Já por diversas por aqui fui assumindo o meu não apreço pelo Entrudo. Como nunca fui pessoa de diversas caras também o Carnaval náo se configura comigo.
Sendo assim por estes dias não ando em festarolas nem vou ver quaiquer corso carnavalesco. Prefiro a pacatez da casa. Tal como também não me disfarço de matrafona...
Mas gosto de ver as crianças enfeitadas de todo o género de fantasias. Faz parte!
Entretanto na cultura popular estes dias são conhecidos como... "dias gordos"! Ou dito de outra forma com o Entrudo aproxima-se também a Quaresma, o que equivale dizer que nas próximas semanas, nomeadamente os católicos, estarão inibidos de comer, por exemplo, carne à sexta feira, numa óbvia alusão à Sexta-Feira Santa!
Mas actualmente a expressão gordo ou gorda passou a ter diferentes opções léxicas, sendo que a mais conhecida é aquela em que vem nos pacotes de leite a palavra gordo desaparece sendo substituída por... inteiro.
Ora, se seguirmos esta lógica o fim de semana que antecede o Carnaval deverá começar a denominar-se como fim de semana inteiro ou em alternativa Sábado inteiro ou Domingo inteiro. Certamente uma imbecilidade que umas mentes mais deturpadas que a minha, inventaram.
O Mundo anda virado do avesso, as pessoas nem sabem em quem acreditar, os políticos parecem crianças a brincar a jogos de guerra e o povo vai acatando as ideias de outros lunáticos para não lhes chamar imbecis.
A verdade é que um gordo é um gordo e um magro é um magro!
Podem tentar dizer outra coisa, mas a verdade será esta!
Nunca gostei do Carnaval. Nem das partidas que se faziam, nem das máscaras e muito menos dos disfarces que cada um dos foliões gosta de vestir.
Hoje o Entrudo é um negócio valente, já que as crianças adoram vestir-se de qualquer coisa... diferente. Pelas ruas do meu bairro vi infantes trajados a rigor: bombeiros, polícias, ursos Panda, princesas, fadas e mais um ror de figuras.
Até a minha neta mais nova foi vítima desta correria e vestiram.na de unicórnio. Mas para as crianças tudo é palco de brincadeira e mesmo não gostando da época não me cabe criticar.
Entretanto chegeui cedo da Beira Baixa onde fui num viagem relâmpago e dei conta do imenso trãnsito na A1, especialmente no sentido Sul.Norte. Imagino que muitos sejam foliões em busca da imensa oferta de festejos carnavalescos que o país tem para oferecer!
Eu fico por casa... Porque Carnaval não é mesmo a minha praia. Ainda por cima eu que gosto tanto de brincadeira.
As quartas feiras seguintes ao Entrudo são a porta de entrada para a Quaresma. Quarenta dias mais os Domingos que nos distanciam desse dia fantástico em que a Vida venceu a Morte, numa sucessão de episódios e momentos marcantes para todos os católicos.
Os mais antigos jejuavam neste dia (o meu avô paterno era um deles). Agora apenas não se come carne, assim como às sextas-feiras e durante todo o tempo quaresmal.
Mas a Quaresma tem (ou deveria ter) um significado mais vincado nas nossas vidas. Não é por acaso que aquela decorre entre o fim do Inverno e o início da Primavera, num real simbolismo que plasmado nos nossos dias deveria significar uma renovada perspectiva da mensagem da Páscoa.
O lavrador lança à terra as sementes, para que estas cresçam e se transformem em novos frutos que, por fim, nos alimentarão. Da mesma forma a verdadeira fé católica tem por missão colocar nos corações de cada um de nós a semente de paz, concórdia e amor. Se esta semente germina e dá frutos é responsabilidade nossa. Depende se a regamos com ternura, disponibilidade, espírito de entrega ou, ao invés, nem sequer a regamos de todo.
Num momento em que a palavra Guerra soa ferozmente, seria bom que todos percebêssemos até onde somos capazes de chegar para tornar este Mundo melhor.
Não cabe somente ao Papa rezar pela paz. Também nós que professamos uma fé, seja ela qual for, temos o dever de o fazer!