Imaginam quantos anos medeiam entre a cassete e a pen? E quanto espaço cada um arrumava?
Diria que em termos de história da humanidade pouco mais de 20 anos é um micro segundo. Mas em termos de tecnologia será muuuuuuuuuuito tempo.
Na minha casa guardo estas preciosidades. A cassete que serviu (não esta obviamente) para jogar por exemplo no Sinclair no dealbar dos anos 80, a disquete de 8 polegadas já estava descontinuada quando abrecei a informática, mas a de 5 e 1/4, ainda utilizei.
À direita da disquete mais pequena está um disco SATA de um velho computador contendo 250 Gigabites de espaço de memória. Note-se que a disquete de 8 polegadas da foto arrumava cerca de 800 Kbites de informação.
Já a pen creio ter apenas 128 Gigabites, mas note-se o espaço que ocupa.
Hoje ninguém necessita disto. Anda tudo nas nuvens a pairar por aí, mesmo com este calor, que guardam tudo e mais alguma coisa sem a necessidade de levarmos algo no bolso ou no computador.
Problema? A segurança...
Actualmente há máquinas dedicadas a tentar obter todas e quaisquer senhas. Nomeadamente nos acessos a contas bancárias. Portanto cuidemos dos nossos acessos porque o que se vê na foto supra já só serve para museu!
Desde Setembro que tenho durante a semana, ao meu cuidado a neta. Quando veio para cá a primeira vez tinha somente 8 meses. Agora tem 16. Como o tempo passa!
Quando começou a ficar cá coincidiu com a tentativa de gatinhar. E diariamente fomos vendo a sua evolução. Hoje já anda, se bem que ainda trambulhe um tanto. O normal...
Passado que foi a fase do iniciar a andar entramos agora na fase de aprender a dizer as coisas e das gracinhas. Quanto às palavras e aos diálogos ela tem, como qualquer criança, um léxico muito próprio e que se altera quase diariamente. Não há, definitivamente, tradutor para aquilo. Estou a imaginar muitos com casos semelhantes a tentarem de cada som emitido colar um significado.
Todavia sou paciente. Já o pai falou tarde e com um linguajar muito peculiar a roçar por vezes e de forma inocente o vernáculo.
Escrevo tudo isto para dizer que não tive oportunidade, com os meus filhos, de assistir à sua permanente evolução. O trabalho não me permitia.
Por tudo isto tento, com a minha neta, estar sempre presente, brincando, rindo, ensinando e acima de tudo assitindo ao verdadeiro dom que é a vida.
A blogosfera entrou na minha vida em 2008. Primeiro como leitor e mais tarde também como alimentador desta novel forma de escrita. A idade obriga-me já a recordar e evocar situações e eventos que ocorreram numa altura tão diferente da que vivemos hoje, que muitos jovens dirão que não seria possível existir naqueles tempos sem... Portanto daqui a não sei quantos anos o que iremos recordar disto?
A escrita sempre fez parte de minha vida. Comecei jovem. muito jovem com pequenas crónicas do quotidiano manuscritas num caderno que ainda hoje guardo, mas rapidamente entrei noutros registos, alguns deles quase jornalísticos, muito por força de um projecto que uns jovens (eu incluído) lançaram num Jornal regional.
Hoje a forma de se estar no mundo é deveras diferente. A juventude de hoje sabe muito mais do que eu sabia naquele tempo com a idade deles. Mas este novo conhecimento que chega a todos via diferentes formas nem sempre se traduz numa mudança de paradigma. Mas adiante... este não é o meu tema de hoje.
Quase todos os dias vejo o nascimento de novos blogues, alguns até com piada, mas que depressa desaparecem neste mundo imenso da blogosfera. Percebo que as solicitações sejam inúmeras e que a escolha entre escrever ou fazer outra coisa qualquer, provavelmente mais divertida, seja claramente dificil.
Temo por isso que a blogosfera esteja mais década menos década condenada a desaparecer, substituída entretanto por outras formas de escrita e passagem de informação, provavelmente ainda nem inventadas e que entrarão nas nossas vidas de forma mais célere e permanente.
Então isto tudo será o quê?
Somente história e passado. Como passarão a ser histária e relíquias os livros, revistas, jornais...
Como são actualmente as telefonias enormes ou os gravadores de bobines e das quais hoje já (quase) ninguém conhece ou se lembra.