Mas este ano ao invés do passado recente não irá ter toda a família a seu lado, nomeadamente os netos e bisnetas. Nem sempre as coisas correm como gostaríamos.
Há que aceitar!
Mas eu estarei com ele! No almoço num restaurante, que será o meu presente de aniversário e mais tarde no primeiro carregamento de azeitona que levarei para o lagar próximo.
Todavia este ano as coisas estão menos bem. A saúde começa a dar sinais de fraqueza e os rins estão por um fio. De tal modo que provavelmente irá ser mais um cliente da hemodiálise. Com os proveitos e riscos inerentes.
Está bem consciente daquilo que poderá a vir a ter pela frente e notei logo nele, na passada quarta-feira, uma tristeza cristã! Ele que foi sempre um homem de uma enorme coragem e muito focado parece faltar-lhe agora essa mesma coragem.
Mas hoje há que celebrar a vida! Que tem muito mais para contar que tudo o resto que ainda não chegou!
Hoje ao meu querido pai apenas desejo que viva este dia como se fosse o primeiro de muitos e não o fim de muitíssimos.
Aproxima-se a festividade Maior dos Católicos. Serão três dias de muita fé, muita tristeza para culminar na Alegria da Ressurreição de Cristo.
Se olharmos para esta festa sem os olhos da fé reconheceremos que a Páscoa está umbilicalmente ligada à... Primavera. Depois do Inverno frio e chuvoso eis que toda a natureza se renova com a vinda da estação das flores.
Também na Páscoa o homem se renova. Se assim o desejar!
No nosso quotidiano temos todos momentos iluminados e de enorme alegria. Tal como somos inundados de tristezas e dúvidas. A isto chama-se simplesmente... viver.
Também Cristo teve os seus receios, as suas tristezas para por fim morrer às mãos das tropas romanas. Ressuscitaria ao fim de três dias, mostrando que a Vida será sempre mais forte e mais poderosa que a morte.
Sei que vivemos tempos atípicos sem termos bem consciência do que pode aí vir. Todavia não devemos dar azo a que o pessimismo vença as nossas bravatas interiores.
Posto isto desejo a todos os meus leitores (independentemente de professarem uma fé ou mostrarem-se ateus ou agnósticos) uma Páscoa repleta de alegria e esperança luminosa no futuro.
Para os católicos como eu desejo uma Santíssima Páscoa!
Tenho alguma relutância em falar do assunto que envolve finanças pessoais porque muita gente ao ler este postal tenderá a discordar comigo pois no que concerne à gestão fiduciária pessoal, sou muito espartano. Ao invés de quando era jovem... (a idade serve para isso... ensinar).
Esta manhã fui ao pão a uma pastelaria a 500 metros de casa. Estava eu na fila para pagar o pão adquirido e à minha frente quatro senhoras queixavam-se do aumento de preços, eventual prenúncio de uma escalada da inflação.
Não tomei nota de que produtos estariam a falar, quiçá combustíveis, mas calmamente chegaram à caixa. Cada uma, deste poquer de damas, pagou a sua despesa, mas todas acrescentaram a despesa do pequeno-almoço diversas raspadinhas (eu sei, eu sei o que estarão a pensar sobre esta minha demanda!). Vejo-as depois cá fora a raspar freneticamente e a deitarem todos os talões sem prémio num caixote para tal.
O curioso (ou talvez não) é que nenhuma delas se queixou do preço do jogo cujo valor desconheço totalmente.
Porque no fundo, no fundo o preço da esperança de uma vida melhor nunca será demasiado elevado.