A caminho... do paraíso?
Esta é a estrada que me levou à Fajã Grande.
Perante este pequeno filme ficou a pairar uma questão no meu espírito: será assim o caminho para o Paraíso ou para o Céu?
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Esta é a estrada que me levou à Fajã Grande.
Perante este pequeno filme ficou a pairar uma questão no meu espírito: será assim o caminho para o Paraíso ou para o Céu?
Saimos de madrugada. O voo para Ponta Delgada sairia às 6 e meia da manhã.
Já na capital açoriana apanhámos novo avião para as Flores. Todavia este ainda haveria de parar na Horta. Nesta aerogare reabasteceu de combustível pois, por vezes, os aviões não aterram e têm de regressar sem sequer poisar na ilha onde “o azul é mais azul e o verde mais verde”.
Chegámos à ilha pelas onze horas locais – menos uma hora que no Continente. Algumas nuvens degladiavam-se com um sol quente.
Levantou-se a viatura e corremos para o apartamento para mudarmos para uma roupa e calçado mais prático.
A viagem de carro entre Santa Cruz e Fajã Grande, local onde ficámos alojados, começou a dar uma pálida ideia da beleza que iria encontrar mais tarde. O verde era constante mesmo que de variadíssimos tons. Um sobe e desce, curvas e a primeira constatação: muito gado bovino espalhado pelas encostas. Por vezes são minúsculos pontos na paisagem.
A foto da Fajâzinha tirada do miradouro da estrada para o Mosteiro é um bom exemplo.
Já no alojamento, mudámos rapidamente de calçado e como havia chegado a hora de almoço procurou-se um local para comer. Entre algumas opções e indicações que tinha, optei um pouco ao acaso, pelo PapaDiamandis. O restaurante é amplo com uma óptima esplanada e vista para o mar, praia e acima de tudo para o poço do Bacalhau. Uma cascata donde cai água permanentemente.
O almoço foi naturalmente peixe. Não sem antes haver uma entrada de lapas que estavam uma delícia. Sabiam a verdadeiro mar. Depois o tal peixe: uma garoupa e um boca-negra assados na brasa. Muito bom. Mas o melhor estaria para vir, pois com a chegada da sobremesa o meu palato foi confrontado com um dos mais saborosos pudins de ovos que comi em toda a minha vida. Sublime!
O preço da refeição pareceu-me na altura, um tanto exagerado, mas mais tarde percebi que era um valor mais ou menos normal.
Saciados era tempo de procurar... aventura.
Começei pela Lagoinha ou Poço da Caldeira do Ferreiro ou ainda a Lagoa das Patas, esta última porque segundo afirmam pela manhã é possível avistar bandos de patos selvagens que pernoitam na lagoa.
Ao local chega-se através de um caminho pedregoso que com chuva ou apenas molhado deverá ser perigoso, especialmente a descer. Daí no início do caminho encontrarmos uns bastões, que deverão ser devolvidos no final e que eu pensei poderem ajudar na subida. Porém depressa percebi que a descida poder-se-ia tornar muito mais perigosa.
Sincera e dificilmente estamos preparados para a beleza do local. Parece uma dessas paisagens retiradas de um qualquer filme de Hollywood. O sítio obriga por isso ao silêncio. Porque a água, o chilrear dos pintassilgos e dos melros são mais fortes que a nossa voz. E imperam... tal como o coaxar das rãs...
As fotografias não fazem justiça à real beleza do local, pois até as árvores, em profunda veneração, se vergam a esta obra quase perfeita da mãe natureza.
A saída não sendo íngreme deve-se ter cuidado, porque o chão não é macio. As levadas ladeiam em parte o caminho transportando a água para a ribeira.
Muitos turistas, especialmente estrangeiros, costumam fazer a volta das lagoas a pé. Serão alguns quilómetros, primeiro sempre a subir, mas sem nunca se ter a certeza de se conseguir ver, tal é o nevoeiro que por demasiadas vezes inunda o cimo das encostas. No entanto ao todo vi sete lagoas. Para além da já referida Lagoa do Paço do Ferreiro, nesta tarde conseguimos ver as restantes seis.
Lagoa Negra
Lagoa Comprida
Lagoa Rasa
Lagoa Seca
Lagoa das Lombas
Lagoa Funda
Dizem que a Lagoa Comprida tem vindo a perder água. É evidente a diferença.
Algumas delas são visivéis de pontos diferentes o que nos dá uma visão realmente muito diferente das Lagoas.
Reconheço, especialmente pelos dias seguintes, que tive muita sorte em conseguir numa tarde vê-las todas. Tirando a das Lombas onde o nevoeiro ia pregando algumas partidas as restantes foram bem apreciadas.
Curiosamente terminei o dia muito perto de onde almocei.
Aqui, no Poço do Bacalhau.
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