Água de todo o ano
Não muito longe de Ponte de Sôr há uma povoação que dá pelo sugestivo nome de "Água todo o ano". Este nome é tão curioso que a Eugénia Melo e Castro lançou um album em 1983 com este mesmo nome... ou quase.
Não imagino a origem desta toponímia ou provavelmente imagino. Certo é que nesta altura do ano em Fevereiro a seca continua. Ainda agora vim de aldeias em locais bem diferentes, mas em ambas percebi o mesmíssimo problema: a falta de água. Poços secos, charcas abaixo dos mínimos, minas esgotadas.
Começa a ser recorrente falar disto aqui. Mas nunca as minhas palavras serão suficientes para acordar as pessoas para um problema muitíssimo grave e que começa a prejudicar, e de que maneira, a economia do interior luso.
Sem chuva não há pasto e sem pasto não há leite. E portanto não há queijo e não há carne porque os animais estão magros... E assim sucessivamente!
É óbvio que a chuva não cairá por decreto, mas seria a altura ideal de alguém vir alertar as pessoas para os gastos, por vezes excessivos, de água seja em casa ou noutro local.
Se este tempo seco permanecer arriscamo-nos seriamente a termos água racionada no próximo Verão. Nessa altura muita gente perceberá a verdadeira dimensão do problema. E depois não há volta a dar...
Entretanto se isso acontecer só espero que não mudem o nome à aldeia alentejana. Mesmo que a água não seja de todo o ano...