassem.
Hoje o JP comunicou à família que irá ser pai, ainda este ano. Uma fantástica notícia, numa altura em que o número de mortes por este virus que nos confina, continua a crescer e que nos entristece.
Estou, portanto, radiante. Após uma neta no início do ano, outra criança virá para a família no Outono. Uma alegria!
Começo entretanto a fazer contas aos lugares na mesa aquando dos próximos almoços e jantares. Tenho de arranjar uns acrescentos.
Tristemente há quem use esta época, que deveria ser de paz, amor e reconciliação, como uma arma de arremesso.
São gente pobre de espirito, de mente tacanha e de pouca inteligência. Indefizmente há disso na minha família... Pessoas para quem o Natal é a funda que dispara a pedra, a espada que corta e fere. a espingarda que dispara e mata.
Tenho a sensação que nunca viverão felizes com o mundo mesmo que vivam bem com elas próprias (se disso tiverem realmente noção).
Há uma altura da nossa vida que vivemos os nossos dias com mais serenidade que paixão. E todos os minutos que desfolhamos são como páginas de um livro que vamos lendo e absorvendo.
Hoje mais que nunca a ideia do que é uma família esteve muito presente. Num almoço que juntou muitas pessoas (ao todo éramos 21), diversas gerações e dois países europeus: França e Portugal.
Mas independentemente das naturais diferenças de idade, educação, cultura e filosofia de vida existiu um fio condutor que uniu a todos.
Por isso a família é muito mais que meras relações de parentesco. É compromisso, solidariedade, ternura, carinho e alegria.
Assisti com orgulho e emoção a tudo isto.
Ser feliz é outrossim aproveitar em pleno estes breves, mas intensos momentos!