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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

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Azeitona 2024 - segunda temporada! #4

Estava prevista para o dia de hoje alguma chuva. Mas mais para a tarde. Assim e de modo a aproveitar o dia cheguei ao olival pouco depois das sete da manhã.

Um céu plumbeo mantendo a ameaça permanente de chuva. Porém nada aconteceu em termos de pluviosidade a não ser muitas oliveiras a sujeitarem-se às vribações da minha varejadora mecânica.

Ainda não era meio-dia e a minha carrinha apresentava já este aspecto... pujante!

 

carrinha.jpg 

Entretanto às duas horas da tarde tinha uma entrega em casa e regressei para isso e ao mesmo tempo almoçar.

Mas antes deixei tudo preparado para o dia seguinte.

Percebi que irá chover... Espero sinceramente que os panos estendidos com tanto cuidado não voem durante a noite.

fim_dia.jpg 

O eu... escondido!

Hoje um velho amigo a quem enviei o meu novo livro telefonou-me a agradecer, para logo a seguir me perguntar se escrevia há muito tempo ou era coisa de reformado!

A minha resposta foi simples: escrevo e publico há 45 anos! O que equivale dizer que era ainda um miúdo quando me iniciei nestas coisas da escrita.

Mas realmente o que achei curioso é como ele nunca soubera desta minha paixão, tendo em conta que trabalhámos juntos alguns anos. Depois tínhamos e temos ainda a paixão pelas velharias o que fez com nos relacionássemos mais especialmente quando visitávamos a Feira da Ladra. Porém esta coisa da minha escrita estava longe do seu pensamento.

Depois de desligarmos fiquei a matutar na ideia de como quase todos nós temos um "eu" escondido, originando muitos que nos rodeiam fiquem surpreendidos com as nossas diferentes valências. Recordo como exemplo de colegas que comigo trabalharam no fim do dia eram professores, atletas, árbitros de um qualquer desporto, jornalistas ou actores de teatro.

Vidas duplas ou somente o tal "eu" que teima em esconder-se?

Mudar sabe bem!

Andava com esta ideia vai para uns tempos. As diversas alterações no cabeçalho nestes últimos anos, mesmo que tivessem qualidade, não representavam a imagem daquilo que fui. Só podemos ter futuro se assumirmos naturalmente o nosso passado.

 

Já aqui escrevi que comecei a publicar em 1977 no extinto "Jornal de Almada". Meses mais tarde e neste mesmo jornal regional iniciei uma aventura com outros amigos. Oito anos foi quanto durou... Mas foi muito aliciante o tempo do "Espaço Vivo", assim se chamava a página que o Dr. Gil Antunes, director do Jornal de Almada, nos disponibilizou.

 

Entretanto cada um seguiu a sua vida e o "Espaço Vivo" terminou a sua publicação. Mas a máquina onde escrevi tantos e tantos textos ainda existe! A foto acima comprova-o. A minha Hermes 2000, jamais se cansava!

 

Anos mais tarde escrevi em diversas publicações, algumas também regionais, mas todas sem grande expressão. Falo do "O Arrife", o jornal do Concelho de Vila velha de Ródão, na Revista da minha entidade empregadora, onde fiz parte da equipa redactorial, acabando, no também desaparecido, Jornal "O Alvilela".

 

Finalmente entrei neste mundo da blogosfera, onde tenho sido tratado de forma soberba, não só pela plataforma que aloja este espaço como pelos leitores que me lêem e que muito respeito e estimo.

 

Foi com base no meu passado e nas muitas coisas manuscritas, que pedi ao meu filho mais novo que compilasse tudo e fizesse este novo cabeçalho. Gostei imensamente do seu trabalho e partir de hoje é assim que se apresentará este blogue.

 

Uma mudança que era devida e que me sabe muuuuuuito bem!

 

Dos dias vividos… 1 - Aquela alegria

 

Lembro-me como se fosse hoje da sensação que me invadiu quando vi o meu primeiro artigo escrito num jornal.

 

Tremia de excitação perante o texto impresso em letras miúdas com o meu nome a assinar por baixo, a autoria da prosa. Hoje tenho a perfeita consciência que o texto era fraco, uma breve crónica, mas era algo meu que ali se mostrava a quem o quisesse ler.

 

Decorria o mês de Novembro, no já longínquo ano de 1977.

 

Curiosamente, mais de trinta anos passados, ainda sinto aquela alegria… de escrever.

Dos dias vividos… - Introdução

… guardei recordações, memórias, episódios, estórias simples, pessoas e amizades!

 

O meu filho mais novo refere com frequência que tenho sempre uma história passada comigo para ilustrar um exemplo de vida. Curiosamente nem dou conta disso, mas se ele o diz… é porque corresponde à verdade.

 

Ocorreu-me por isso relatar aqui alguns episódios, sentimentos passados.

 

Quase se poderia dizer que é um blogue dentro de um outro. Mas não! Quero pura e simplesmente deixar escrito um ror de coisas que fizeram e fazem parte da minha vida.

 

Apenas e só.

                                                                       

Começarei a partir do momento em que a escrita tomou conta de mim, porque antes disso… não há história

Um desabafo e uma pergunta

 

Faz hoje precisamente um ano, era dia de Carnaval, que descobri que estava surdo. Um síndroma de surdez súbita que me surgiu sem haver uma razão aparente… A não ser talvez o sangue um tanto grosso ou os níveis de colesterol um pouco elevados. Portanto vascular!

Tratamentos com medicamentos e Câmara Hiperbárica por duas vezes (em Março/Abril e Novembro), não debelaram a minha deficiência. E assim no final do ano passado vi-me com uma prótese auditiva, que não sendo muito visível, deixou-me profundamente vergado a uma deficiência com a qual não tenho conseguido lidar.

Não fosse o apoio da família e de alguns amigos nem calculo o que seria de mim. Eu, que tenho por hábito ser um positivista, vi-me a determinada altura da vida, preso a um desafio para o qual não me encontrava preparado. E fiquei muito triste comigo mesmo.

Julgava eu, na minha idiota vaidade, que me conhecia totalmente. Porém, a vida tem destas coisas e coloca-nos tais questões, que dificilmente saberemos responder com propriedade a todas elas.

Um ano já lá vai! Surdo da ouvido direito, invisual da vista esquerda e carregando diariamente uma pequena caixa de plástico, onde todos os dias tento recuperar um pouco de saúde, estou finalmente a acordar para algo, do qual não tinha verdadeira consciência: a velhice!

Este foi o meu desabafo.

Fica então a pergunta a pairar: estaremos alguma vez preparados para sermos velhos? 

Crónica de um fim de tarde em Lisboa

 

Sexta-feira em Lisboa. Nuvens plúmbeas descarregam grossas bátegas de água. Uma brisa gelada vai arrefecendo ainda mais quem anda na rua. A tarde, que não é tão tarde quanto isso, parece ser quase noite. Na avenida há quem se recolha debaixo de um toldo ou a arcada de um prédio. Outros porém aventuram-se à chuva com ou sem chapéu de chuva.

 

Entre os corajosos há um homem que caminha como se fosse em pontas dos pés. Parece deficiente. Alguns metros mais acima percebo que não tem qualquer deficiência, mas sim álcool a mais. Está profundamente bêbado. E cai, de súbito, na calçada encharcada.

 

Eu que vou atrás dele, sem chapéu que me abrigue da chuva, corro em seu auxílio. Levanta-se com a minha ajuda e regressa ao caminho. Não me conhece, nem sabe quem eu sou e provavelmente com tanto vinho, nem percebe o que lhe aconteceu.

 

Continua a sua aventura à chuva. Carrega consigo um chuço que não abre. E nem se apoia nele. Dança-lhe na mão, simplesmente. Começa a andar devagar mas depressa ganha a mesma forma de caminhar, como de um bailarino se tratasse, ao mesmo tempo que assume velocidade que as parnas trôpegas não conseguem desenvolver.

 

Adivinho o episódio seguinte e num ápice este homem cai outra vez no chão, não sem antes bater com alguma violência num poste de iluminação. Uma vez mais levanto-o. Desta vez é mais difícil. O corpo mole torna-se uma massa demasiado pesada. Alguém que passa vem em meu auxílio. Está de pá e volta a olhar para mim e continua a não me conhecer.

 

Retorna ao caminho mas agora pára mais à frente numa arcada de um prédio. Senta-se no chão frio mas seco. Encolhe as pernas e esconde a cabeça com os braços à volta dos joelhos. Tem como companhia um sem-abrigo idoso, mal-cheiroso e de barba cor das nuvens dessa tarde.

 

De pé olho para ele e percebo que quer ali curtir a bebedeira. Antes de o abandonar ele ergue a cabeça e o seu olhar vazio e alcoolizado continua sem me conhecer. 

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