Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

LadosAB

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

A eficiência de ultrapassar limites!

Este fim de tarde foi passado num Hospital particular onde fui a uma consulta de Cardiologia. Simplesmente como rotina, mas parece que terei de ir mais vezes por ano!

O médico especialista é meu amigo há meio século. Andámos na escola juntos e ele sempre se distinguiu dos demais por ser um aluno quase prodigioso!

Recordo que certo dia, andaríamos por aquilo que é agora o 11º ano, estávamos a chegar à escola juntos e ele vê o professor de Matemática também a chegar. Apressa o passo eu acompanho-o e pergunta:

- Boa tarde sôtor... Já viu os pontos?

- Já! Há dois vintes e o resto é tudo negativas.

Ele já sabia que um dos 20 seria o dele e o outro de um amigo comum também brilhante. Foi sempre assim!

Há uns tempos que não nos víamos e fizemos ambos uma festa. Muitas questões e acabou por pedir exames. A consulta foi longa, até que lhe disse que o balcão das marcações fecharia.

Abraço para aqui e outro para ali fui embora.

Na sala de espera tirei senha para pagar e marcar os futuros exames. Lá me chamou uma jovem bonita e eficiente que com a ajuda da também jovem colega começámos a debater datas porque pretendia fazer tudo mais ou menos na mesma altura evitando deslocações desnecessárias.

De repente toca o meu telemóvel. Um número começado por 21... Atendi:

- Boa tarde!

- Boa tarde - oiço uma voz feminina.

- Fala do Hospital... O senhor esteve cá hoje?

- Eu ainda cá estou - respondi a sorrir.

De súbito olhámo-nos... a colega da minha assistente estava a ligar-me.

Gargalhada geral! Daquelas boas e que sabe bem dar! Então ao fim do dia...

Fica a ideia de que a eficiência, em alguns casos, pode ultrapassar os nossos próprios limites!

Otorrinolaringologia? Check!

Após muito pensar decidi (sinceramente não decidi nada, fui empurrado!) deixar-me ser observado por médicos de diversas especialidades.

Iniciei com ortopedia, cujo médico me mandou fazer exames que entretanto já me sujeitei, mas falta a consulta final.

Depois passei para o meu otorrino. Mais exames e testes, Também já realizados.

Seguiu-se a consulta de gastro e mais uma bateria de exames e análises requeridas. Que se realizarão somente em Setembro e alguns só em Novembro.

Entretanto já marquei Urologista para Setembro assim como Oftalmologia para o mesmo mês.

Finalmente só tenho conclusões de Otorrinolaringologia. Ontem o médico comunicou-me que estou mais surdo, algo que já sabia! Do ouvido direito então não oiço nada. Do esquerdo tenho um defice nos sons agudos mais ou menos na zona onde se instala a voz humana. O que equivale dizer que não oiço a voz da minha mulher. O que por vezes nem é nada mau!

Portanto: Otorrinolaringologia? Check.

Eu, o eterno desconhecido!

No início deste mês escrevi este postal onde me predispunha a entregar a minha saúde nas mãos dos médicos. Porém é necessário ter cuidado com esta classe pois não são de fiar porque... quem diria... também morrem!

Seja como for já fiz análises (parecem que estão boas!), uma série de RX's e uma ressonância magnética à coluna.

Como a Medicina não é, de todo, a minha área de interesse sempre que faço exames nunca vou ler os resultados. Aquilo é uma linguagem tão inapropriada para um leigo que se for ler o que lá diz posso ficar a pensar diversas coisas e a maioria estranhas.

Leiam por exemplo esta frase:

"Pequeno nódulo de Schmorl no planalto somático inferior de L3, com alterações degenerativas Modic tipo I e II à periferia".

Jamais imaginei que tivesse montanhas dentro de mim quanto mais planaltos... Depois o tal de "nódulo"... imagino que seja um bicho daqueles capaz de me devorar em menos de nada... Mais, não conheço esse tal de "Schmorl" de lado nenhum... nem o "Modic" que parece nome de futebolista!

Portanto das duas uma:

- ou estou prestes a dar o berro;

- ou estes nomes devem ser dos parafusos e porcas que apertam os meus ossos!

Deixando para lá a parvoíce das palavras supra, sou um mero leigo nestas andanças médicas e ligo muito pouco (diria que quase nada!!!) a este léxico tão inapropriado. Acho que os relatórios deveriam ter no final uma palavra só para definir o estado do paciente.

Sugiro algo deste género: apto ou inapto.

Bastaria para perceber se estou a horas, dias, semanas de morrer ou se ainda poderei ver os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Amanhã mais consultas e exames...

O dia seguinte: a história repete-se!

O primeiro dia de greve dos professores fez com que cerca de 18000 alunos ficassem sem fazer os exames respectivos. A exemplo de casos anteriores cada uma das partes envolvidas neste conflito reclama vitória (como se uma guerra se tratasse!). Todavia quem perdeu foram, para já, os alunos.

Os sindicatos anunciaram que os níveis de aderência haviam sido superiores a greves anteriores. Por outro lado o Ministério da tutela comunicava que mais de 70% dos estudantes haviam realizado as provas de aferição.

Tal como a velha história da garrafa meio cheia ou meia vazia, cada uma das partes interpreta os dados à luz da sua versão dos acontecimentos. Seja como for, sinto que ambas as partes saíram derrotadas. O Ministério da Educação por não ter conseguido evitar a greve. O braço de ferro que fez com os dirigentes das associações profissionais dos professores, só poderia terminar neste fracasso negocial.

Por outro lado os sindicatos, ao colocarem a greve a coincidir com os exames nacionais, jogaram com a chantagem psicológica de alunos e encarregados de educação, numa tentativa, que saiu claramente frustrada, de lançarem para as costas destes as pressões sobre o governo. Erro estratégico crasso com consequências (ainda) imprevisíveis.

Com a natural marcação de novo exame para o próximo dia 2 de Julho pode-se abrir um ror de litígios administrativos, originando quiçá volumosos processos em tribunal com os respectivos custos financeiros e humanos.

Pois ninguém, em boa verdade, pode afirmar que o próximo exame será mais fácil ou mais difícil que o de ontem. É uma questão de perspectiva, preferência e estudo.

Enfim, mais uma greve justa, mas (muito) mal conduzida, por todas as partes em conflito.

O costume em Portugal! Infelizmente…

Greve dos professores: razões certas, formas erradas

 

Sempre considerei a greve como um direito do trabalhador para conquistar melhores salários ou condições de trabalho.

 

Mesmo sem direito a receber o dia de greve, esta deve prejudicar mais o patronato que o empregado. E daí a força que aquela forma de luta pode ter numa mudança de atitude por parte de quem tem, geralmente, mais poder.

 

Mas o que perspectivo para os próximos dias por parte dos professores surge como uma forma pouco democrática de lutar. Não ponho sequer em questão a justiça da greve, mas creio que prejudicar os alunos em vez do Estado (que é o verdadeiro patrão!) não me parece ser o mais sensato.

Há com certeza outras formas de luta ou outros dias para greves que não dos dias de exames. E eu estou perfeitamente à-vontade porque nem tenho filhos no secundário, mas compreendo e de que maneira a ansiedade de pais e filhos. Estes exames podem definir o futuro de um estudante.

 

Formar estudantes é umas das mais nobres profissões! Sempre o achei! Mas usar os alunos como armas de arremesso, mesmo que a razão lhes assista, como é o caso, parece-me profundamente descabido, injusto para os alunos e claramente impopular.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Os meus livros

Des(a)fiando Contos
Quatro desafios de escrita

Os Contos de Natal

2021
2022

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D