No início da década de 80 do século passado iniciei a comprar uma revista anual sobre automóveis. De origem francesa a publicação divulgava todos os modelos mais recentes das inúmeras fábricas e marcas espalhadas pelo Mundo.
Para cada viatura havia diversas especificações técnicas referentes a cada modelo. E preços incluídos!
Até hoje todos os anos por esta altura do ano compro um novo número que guardo religiosamente e vou juntando aos anteriores. Com isso vou percebendo como evoluiu a industria automóvel.
Actualmente os carros eléctricos entraram na moda automobilística. Tudo bem, pois temos de salvaguardar o ambiente. Deste modo a venda de veículos eléctricos subiu de maneira categórica.
Ora a revista apresenta também o número de vendas num restrito conjunto de países. Reconhecem os jornalistas especializados, que os dados podem não corresponder à realidade pois não há uma matriz de informação que possa tornar os dados fiáveis.
Seja como for no meio de tantos números e percentagens de vendas houve um que não surgiu, mas que pela sua ausência ainda assim captou a minha atenção. Nos Estados-Unidos, terra do Tesla, nenhum modelo desta marca aparece no top 10 dos veículos mais vendidos no país do Tio Sam.
Sabendo nós como os americanos são ciosos dos seus produtos questiono-me o porquê destes estranhos resultados: será do preço dos veículos? Ou do outro lado do Atlântico a questão ambiental ainda não está na ordem do dia? (Pessoalmente apostaria na segunda hipótese)...
Entretanto em França as vendas de modelos Tesla subiram em 2021, cerca de 258 por cento e na Alemanha 132 pontos percentuais.
Quando oiço ou leio notícias sobre tiroteios como o desta semana no Texas que vitimou 21 pessoas pergunto-me: como chegámos aqui?
Tenho consciência de que a sociedade americana é completamente diferente das sociedades europeias. O uso e porte de arma é natural e quase me arriscaria a dizer é fomentado.
Basta para isso que não tenha cometido qualquer crime e que aparentemente esteja de posse das suas faculdades mentais. Assim qualquer pessoa nas condições anteriores pode entrar numa loja da especialidade e comprar qualquer arma. Haja para tal o dinheiro!
Desde sempre que escutei e li que o maior negócio do Mundo seria o armamento. Nem petróleo, nem diamantes, nem droga… apenas armas. E pelo que tenho percebido este lóbi é tão poderoso que não há político que consiga alterar qualquer lei que ponha em causa a venda livre de qualquer arma.
A consequência desta política de venda livre de armas está em mais um ataque, desta vez a uma escola primária. Vinte e uma vítimas mortais parece-me um custo demasiado elevado, mesmo para a sociedade americana que defende a auto-defesa com base na segunda emenda.
Provavelmente se Salvador Ramos – o atirador de Texas – tivesse entrado numa escola onde estudassem filhos ou netos de políticos americanos e matado algumas crianças, provavelmente repito a lei seria mais tarde ou mais cedo alterada.
Todavia a forte divulgação deste tiroteio por todos os meios também não ajuda a controlar os ímpetos de quem possa ter desejos assassinos comuns ao de Salvador.
Por fim continuo a questionar-me: como chegámos aqui?
De vez em quando, mas mais vezes do que gostaríamos, recebemos a notícia vinda do outro lado do Atlântico onde alguém disparou indiscriminadamente sobre a população descarregando balas e mais balas, matando tudo o que mexe em seu redor.
Desta vez foi na Florida onde um antigo soldado no Afeganistão entrou numa casa e matou quatro pessoas da mesma família. E um cão. Há ainda uma criança gravemente ferida.
A psicologia e a psiquiatria poderão ter explicações técnicas para estes actos hediondos, mas as pessoas que morreram é que nunca terão direito a qualquer explicação. Nem os familiares e amigos que ficaram.
Sei que a postura das autoridades americanas é que qualquer pessoa tem direito a ter uma arma, para sua defesa pessoal, desde que não tenha cadastro (corrijam-me se tal for necessário). Porém esta espécie de liberdade de defesa será uma faca de dois gumes, pois por aquilo que nos é dado perceber ninguém consegue controlar uma mente doentia, que aparentemente parece equilibrada.
Mas o que mais me custa entender é como alguém tem coragem de destruir tanta vida de gente anónima. E sem remorsos...
Os últimos e trágicos acontecimentos no Capitólio norte-americano advêm de um vírus que se foi instalando nos últimos anos no país do Tio Sam. E parece que não terá cura!
De uma forma mais assertiva diria que os americanos viveram numa realidade política e social paralela. A democracia tal como foi implementada na América esteve sempre em perigo.
Não fossem algumas instituições internas, provavelmente os Estados Unidos viveriam hoje à beira de uma impensável ditadura.
Donald Trump fez vir ao de cima o pior dos seus concidadãos. A violência urbana, o racismo, as demandas com a China e não só, a fuga dos acordos ambientais, a saída da OMS e tantas e tantas acções ignóbeis que só prejudicaram os Estados Unidos. Já para não falar da não aceitação da pandemia…
O real problema vem agora quando Biden tomar posse, já que os apaniguados de Trump não irão deixar a sociedade recuperar das feridas causadas pelo presidente derrotado. Será bom que os Estados Unidos se preparem para uma guerra. Não contra o covid-19, não contra uma qualquer Jihad islâmica, mas contra um vírus que se instalou em muitos (demasiados) americanos: o virustrump!
Mesmo que não seja oficial ou ainda que a justiça americana tenha de intervir, é quase um dado certo a derrota de Donald Trump nas eleições, que se realizaram na passada terça-feira.
Acrescento que, da mesma forma que Trump jamais imaginou ser Presidente dos Estados Unidos, também agora não quer aceitar a sua eventual derrota.
Como em tudo na vida há que saber ganhar e perder. O actual Presidente americano infelizmente não percebe isso e tenta por todos os meios manter-se na Casa Branca.
Se 70 milhões de americanos ainda consideram Trump alguém com capacidade de liderar um país como os Estados Unidos, a maioria entende que Donald Trump é um autêntico logro, um "twitterholic" pouco simpático, (muito) pouco polido tendo destruído muito mais do que construíu
Diria mais... Trump na sua louciura julga-se, quiçá, num daqueles jogos reais e em que ele fez somente (e mal) de Presidente dos EUA e não consegue perceber a diferença entre realidade e ficção.
Entretanto, o mundo que começa agora a suspirar de alívio com a sua saída, é muito diferente daquele quando entrou na Casa Branca.
E muito por culpa dele.
Portanto desta vez é ele que sai do jogo: Game Over Trump!
A notícia entrou-me pelo monitor: um jovem assassinou 17 pessoas numa escola no estado da Florida, na terra do tio Sam.
Olho, leio e não acredito: dezassete pessoas? Como pode ter sido possível?
Estes casos repetem-se nos Estados Unidos. Todos os anos há dezenas de mortes perpetradas por indivíduos fortemente armados e sem qualquer sentido humano desatam a disparar contra tudo o que se move.
É óbvio que num país onde qualquer pessoa pode comprar uma arma é demasiado fácil acontecerem tragédias como a desta quarta feira.
Contudo muito para além do acto bárbaro e cobarde fica a ideia de que há algo bizarro nas novas sociedades, para que este tipo de acontecimentos se venham a verificar tão amiúde.
Podem vir técnicos de psicologia e especialistas em psiquiatria tentarem desconstruir as razões destes crimes com as teorias do costume, que nada disto parece minimamente razoável.
Chamar-me-ão de retrógrado ou antiquado, mas defendo valores que vão muito para além da liberdade de pensamento e de ideias. O meu combate vai no sentido de defender a vida humana seja ela qual for e em quaisquer circunstâncias.
Admira-me no entanto que o actual Presidente Americano tente, a toda a força, eliminar focos de terrorismo por esse Mundo fora, mas vai olvidando o terrorismo urbano que se propaga no seu próprio país. E pior… muitos destes jovens, quiçá, se reveêm em Trump e na sua forma muito peculiar de estar na política e na vida, o que torna esta situação ainda mais grave.
O mundo está completamente virado do avesso. Umas vezes por nossa culpa já que nos tornamos cada vez mais amorfos em relação ao que não nos toca pessoalmente, outras por culpa de outros que se encontram bem escudados no seus castelos, sendo geralmente os inocentes a pagar.
A partir de amanhã entrará na cena política um novo, mas bizarro elemento. Carrega consigo uma vitória inesperada (provavelmente ele seria o único a acreditar nela!!!) e um imenso país profundamente dividido.
Ao invés Barak Obama, que amanhã entregará a chave da Casa Branca a Trump, foi o homem perfeito, no lugar certo, na altura ideal.
Sereno e discreto quanto baste (e)levou a Presidência dos Estados Unidos a um nível jamais pensado. Profundamente respeitado e respeitador mostrou ao mundo como a maior potência pode ser governada sem qualquer arrogância e sempre preocupada com os direitos humanos.
Obama conseguiu ainda, entre muitas outras coisas, o impensável: reatar relações com Cuba. Um gesto de anormal humildade para os americanos, sempre tão senhores da verdade, que deixou o Mundo boquiaberto. Foi sempre assim a presidência do homem de Chicago: descomplicada e despretensiosa.
Amanhã e parafraseando uma frase trágica de 2015 contra o terrorismo, (quase) todo o mundo gritará: Je suis Obama!
O título deste texto poderia referir-se a Sua Majestade a Rainha Isabel II. Pois podia, mas não é dela que venho aqui falar.
No outro lado do Atlântico prepara-se a mudança para breve de Presidente dos Estados Unidos. A expectativa mundial quanto ao futuro daquele país roça um valor mínimo.
Também penso assim! Donald Trump pode ser uma boa surpresa mas sinceramente não acredito. Mas os americanos escolheram... está escolhido, nada a fazer.
Talvez por aquilo que referi atrás a figura de Barak Obama surja como uma espécie de matriz do que foi uma governação pensada, discreta e acima de tudo preocupada com o Mundo.
Há no entanto uma personalidade que foi, quiçá, o genuíno garante de uma América unida. Chama-se Michelle Obama.
Esta sim foi durante oito anos a primeira Dama do Mundo. E não o fez somente porque era a mulher do Presidente dos Estados Unidos, fê-lo por convicção. Acima de tudo o que mais admirei neste casal foi a forma, sempre frontal e aberta, como demonstravam publicamente o amor que tinham um pelo outro. Uma raridade nos tempos que correm!
Michelle Obama sairá da Casa Branca no próximo dia 20 de Janeiro mas o perfume das suas palavras e dos seus gestos perdurará por muito tempo naquele casarão.
Porque à primeira Dama do Mundo exige-se muita coisa, é certo. Por isso a humanidade e sensatez que Michelle demonstrou nos dois mandatos do marido não foram construídas mas brilhantemente assumidas!
Um exemplo perfeito de mulher, mãe e digníssima esposa do Presidente da maior potência do Mundo!
As próximas eleições americanas têm tido muito tempo de antena (talvez demasiado?) nas televisões e nos jornais nacionais. Tudo porque o candidato republicano Donald Trump tem feito o possível (e o impossível) para mostrar ao mundo o pior da sociedade americana.
Ao invés, do lado democrático, Hillary vai lutando estoicamente contra uns escândalos que minam a sua campanha. Todavia as sondagens, que há pouco tempo davam vantagem ao nova-iorquino, parecem ter virado a favor da ex-Primeira Dama. Certamente que a fuga de alguns republicanos para a falange contrária, ajudaram ao descalabro de Trump.
Mas Donald parece não ligar às sondagens e continua a dar tiros no próprio pé com algumas (imbecis) atitudes e declarações (patetas). Veremos até onde chegará o candidato republicano. Na América, como sabemos, tudo é possível!
Regressando ao tempo que é dedicado às eleições americanas, a realidade é que uma eleição neste nosso rectângulo, à beira-mar plantado só interessa a este país. Ao contrário das nossas, as eleições nos Estados Unidos interessam ao Mundo inteiro.
É certo a candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Daqui deste lado do Atlântico e ainda à distância de uns meses, nada desta história parece incomodar Portugal. O nosso governo tem nesta altura outras batalhas bem mais estimulantes com Bruxelas.
No entanto o Mundo parece andar em bolandas. De um lado os Estados Unidos preparam-se para ter uma eleição mui renhida sem vencedor antecipado. No Oriente andam ali umas espécies de “mosquitos por cordas” por causa de uns mares. A Europa que anda (quase) sempre na crista da onda tem um Brexit para resolver com alguma celeridade, uns bancos à beira de ruir, umas ameaças de sanções a Portugal e Espanha e uma espécie de golpe teatral na Turquia. Portanto… tudo normal!
Ah falta o terrorismo!
Pois é… os últimos eventos deste flagelo, para além da mortandade que originam, têm vindo a criar uma ideia imbecil de que só se param estes acontecimentos com mais violência. Daí começaram a nascerem por essa Europa fora pequenas células de gente radical que paulatinamente vão crescendo em apoiantes.
A estúpida frase de Trump após o ataque em Nice é sinónimo de alguém que fala em demasia, não medindo o alcance das suas palavras, acrescentando petróleo numa fogueira já demasiadamente crepitante.
De forma directa não receio os Estados Unidos governados seja por Trump ou Hillary. Todavia temo os efeitos colaterais das decisões que qualquer um daqueles candidatos, possam vir a tomar.
Portugal é realmente um país pequeno, insignificante… Mas não estamos sós.
Dificilmente passaremos pelos intervalos da chuva dos futuros maus acontecimentos.