Esta tarde encontrei um antigo colega de trabalho. Com idade para ser meu filho é hoje um alto quadro da empresa. O curioso é que foi ele que me abordou.
Cumprimentos para cá e para lá quando a determinada altura pergunta o que faço na minha reforma, respondo-lhe com os netos e... os livros.
É nesta altura que ele se surpreende com as minhas actividades, nomeadamente a que se refere à minha escrita, quando faz a pergunta sacramental:
- E escreves sobre o quê?
Esta é uma daquelas questões para a qual eu ainda não consegui arregimemtar uma resposta a preceito. Nesta altura fico sempre com a sensação que a aprovação da minha acção ficará condicionada ao que escrevo. Se for um romance terá um nivel de aprovação maior que aquele constituído por pequenas estórias como são os meus livros.
Tenho consciência que escrever um romance será um acto de enorme valentia e empenho. De suor e muitas lágrimas. De avanços e muitos recuos e, acima de tudo, de muito, muuuuuuuuuuuito trabalho.
Já para não falar de investigação!
Muitos dos meus leitores vão apertando comigo para que escreva um romance. Sei que têm razão no pedido, mas tal como escrevi acima, para tal necessito de tempo, muito tempo algo que não abunda por aqui.
Portanto... o melhor mesmo é ir vivendo um dia de cada vez e tentar perceber o que diariamente podemos conquistar!
Já muito por aqui se falou (leia-se escreveu) sobre a baixa actividade na blogosfera. São quase sempre os mesmos a esgalhar qualquer coisa e os blogues novos que vão surgindo acabam por desaparecer ou, no mínimo, perderem a sua vitalidade inicial.
Não tem o propósito deste postal acusar alguém. Longe disso. Mas tão-somente ajudar a quem entra que a blogosfera requer algumas coisas por vezes difíceis de assumir pelos autores.
A principal característica chama-se perseverança. Se quem vem pela primeira vez e ao fim de uma semana não recebe um bom estímulo pode acabar por desistir. Todavia deve manter-se a escrita.
A segunda prende-se com os comentários, alguns tão imbecis e parvos que acabam pelos autores desistirem pois não sentem aquele apoio tão necessário e gratificante. Também não se deve dar para esse peditório. Os a(s)nónimos só existem porque alguém lhes dá troco.
Finalmente a coragem. Não nos devemos escudar no que é politicamente correcto. Ainda existe a liberdade de expressão (se não em toda sua pujança como já foi, ainda podemos dizer o que pensamos!) e assim não devemos fugir a um tema que nos toca e pode ser mais complicado.
Resumindo a genuinidade de quem escreve é o trunfo maior!
Portanto mexam-se companheiros... Há tanto por dizer e há tanta gente a escrever bem!
Devido ao meu mais recente livro e sobre o qual já aqui perorei, um antigo colega e amigo colocou-me uma questão e que se prendia com a razão do título do livro.
Um bom título é quase sempre uma porta aberta para o sucesso. E tanto posso estar a falar de um livro, um quadro ou simplesmente um artigo mesmo que seja de opinião.
Eu gosto de um bom título, daqueles que nos captam logo a atenção. Então se houver um jogo de palavras tanto melhor.
O título do meu livro não tem nenhum dos epítetos que referi acima, mas conta muito do que foi a construção desta pouco mais de centena e meia de páginas.
"Pela noite dentro... e outros escritos" não corresponde à ideia de todos os textos terem sido escritos madrugadas fora. Alguns reconheço que sim, mas a maioria foram pensados e alinhavados na minha cabeça em muitas noites de insónia e pouco repouso.
A noite trás-me calma e serenidade suficientes e necessárias para conseguir retirar de dentro de mim todas as palavras e sentimentos, de forma a que uma estória faça sentido.
Para mim e principalmente para os outros!
Todavia demora tempo este trabalho. Retiro, recoloco, volto a apagar ene vezes palavras e frases. Para que tudo fique perfeito (para demasiadas vezes não ficar).
Porque há uma enormíssima diferença entre redigir ou escrever. Na primeira juntas as palavras para conseguires frases! Na outra juntas os sentimentos para saírem emoções anormalmente enfeitadas.
O meu mais recente livro já anda por aí! Literalmente!
É que hoje enviei, via CTT, para um grupo de bons amigos o "Pela noite Dentro... contos e outros escritos". É certo que já aqui havia falado dele de uma forma mais detalhada, mas num contexto absolutamente diferente, um pouco à laia de ante-estreia!
Bom... dito isto agora vai ser o tempo de embrulhar dezenas de volumes, escrever moradas e entregá-los numa qualquer estação dos Correios, de forma a que eles cheguem aos seus destinatários. Um trabalho moroso, mas que tem de ser feito... pois de outra forma o livro não chegaria a ninguém já que não os vendo... apenas partilho.
Alguns dos meus amigis mais aborrecidos ainda têm a coragem de me perguntar porque não entrego os originais a uma editora com distribuição. A resposta será, até ver, sempre a mesma: eu não quero vender livros, apenas partilhá-los!
É nesta partilha que encontro a minha própria felicidade interior que tanto me anima a escrever. Apraz-me oferecer, não cultura, porque não ouso a tanto, mas apenas leitura.
Hoje como há uns dias, não penso em voltar a publicar livros neste formato. Não se prende com uma questão financeira, mas de capacidade pessoal, até porque alguns dos contos deste livro foram escritos há muitos anos!
Por fim quero agradecer a todos, todos, todos que me estimulam diariamente a escrever. No fundo este livro (e os anteriores!!!) é mais vosso que meu!
Creio nunca ter vindo aqui escrever um agradecimento por um destaque deste blogue nos recortes ou na página Principal da plataforma SAPO.
Mas hoje não posso deixar de agradecer à SAPO por ter trazido para a página principal o meu outro espaço onde vou escrevendo umas estorietas. Umas mais simpáticas outras nem tanto!
Desta vez foi o Jeremias o alvo, um bonito canário com uma estória para contar.
Este tem sido um exercício engraçado composto por duas partes. A primeira é uma estória contada normalmente e que envolve um animal e envolvendo uma ou mais pessoas e com um determinado desfecho. A segunda parte "A versão de..." exibe a mesma estória, mas vista pelo animal. Assim à laia de fábula.
O primeiro foi um gato (o Xavier), depois um cão (o Léo) e agora um canário (o Jeremias). Provavelmente outros virão!
Posto isto repito o agradecimento por este invulgar destaque para um blogue normalmente mais intimista.
Já me passava esta data não fosse alguém amigo, numa conversa quase privada, chamar à atenção para este dia.
Ora nada melhor para comemorar este dia que apresentar ao Mundo o meu próximo best-seller! Estou a brincar pois nunca será um livro com esse epíteto porque não está obviamente preparado para tal!
Posto isto apresento o meu terceiro livro. Quem diria há alguns anos que estaria agora já a finalizar uma trilogia de contos. Nem nos meus mais atípicos sonhos!
"Pela noite dentro... Contos e outros escritos" foi a consequência (quase) normal dos que o antecederam. Cada um dos anteriores tem características próprias bem diferentes deste agora, sem bem que o tipo de escrita não defira muito.
Ora se tudo tem um princípio também é sabido que tudo terá um fim. Assim sendo sinto que esta será a minha última aventura neste género de prosa, já que o meu desejo futuro será escrever e talvez publicar um romance. Só que para tal necessito de tempo (onde é que ele está???) e muita, muita pesquisa.
Assim fica para já esta trilogia de pequenas estórias, este último com direito a prefácio escrito por uma amiga há quase meio século e que escreve muito mas muito melhor que eu. A capa e contracapa são da excepcional ilustradora Olga Cardoso Pinto (que cuidou de desenhar as capas dos anteriores) enquanto a revisão coube a Isabel Bolsa, também ela uma boa amiga.
Aqui fica a capa e contracapa deste meu novo livro, que sendo minimalista é, acima de tudo, assaz assertivo.
Está para muito breve o aparecimento do meu terceiro livro.
Depois de "Quatro desafios de escrita" apresentado ao Mundo a 18 de Maio de 2023, logo outro se seguiu quase um ano depois.
Se o primeiro tinha como base desafios de escrita em que participara numa ideia de dar liberdade aos meus pensamentos, o "Des(a)fiando Contos" foi buscar muita coisa escrita e alguns inéditos.
De ambos recebi rasgados elogios o que me estimulou a preparar uma terceira aventura. Sem quaisquer desafios, apenas recolhi algumas das estórias que mais gostei de escrever (creio que uma das razões para a escolha deste ou daquele texto) e juntei-as todas num pequeno volume. São ao todo 33 textos, sendo que uma dúzia deles contam a estória impossível de uma família citadina.
Depois um prefácio esgalhado por uma grande amiga. O seu texto é fantástico e vai de encontro ao que penso dela (já lhe disse ene vezes) se se dedicasse â escrita: seria uma das melhores.
Aparecendo este volume sinto que já dei o meu contributo à língua portuguesa. Não digo à cultura porque isso seria quase soberba e eu gosto muito pouco ou nada de me autoavaliar.
Resumindo: em Maio teremos o "Pela noite dentro... Contos e outros escritos" com as ilustrações da minha amiga Olga (que sabe tão bem o que gosto!) e que mostra uma qualidade de traço plasmada numa capa bem minimalista porém assertiva. Um primor!
Termino com a minha copnhecida teimosia em não me assumir um escritor. Diria que sou apenas um aventureiro da escrita.
Só mais um pormenor... não imagino se conseguirei publicar mais algum livro deste cariz, pois neste momento o meu coração pende para um lado e a cabeça para outro! Veremos quem ganha!
Defronte da casa na aldeia beirã que amiúde visito, mora um casal de estrangeiros. Não é que sejam mesmo, mesmo estrangeiros "de fora" como diria alguém, mas não têm qualquer ligação familiar à aldeia.
Pelo que me contaram viveram em diversos locais do nosso país, para aterrarem finalmente por aqui. Não perguntei se havia descendência, mas percebi que são ligados aos animais, especialmente gatos, mas também cães.
Nunca os havia visto e pareceram-me... boa praça!
A senhora deu aulas na faculdade e agora estava dedicada a um doutoramento. Obviamente que a conversa acabou por ir parar à minha actividade como reformado e aos diversos desafios que fui abraçando, uns involuntarimente como será o caso dos netos, outra de modo próprio como é a escrita plasmada em livros.
Supreendida, a senhora avançou com o desejo de ter um livro meu. Porém ficou semi desiludida quando lhe disse que os meus livros não servem para alguém ganhar dinheiro com eles. Prometi-lhe oferecer um exemplar para depois me questionar o porquê de não entregar o livro a uma editora com distribuição.
Foi então que lhe expliquei o porquê desta minha opção. Ela escutou-me interessada e percebeu as minhas razões e achou curiosa a minha ideia.
Para que a ninguém reste dúvidas sobre as minhas opções deixem-me então explicar o porquê de oferecer os meus livros. Faço notar que nunca pretendi ser rico, até porque a riqueza pecuniária pode ser um mal muito maior que a pobreza humilde.
Bem... avancemos para a explicação.
A primeira razão é que já não tenho idade nem paciência para novas responsabilidades. Imaginemos então que eu até entregaria os meus projectos a uma qualquer editora mais pujante e esta até considerava interessante publicar o livro. Imaginemos ainda mais que o livro tornava-se num mar de vendas com mais que uma edição. O resultado deste sucesso seria a editora pedir que escrevesse rapidamente outro livro.
Portanto depois de 41 anos a assumir contratos e responsabilidades, terminaria estes meus dias a correr atrás das palavras para corresponder ao que me fora pedido. Nem pensar!
Deste modo sou livre de escrever quando me apetece ou a veia surge e faço dos meus livros verdadeiras provas de amizade e de carinho para com os meus amigos e alguns conhecidos... que também merecem. Como será o caso do casal supra!
Há muita gente da minha família que não sabe desta minha pobre valência. Também não me importa... prefiro o humilde anonimato à euforia de ser conhecido!
Há muitos anos li algures um texto que falava de Eça de Queirós e da maneira como o enorme romancista do Realismo português cuidava dos seus textos.
Ao que dizem Eça era tão perfecionista na sua escrita que corria atrás dos seus escritos mesmo quando estes iam para a tipografia. E até aí tentava amiúde alterar aquela palavra ou sei lá uma vírgula.
Não sou Eça, e mesmo eu escrevendo, estou a teramilhões de quilómetros de distância daquele escritor tanto na quantidade de obras, mas acima de tudo na qualidade destas. Nestas coisas não há como assumirmos a nossa humildade.
No entanto sofro da mesma doença na tentativa de perfeição dos meus textos.
Tenho comigo já a prova do meu próximo livro. Mas as emendas que tenho feito são tantas que de repente lembrei-me de Eça. Como disse alguém escrever são 10 por cento de inspiração e 90 de transpiração.
Estou agora nos tais 90 pontos percentuais. Para que todos consigam ler como deve ser os outros dez!
Não sei se corresponde à verdade esta máxima, mas está prestes a aparecer o meu terceiro livro. Uma vez mais, e a exemplo dos anteriores, um livro de contos e que também não estará à venda numa qualquer livraria. Provavelmente um dia poderei até encontrar um exemplar num alfarrabista, mas ainda assim acredito que deverá ser difícil.
Com esta terceira aventura termino a minha trigolia de contos. O passo seguinte será eventualmente ousar em escrever algo diferente ou pelo menos mais longo como são geralmente os romances. Atenção que eu não estou a assumir que irei escrevê-lo já, todavia corresponde a um desejo mui pessoal. E assaz antigo.
Daqui a mais uns dias (não imagino quantos!) terei mais umas caixas para abrir e distribuir por alguma família e amigos os meus pobres livros. Aindo hoje entreguei dois exemplares do livro do ano passado.
Entretanto este ano há, ainda, um prefácio muito bem assinado por uma amiga de muuuuuuuuuuuuuuuitos anos e de muitas escritas.
Por fim a dedicatória deste livro recaíu sobre todos os elementos da família Xã. Estejam eles vivos ou tenham já partido. Era o mínimo que poderia fazer por quem, sem contudo o saber, me fez chegar aqui.