Fui dos primeiros a receber um livro onde se espelha para muuuuuuuuitas pessoas que a palavra "impossível" não entra no seu vocabulário. Que acabei hoje de ler!
Faço parte duma comunidade católica inserida num dos dormitórios da capital. Quando principiei a participar na comunidade já esta se encontrava organizada e em funções. Aqui entreguei os meus dois filhos para dali angariarem a sua educação católica através da catequese, plasmada mais tarde na Primeira Comunhão, na Comunhão Solene e Crisma.
A comunidade sempre se mostrou muito activa e focada. Não só em espalhar a Boa Nova, mas também em depressa construirem um espaço próprio e definitivo.
É esta demanda em quebrar todos os impossíveis que se relata neste livro, muito bem escrito pelo bom amigo Eduardo Mouta, que desde a primeiríssima hora se mostrou tenaz e corajoso para levar o sonho para a frente. Qual timoneiro das barcas que sulcaram os oceanos em tempos idos, chegou a bom porto e no dia 13 de Outubro de 2019, foi com natural emoção que se consagrou um novo templo ao santo desta paróquia: São Brás!
Parabéns Eduardo pelo exemplo de fé e de dinamismo.
Parabéns comunidade do Casal de S. Brás pelo permanente empenho.
Parabéns a todos os padres e diáconos que de uma forma ou de outra ajudaram a que o tal impossível se transformasse em obra física.
Obrigado a Deus Nosso Senhor pela coragem que colocaste nos corações de todos.
Há cá em casa uma imagem muito antiga que representa a descrição bíblica da "Fuga para o Egipto" de Jesus Cristo, ainda muito pequeno, acompanhado de sua Mãe Maria e seu Pai José.
Hoje a minha neta olhou para a criança que representa o menino Jesus e perguntou-me com a natural inocência infantil:
- Quem é aquele menino, avô?
Ui e agora pensei? Se bem que pai e mãe tenham feito todos os mandamentos de igreja, é certo que ainda têm os filhos por baptizar. Uma opção que aceito, mas gostaria que fosse diferente. Bom então lá tentei explicar quem foi Cristo, o que fez no Mundo e o que representa para mim. Até aqui foi tudo pacífico, ela escutou interessada só que haveria de se alterar no preciso momento em que usei a palavra fé!
- E o que é a fé, avô?
Pronto e agora como descalço esta bota, perguntei a mim mesmo. Mas nesse preciso instante fui salvo pela cadela que entrou na sala e chamou a atenção da miúda. Porém como sei que a catraia tem memória de elefante arrisco dizer que daqui a dias voltará à questão da saber o que isso da fé.
Tenho assim, entre mãos, um problema bicudo para resolver porque, como já escrevi noutros postais, a fé é algo que não se descreve apenas se sente. E como explicar este sentimento a uma criança de quatro anos?
Enfim, nada como as crianças para nos colocarem as perguntas certas. Espero apenas ter a capacidade de conseguir esclarecê-la.
Em Outubro de 2022 fui a pé a Fátima pela última vez. Mas ia consciente de que jamais voltaria ao caminho de Fé que nos leva ao regaço de Mãe Santíssima.
Recordo aqui e agora as palavras que escutei nessa manhã de 13 de Maio de 2017, proferidas pelo Papa Francisco: temos Mãe! Duas palavras que encheram para sempre o meu coração e que fizeram tantto partir em busca de...
Hoje a paróquia onde estou inserido voltou ao tal caminho de e da Fé. Ontem à noite, já perto da meia noite, recebi uma mensagem de alguém com quem partilhei estes longos caminhos, muitas alegrias, algumas lágrimas. Preparava-se para partir e deu-me testemunho disso.
Um exemplo de como a fé é acima de tudo um gesto de dádiva... aos outros. Não pretendeu partir sem me dizer nada e não tinha qualquer obrigação. Agradeci comovido e pedi-lhe apenas três coisas: que rezasse pela paz no Mundo, que rezasse por aqueles que sofrem às mãos de ditadores e que me enviasse uma foto do dia. Uma só!
Como era de esperar do P.P. cumpriu a sua parte.
O grupo vai-se estendendo em quilómetros de silêncio. Um silêncio que cada vez mais necessitamos de ouvir. Um silêncio ensurdedor que invade o nosso coração. Um silêncio que tanto nos tira e ao mesmo tempo tanto nos dá.
Sou católico! Se agora estou menos participativo, tempos houve em que não falhava uma eucaristia semanal! Só que a vida coloca-nos tantos desafios que a determinada altura há que saber escolher. E eu geralmente escolho a família!
Não obstante a minha fé será mais cristã que meramente católica-apostólica-romana, pois sinto que Cristo é a minha verdadeira fonte de inspiração. Muito na linha do que me disse cdrta vez um padre amigo: há muitos católicos, mas poucos cristãos!
Se sou um homem de fé também tenho a mente e espírito aberto e sem quaisquer pruridos no sentido de aceitar os que são ateus, agnósticos, muçulmanos, ortodoxos, protestantes e obviamente testemunhas de jeová!
Ora bem... passemos então ao que aqui me trouxe!
Conheço um homem idoso que fez da sua garagem um autêntico museu de coisas velhas e sem valor, mas que para ele fazem sentido ter! Tirando uma peça ou outra com alguma graça tudo o resto vale... zero! No entanto sempre que tenho algo para deitar no lixo penso primeiro nele e se estará interessado na coisa. Geralmente quer tudo!
Um destes dias, ainda antes do Natal, apresentei-me na sua garagem com mais uns objectos que ele adorou. Tem sempre o cuidado de me perguntar quanto é, cuja resposta nunca difere: não é nada! Quando estava para me ir emborra despedi-me e tive este breve diálogo final:
- Então Bom Natal - e estendi-lhe a mão num cumprimento.
- Ah mas eu não ligo ao Natal... sou Jeová! . respondendo ao cumprimento manual.
- Desculpe, não fazia ideia!
- Não faz mal.
Para logo acrescentar:
- Também não comemoro os meus anos. Ainda fiz há dias anos... - nem prosseguiu.
Logo percebi que ninguém lhe dera os parabéns!
Parti então para a minha vida, mas esta ideia do aniversário... ficou pendente na minha mente! Só hoje, finalmente, é que me debrucei sobre este assunto pois fiquei sem perceber porque alguém, seja de que crença for, não pode ou deve comemorar o seu aniversário.
Será que para algumas confissões religiosas mais radicais viver torna-se... pecado? É que se não é, pofr este testemunho, parece!
Este tempo de Natal e festas pode tornar-se estranho e por vezes enviezado. A partir do dealbar do mês de Dezembro é frequente desejarmos as Boas Festas incluindo nestas, obviamente, o Natal!
Porém as pessoas podem até nem gostar do Natal por diversas razões pessoais, podem professar religiões que não comemoram esta festa ou simplesmente estarem-se olimpicamente borrifando para estas festas.
Deste modo custa-me desejar aos outros as, tão normalizadas, boas festas ou um bom Natal. Porque posso estar a obrigar os outros a responder-me sem que seja esse o seu verdadeiro desejo. Mas se nada disser poderei estar a ofender alguém que pensará simplesmente que sou mal educado, por nem desejar as Boas Festas!
Mas sendo eu católico não deveria ter este tipo de discurso e considerar que o tempo de Advento deveria ser igual para todos. Todavia reconheço que a fé envolve muitas formas e diferentes credos. Deste modo não posso pensar que a verdade estará só do meu lado.
Enfim o Natal deveria ser um momento de partilha, mas acima de tudo uma época de tolerância especialmente perante aqueles que são diferentes de nós!
Acabou já de madrugada em Portugal a final de ténis do Open dos Estados Unidos que colocou no "court" principal de Flushing Meadows o sérvio, já veterano, Novak Djokovic contra o russo Danil Medvedev repetindo-se assim a final de 2021. Nesse ano foi o atleta russo o grande vencedor. Desta vez foi Djokovic! De forma meritória!
Há muito tempo que não assistia em directo a uma final do "Grand Slam". Durante mais de três horas vi bom e menos bom ténis, como acontece quase sempre.
O curioso é que enquanto o público presente rejubilava com fervor os pontos ganhos tanto por um como por outro atleta, muitas vezes as câmaras passavam pela assistência e insidiam amiúde sobre os apoiantes de Novak e de Danil.
Consegui perceber o apoio da esposa e dos filhos do campeão sérvio e o profundo nervosismo da mãe de Djokovic plasmada numa postura religiosa como pedindo a Alguém que ajudasse o filho a conquistar mais um título. Lembrei-me também duma velhíssima frase: mãe... é sempre mãe!
Por fim Djokovic após a vitória persignou-se perante milhares de espectadores presentes (não imagino os milhões pela televisão).
E é aqui que pretendo chegar... Num tempo em que a fé religiosa é considerada quase um atentado, gostei que o sérvio mostrasse a sua perante tanta e tanta gente.
Eu que em privado critiquei este atleta por não aceitar as condições impostas pela Austrália aquando do Open do ano passado por causa do Covid-19, é de toda a justiça aplaudir o seu gesto de hoje.
Mostrou-se um campeão na conquista do seu 24º título do Grand Slam. No court, na vida e na fé!.
Certo dia numa peregrinação a Fátima um Padre que também fazia o caminho disse-me: sabes no Mundo há muitos católicos, mas poucos cristãos!
Esta frase fez mossa nas minhas ideias, mas faz todo o sentido! O que mais falta por aí é gente que se diz muito católica, vai à missa, bate com a mão no peito, segue (quase) todos os procedimentos da Santa Igreja, mas pouco ou nada afoita em aceitar o caminho que Cristo indica!
Ainda no rescaldo das JMJ e dos diversos textos que li de Papa Francisco e sobretudo de algumas “buchas” que o Santo Padre foi incluindo nos seus diálogos fico com a certeza que muitas das suas palavras eram destinadas àqueles que em nome da Igreja só fazem asneiras.
Não falo apenas dos abusos sexuais, mas da maneira como muitas paróquias gerem os seus fiéis. Aquela frase de Francisco repetindo: “todos, todos, todos” poderá ser um sinal evidente de como muitos padres gerem deficientemente as suas comunidades, esquecendo alguns fiéis e menosprezando muitos outros.
A fé não é um medicamento que se compra numa qualquer chafarica de vão de escada, mas “apenas” um sentimento de libertação dos nossos tristes despojos interiores. Todavia a fé em Deus ou noutra divindade qualquer é, para muitos, uma espécie de escudo que tudo iliba e reconfigura.
Pior… é em nome desta mesma fé que muitos continuam a cometer crimes, sejam eles de cariz sexual ou outros!
O Santo Padre sabe muito bem disso.
O Santo Padre conhece bem os meandros da sua Igreja que, definitivamente, não é aquela que gostaria!
No seu último, mas não menos infatigável dia o Papa Francisco presidiu à eucaristia desta manhã no Parque Tejo onde milhares de peregerinos se voltaram a juntar (provavelmente a maioria nem saiu de lá durante toda a noite!) para ver e escutar mais uma vez as palavras sempre marcante do Santo Padre.
Uma homília curta, mas nem por isso menos afoita. Francisco apelou aos jovens para "não terem medo" numa alusão à maneira como muita juventude esconde as suas ideias com receio do que os outros pensam. Poderia mesmo acrescentar que este "Não temam" poderia ser dirigido àqueles que escondem a sua tendência profissional, cultural e até sexual. Mais uma vez muito bem o Papa Francisco.
No final Francisco agradeceu a todos quantos acreditaram e fizeram acontecer estas Jornadas Mundiais da Juventude e comunicou Seul como destino das próximas JMJ. Em 2027!
Cabe-me agora também agradecer ao Papa tudo o que fez por esta juventude. Foi um exemplo de pujança, vigor, perseverança e resiliência. Uma imagem que deveria perdurar por muitos anos nos corações dos jovens presentes.
Fica, quiçá, uma questão em aberto: que irão fazer os jovens presentes com todo este capital emocional e de fé que receberam durante estes dias? Só espero e desejo que nenhum deles, nenhum mesmo, num futuro mais próximo ou mais longo seja fomentador de uma guerra, como vemos ora espalhadas pelo mundo.
Finalmente termino com uma expressão beirã: bem-haja Papa Francisco!
São 19 e 30 minutos e neste momento um canal de televisão está a mostrar imagens aéreas do Parque Tejo e de milhares e milhares de pessoas presentes. Arriscaria dizer que esta mole deverá passar para o concelho de Loures já que para lá do rio Trincão a multidão não pára de crescer.
Com uma temperatura acima dos 30 graus centígrados há que louvar estes peregrinos que desde o dia 2 têm vindo publicamente e de forma muito calorosa mostrar ao Mundo que a Juventude sabe quem é este Papa e que sua Santiadde pode contar com esta mesma juventude.
Esta tarde o Mundo transferiu-se para este lugar
unicamente para rezar pela noite dentro numa vigília com o Sante Padre!
Quase uma hora depois de ter principiado a escrever este postal e com muuuuuuuuuuuuuuuuitas interrupções para ver o trajecto do Papa Francisco pelas ruas da urbe lisboeta, mantenho a questão de início deste postal: o que é, verdadeiramente, este homem? Como se consegue arrigementar tanta e tanta gente?
Só com o dom da sua palavra e que toca os corações!
O Papa Francisco é a figura do momento em Portugal e no restante Mundo!
Digam o que disserem esta é uma verdade insofismável e à qual não se pode ficar indiferente.
Francisco é um exemplo para os jovens e menos jovens de estoicismo, de entrega, do amor profundo de Deus ao homem.
Vi na televisão e em directo a cerimónia de abertura destas JMJ no Parque Eduardo VII. E reparei nos olhares comovidos de tantos e tantos jovens ao escutarem as assertivas e profundas palavras do Santo Padre.
Mais um vez o Papa a mostrar-se muito atento às diversas variáveis que entram nas vidas dos jovens sem que eles quase dêem por isso.
Continuo a pensar que o Papa actual é um homem que pensa, como agora se gosta de dizer, fora da caixa. Pensa e age!
Amanhã será mais um dia aterefado para o Sumo Pontífice. Mas já deu para perceber que Francisco é pessoal com uma estaleca fora do normal e com capacidade de tocar muuuuuuuitos mais corações!