Chegou-me há pouco, à minha caixa de correio electrónico, uma ligação para um belíssimo naco de prosa de alguém que conheço, não de África, onde o autor esteve muitos anos e recentemente traduzidos neste fantástico livro, mas de outros encontros futeboleiros.
A prosa fala da última aventura de Astérix e os seus inseparáveis amigos Obélix e Ideiafix em terras lusas, de uma maneira e num estilo assaz diferente do meu (obviamente que o autor escreve muuuuuuuuito melhor, o que também, reconheço com humildade, não será mui dificil!!!).
Mas de tudo o que li naquela crónica ou análise, conforme queiram chamar, houve algo que me satisfez e que se prende, uma vez mais, com o tema das (más) traduções. É certo que estou tentado a adquirir a versão francesa até porque não gosto de julgar sem ver (ou ler!), mas já em aventuras anteriores notei uma (invulgar) incapacidade de traduzir bem os livros.
O que leva mais uma vez a tentar imaginar o que passará na cabeça dos nossos tradutores quando pegam neste pedaço de BD (mais uma imbelicidade para o nome "Novela gráfica") e traduzirem aquilo com uma linguagem pobre e sem graça, como se os leitores daquelas aventuras fossem ainda crianças em idade pré-escolar! Não são!
Finalmente e para não me alongar mais redirecciono o caro leitor ou leitora para o dito texto que merece ser lido e amplamente partilhado.
Por vezes tento recordar porque comecei a escrever! Sinceramente já não porque o fiz ou se calhar era a minha cabeça virada já para escrita.... Sei lá... Já passou tanto tempo!
Só que raramente usei a escrita como panaceia de alguma crise existencial. Todavia creio que para muita gente escrever sirva, e com óptimos resultados, para resolver alguns conflitos internos.
Hoje a mimnha escrita, seja ela qual for, tornou-se um vício. Mesmo quando olimpicamente não me aptece escrever tenho de esgalhar duas ou três linhas. Apenas como disciplina pessoal!
Reli há dias uns dos primeiros textos que escrevi. Deu para notar, e de forma muuuuuuito evidente, a diferença da minha escrita de há meio século para agora.
Só que ao invés de muitos que provavelmente deitariam tudo no caixote do lixo, eu guardo tudo com a saudade inerente à época, aos sentimentos que exibia e acima de tudo à ingenuidade demonstrada.
Reconheço que sempre fui um tanto "naïf" no que escrevo, se bem que a palavra de origem francesa seja mais usada nas artes plásticas. Porém no meu caso aplica-se na perfeição.
No fundo, no fundo a minha escrita reflecte o que sou e espero assim ser até ao final dos meus dias.
Curiosamente numa época em que a blogosfera entrou para a hibernação eis que regressa a moçita mais curiosa e mais engraçada deste mundo da escrita.
Chama-se pelo nome, obviamente, mas é conhecida pela Mula do blogue "Desabafos da Mula". Faz muuuuuuito tempo que não sabia desta cachopa.
Fui então aos meus arquivos e reparei que a sua última resposta a um comentário meu, no seu magnífico espaço datava de 26 de Abril de 2023. Xiiiiiiiiiiii, pensei, faz tempo que esta rapariga não dava sinais de vida.
Calculei que tivesse fugido para o Burkina-Fasso ou, sei lá, ainda para mais longe como são as Berlengas. Nada disso, felizmente. Foi a vida a ser vida e ela a batalhar.
Obrigado menina ou senhora como queiras ser tratada pelo teu regresso.
Acredites ou não a blogosfera necessita de ti. Olá se necessita!
Vá agora recompõe-te deste choque afectivo e escreve mais um postal.
PS - Já vão em três os meus livros escritos e publicados.
Só que amiúde fico com a vontade de voltar a publicar. E das duas, uma: ou pego em textos já bem velhos e levo-os ao expurgo ou ponho-me a escrever estórias novas, que é sempre um óptimo desafio.
Agora ando naqueles pares de textos com animais e crianças neste meu blogue. Já nem sei quantos escrevi, também não foram muitos, mas foi um outro desafio que abracei. Entretanto não sei se voltarei a outras estórias que nunca acabei ou se retomarei o registo semelhante aos que publiquei em livro.
Por outro lado gostaria de aventurar-me num romance, algo mais longo, mais completo e não relatos quase de lana-caprina. Obviamente que para este desafio necessito de tempo, muito tempo porque há muito que investigar.
Depois ainda tenho "Os contos de Natal" deste ano para arregimentar... E que dá uma trabalheira medonha.
Desta vez trago para esta rubrica apenas duas referências em blogues e mais duas que me foram enviadas uma por carta e a outra por sms.
Vamos entáo ao que importa.
No passado dia 20 de Junho alguém ousou encher-me de orgulho por este meu livro. Um texto fantástico que, repito, encheu-me de imodesta vaidade. Passem por aqui e perceberão o porquê.
Entretanto há perto de um mês também um "cliente" dos meus livros referiu a minha última publicaçãao no seu espaço. Obrigado amigo Francisco.
Passo para as duas referências bem elogiosas e que me chegaram por vias diferentes.
A primeira chegou de França, por carta (imagine-se) onde reside habitualmente a minha madrinha. Uma jovem de 91 anos, tem ainda a força das antigas apanhadeiras de peras rocha da zona Oeste, onde tem a sua casa. Na altura em que escreveu cuidava com carinho, ternura e certamente com muito sofrimento de um marido muito doente e demente, entretanto já falecido. Não perorou sobre todos os contos, porém redigiu isto:
Gostei do teu livro.
E para quando um romance?
- Ana Descalça (pág. 23) – Lembrei-me da tua avó Pureza. Ela contava o mesmo com uma minderica;
- O nome Pedro (pág. 39) – Gostei muito. Engenhosa a maneira como o Pedro actuou;
- Rua das Viúvas (pág. 53) – Interessante e cativante;
- O Cara-Velha (pág. 59) – Frases muito bonitas como por exemplo: “na única oliveira do cercado, algumas lágrimas escorriam ainda…”;
- Vou ao pão (pág. 65) – Gostei e um “bom fim”:
- O João Grande (pág. 79) – Mais frases bonitas: “Os anos foram correndo céleres para is mais velhos… (linha31)”;
- O pai (pág. 85) – Gostei e o fim imprevisto;
- A noiva (pág. 95) – Fez-me sorrir;
- O amigo Rafa (pág. 105) – Muito, muito bom;
- Uma longa noite (pág. 125) – Muito interessante;
Guardei para o fim o meu preferido! “Os Felícios”. Formidável!! Satírico. Verdadeiro. E o final é uma apoteose!!!
Finalmente o meu amigo da aldeia Mi Tó. Um ex-apicultor e só por isso merece aqui especial referência. Um homem sábio, sereno no diálogo e amigo do seu amigo. Numa breve mensagem, via sms, deixou-me simplesmente sem palavras. Ora vejam lá se não tenho razão:
Acabei de ler o teu "Pela Noite Dentro", contudo, "repleto de luz"; irónico, mordaz, imaginativo, magnético, revelador do domínio do conhecimento da vida bucólica e, terminando com um ensaio a pisar o "contemporâneo vazio", bem engendrado e bem sucedido. Tudo em crescendo! Parabéns.
Principiar um blogue novo faz-me recordar aqueles tempo em que abria um caderno novo para escrever o primeiro sumário na escola. Só que há entre ambos duas enormíssimas diferenças. A primeira é que já decorreu mais de meio século e a segunda é que cada postal que escrevo é uma folha sempre limpa. Já o caderno...
Isto tudo para comunicar que ontem, dia de Santiago e de um Troféu leonino, acordou para o Mundo um novo blogue. Criado por dois amigos sportinguistas o novel pedaço de vida blogosférica chama-se "É Dia De Jogo".
A razão do nome está explicada no primeiro postal, assinado pelos dois autores de origem.
Ali falaremos (leiam escreveremos, faxavor!) sobre o Sporting sem censura, tabús e demais proibições. Desde, obviamente, que a educação se mantenha ao nível da urbanidade. pois tudo o que ultrapasse esse linha não será aceitável.
Portanto se é adepto do Sporting ou mesmo não sendo, passe por lá, sente-se, leia as novidades e opiniões, beba um copo e comente se achar que somos merecedores disso.
Regresso hoje a um tema por aqui repetido e que se prende com esta forma de comunicar a que communte chamamos de blogosfera.
Não direi diariamente, mas conheço algumas pessoas que pura e simplesmente desisitiram de escrever nesta plataforma. As razões para tal marasmo ou desistência podem ser e serão certamente diferentes de pessoa para pessoa. No entanto sinto alguma, para não dizer muita, tristeza nesta constatação.
Há formas mais rápidas e mais assertivas de comunicar e dar-mo-nos a conhecer, mas diria que a genuidade que por aqui se encontra não será fácil de encontrar nesses locais.
Regresso a este tema porque um dos blogues com mais visualizações, com mais comentários e que estava todos os dias na ribalta deste sapal irá brevemente encerrar portas. Mais um! As razões para tal decisão foi-me explicada pelo fundador, mas delas guardo obviamente reserva.
Nesse espaço estive quase do princípio, já que ele nasceu a 1 de Janeiro de 2012 e eu principiei a escrever nele a 17 de Julho desse mesmo ano. Para mim serão quase 13 anos de muitas alegrias, algumas tristezas, centenas de postais e milhares de comentários.
A vida é assim mesmo... feita de ciclos e este irá fechar brevemente.
Muitos afirmam que continuo humilde na avaliação que faço dos meus livros já publicados. Outros consideramn que sou demasiado crítico dos meus textos e que não deveria!
Tenho a firme convicção de se entregasse os meus projectos de livros a uma dessas editoras com distribuidoras para supermercados, que não teria qualquer sucessso. O que nem seria mau de todo tendo em conta o desasossego que será sermos conhecidos.
Daí ter preferido, não uma edição de autor, mas socorrer-me de uma editora de qualidade mas pouco conhecida nos meandros comerciais. E ainda estou contente por ter tomado aquela opção.
O curioso é que um destes dias alguém considerou que os meus livros teriam qualidade suficiente para serem aposta de uma editora de renome ao que eu respondi que estava muuuuuuito bem assim. Não pretendo ser conhecido e muito menos ganhar dinheiro com esta actividade.
Alguns olham-me de soslaio e tentam perceber se estarei a falar a sério ou simplesmente numa brincadeira focando-se na ideia de que esta humildade me levará ao permanenete anonimato.
Não quero saber.
Prefiro viver assim feliz sendo humilde e realista que viver acima das minhas capacidades intectuais e certamente preso a uma ou mais depressões.
As reacções ao meu terceiro livro continuam a crescer. Os leitores, comentadores e bloguers continuam a validar que este livro tem (alguma) competênca.
Doido que sou pelas estatísiticas e demais informação vou recolhendo, com a devida calma, as observações que cada pessoa perorou sobre a minha escrita.
Posto o que escrevi e após o primeiro apanhado que publiquei há menos de um mês eis a segunda parte.
Principio então pelo Vagueando que neste seu postal regista muita informação relevante. De muitos elogios há um que retiro do seu postal com o qual resume de maneira assertiva o que é realmente a minha escrita: "Prazer da leitura, simples, descomplicada..." É isso mesmo! A leitura de um livro como este deve conter muitas emoções, dúvidas e alegrias, porém deverá constituir-se de uma leitura célere e concisa.
Entretanto uns dias mm as tarde quma autora que muito prezo vinha publicamente agradecer o livro no seu blogue, sempre tão interessante. O problema é que só descobri o postal já muito tempo depois de ter escrito as primeira reações.
Entra agora em cena o meu amigo Pedro Oliveira para quem não chegaram dois postais para falar sobre o meu livro. O primeiro acusava a recepção do livro e no segundo elaborou umas fugas em "SCP o maior" com a promessa outrossim de novo postal!
No dia 9 a minha amiga Maria analisava no seu blogue, com cuidado e conhecimento, o meu pobre livro. Uma crítica bem construída que adorei ler. Obrigado Maria pelas palavras e acima dde tuddo pela amizade.
Ontem a nossa senhora professora Maribel, proprietária de um dos melhores pedagógicos blogues deste sapal discorreu também sobre o meu livro. Uma jovem que tem, ainda assim, uma visão muito especial sobre a minha escrita. Basta perceber que tem talvez uma das mais dificeis profissões do Mundo: educar!
Finalmente hoje a Marta brindou-me com esta análise muito bem esgalhada e assertiva. É sempre bom percebermos que quem nos lê fica melhor que quando principiou. No fundo é isto que nos leva a escrever. Obrigado Marta.
Agora é aguardar novos comentários e postais, mesmo que seja para dizer mal.
Neste meu postal de há uns dias desafiei os leitores/comentadores a formularem questões que considerassem pertinentes verem aqui respondidas por mim. Esta iniciativa foi bem acolhida já que tenho nove questões para dar provimento.
Seguem, deste modo, as perguntas formuladas por quem quis, com as respectivas ligações aos seus sítios e as minhas respostas.
1 – (Pela noite fora) e essas crónicas no Jornal de Almada foram publicadas com o nome próprio ou o Dr. José da Xã usou algum pseudónimo?
R – Em primeiro lugar não sou doutor e mesmo se o fosse detestaria que me chamassem de tal, até porque doutor, que eu saiba, não é nome. Quanto à verdadeira questão colocada confesso que usei ambos no Jornal de Almada. Para depois na blogosfera usar apenas o nome com que assino os textos... este inclusivé!.
2 - Você é daquele tipo de escritor que sempre tem à mão um bloquinho de papel para anotar ideias prum possível texto?
R - Sinceramente nunca usei nenhum caderno à “Hemingway”. Mais… as estórias começam a formar-se na minha cabeça mas só depois quando as passo para a o computador é que ganham vida e podem terminar de uma maneira nunca pensado. Ou como diria alguém: as personagens tomam conta do relato sem que saibamos.
3 - De onde chega a inspiração para a escrita dos Contos... dos que escreves nos livros e também aqui no blogue?
R – Esta é uma questão fácil de responder já que tudo sai, apenas como reflexo do eu vi e vivi nesta vida. Por vezes basta estar atento ao que nos rodeia.
4 - Porquê o pseudónimo? nasceu com os blogues ou já o usava nos jornais?
R – O pseudónimo nasceu por uma questão logística na altura dos jornais, mas que lentamente foi ganhando força.
5 - há quantos anos coleccionas nomes peculiares com que baptizas as tuas personagens? que evento o inspirou?
R – Tenho uma lista de nomes mais estranhos que gosto de utilizar há muito tempo. Geralmente encontro-os nos cemitérios ou então são ou foram de pessoas que conheço ou conheci. A vulgaridade dos nomes também não me atrai, daí gostar de epítetos e nomes assaz diferentes.
6 - Tudo o que escreves é "pura" ficção (fruto da tua imaginação) ou também (re)escreves episódios da vida real?...
R – Esta é uma boa questão. Na verdade tudo o que escrevo tem um pedaço de imaginação e outro de realidade. Se o caso foi mais ou menos verdadeiro invento ambiente e personagens. Se a história foi pura imaginação algumas das personagens são reais.
7 - Acredito que tenha alguma preferência de escritores, portugueses e estrangeiros. Quais as suas escolhas?
Jacinto Nobre
R – Bom, esta é uma daquelas respostas difíceis de dar, porque há tanto escritor que gosto, mas não fugindo à sua questão diria que em Portugal gosto muito de Eça como romancista para fora deste rectangulo preferir por exemplo Alexandre Dumas. Quanto aos contos poderia falar de Torga. Mas sinceramente prefiro Fialho de Almeida.
8 - Escreve tudo numa assentada só, ou deixa de molho e depois volta a pegar no conto?
R – Geralmente o conto anda a ser escrito na minha cabeça durante dias ou semanas, para num dia despejar tudo de rejada. Obviamente que depois regresso para alguma emenda.
9 - -Quando escreves, fechas o conto rápido, ou voltas a ler e mudas o original?
Luísa Faria
R – Podes encontrar a resposta no número oito, mas deixa-me acrescentar que por vezes tenho muuuuuuuitas versões do texto. E nem sempre o melhor é o último… e o que publico.
Por fim agradeço a todos quantos se maçaram a responder ao meu desafio, mas este mantém-se para os outros ou, quem sabe, para os mesmos para novas questões.