Uma profissão que poderia ter tido era... táxista.
Conheço bem a cidade de Lisboa. Muitos recantos, ruas estreitas e caminhos mais rápidos para chegar ao destino.
Hoje parecia um táxista ou um condutor dessas plataformas de automóveis de aluguer. Comecei nos arredores de Lisboa, mais precisamente em A-da-Beja para ir parar em primeiro lugar a um hospital na actual zona nobre da cidade, mais conhecida como Parque das Nações.
A meio da manhã lá fui para o outro extremo da cidade em busca de outra pessoa que também estava num hospital. A meio do caminho percebi que havia percorrido somente nesta manhã mais de 60 quilómetros através de estradas e auto estradas que circundam a capital.
Ainda bem que conheço muitas vias alternativas para chegar a qualquer lado nesta urbe. Todavia por vezes também fico preso no trânsito. Hoje não foi um dia desses.
Mas há algo nestas estradas, avenidas, ruas e vielas e que se prende com o estado do pavimento que mui rapidamente se deteora.
Seria bom que alguém com responsabilidades camarárias neste sector tivesse conhecimento e melhorasse as vias.
Entendo a intenção da maioria dos municípios em criarem condições especiais para os condutores de automóveis conduzirem mais devagar dentro das localidades, evitando com isso um conjunto de acidentes de viação.
Primeiro foram, e ainda são, os sinais luminosos associados a sensores que captam a velocidade a que determinada viatura de desloca e por isso acendem o vermelho. Todavia sendo uma boa maneira de minimizar acidentes ainda assim não pareceu suficiente, já que os sinais avisam, mas não impedem que os condutores continuem a acelerar.
Então criaram as conhecidas bandas sonoras, geralmente junto às escolas. Estas conseguem retrair alguma velocidade, mas há muitos condutores que respeitam pouco esta estrutura e continuam a passar em alta velocidade.
Por fim surgiram umas lombas que atravessam toda a estrada. Na realidade este obstáculo consegue finalmente reduzir a velocidade já que a sua subida e descida quase repentida poderá causar diversos estragos nas viaturas se vierem muito depressa.
Porém há lombas tão altas que se assemelham a verdadeiros degraus. E se as velocidades se perdem naqueles locais, já os choques traseiros e por vezes em cadeia sucedem-se amiude já que os condutores travam de repente perante tal obstáculo.
Não há, portanto, soluções perfeitas. Ou até haverá... mas aquelaa tèm de ser incutidas nas crianças desde muito cedo, seja na escola como em casa.
Cada governo deste país tem as suas obras “de regime”. Foi assim no tempo da monarquia com Marquês de Pombal e a sua Baixa Pombalina ou D. João V e o Palácio de Mafra, só para apresentar uns breves exemplos.
Também a República teve as suas obras com Salazar e a Ponte que teve o seu nome, Mário Soares e o porto da Nazaré, Cavaco Silva e o Centro Cultural de Belém, José Sócrates e a profusão de autoestradas.
Independentemente de concordar ou não com estas “imagens de marca” que cada líder de governo pretendeu oferecer ao país a verdade é que estamos a pagar estas obras com os nossos impostos.
Bem perto da minha casa há umas vias rápidas iguaizinhas a autoestradas e que ligam IC’s a AE’s, nomeadamente a CRIL (hoje IC17) à antiga CREL (hoje A9). Estas vias até fazem sentido retirando muito trânsito das cidades, seja ela Lisboa ou Amadora. Todavia estas obras foram feitas a uma velocidade quase supersónica para que estivessem prontas antes de umas eleições.
Durante quatro anos as coisas funcionaram bem até que… numa noite de algum temporal, parte da estrada abateu, apanhando duas das três vias nessa derrocada. O melhpr disto é que não houve vítimas.
Durante uns dias aquele sentido ascendente esteve cortado para depois ser reaberto, mas só com uma via a circular. Resultado: ao fim do dia as filas de trânsito têm quilómetros.
Reafirmo a ideia de que esta estrada foi totalmente aberta em 2014 para depois a estrada abate sem mais nem menos. Pior… fará um ano no próximo mês de Dezembro que tal aconteceu.
Ora bem, desde essa altura até agora os automobilistas que ali passam têm ganho muuuuuuuuuuuitos cabelos brancos e enormes pilhas de nervos! Até porque as opções levariam os carros para o interior das cidades.
Como sempre o que interessa governos aos sucessivos é apresentar obra feita… para mostrar ao crédulo povo. A qualidade da mesma ficará, obviamente, para depois…
O Inverno nem tem sido assaz rigoroso. Uma chuva aqui, outra ali mas nada como o ano passado. Apenas o frio!
Então porque será que as ruas e avenidas da capital portuguesa estão uma lástima?
Consigo de vez em quando encontrar um pouco de estrada boa num buraco. Mas está cada vez mais difícil.
E passo à verdadeira questão que aqui me trouxe: será que vai ser desta mesma maneira que o Doutor António Costa vai deixar um dia o nosso país?
Tenho consciência que foi necessário poupar (e muito) nas despesas da Câmara, mas o actual estado das ruas de Lisboa é catastrófico. Isto é, corta-se no arranjo das estradas para eu gastar mais no arranjo dos pneus... e das jantes.
Como disse o Vasco Santana no celebérrimo Pátio das Cantigas: "compreenditi"