O que me vale é que os livros estão a acabar. De outra forma teria aqui quase mensalmente um postalito dedicado a quem carinhosamente escreveu sobre o meu livro...
Desta vez foi a Mena do Blog de Algo. Não poderia olvidar esta senhora já que ela foi uma das mentoras dos "Desafios dos Pássaros", que viria a culminar em parte neste livro.
Mais um texto demasiado elogioso, pois definitivamente tenho algum receio que ninguém me conheça.
Agora a sério gostei muitas das suas palavras e sinto-me deveras honrado por ter tanta gente do outro lado do rectângulo informático, tão simpática e obviamente tão amiga!
Quer-me parecer que este tema ainda vai dar uns quantos postais... Digo eu!
Bom a surpresa matinal de hoje veio directamente de terras algarvias. A MJP no seu postal desta manhã teve a amabilidade de escrever sobre este pobre escriba de uma forma tão elogiosa que fiquei a pensar se seria de mim que estaria a falar.
No final percebi que era mesmo pois lá estava a capa do meu livro que tanto gostei de escrever e muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito mais de oferecer!
Faz muitos anos que não recebia uma carta destas... Daquelas manuscritas por uma mão firma e decidida, com uma caligrafia muito bonita e perceptível e que nos comove até às entranhas.
Todavia uma missiva simples que percorreu milhares de quilómetros até chegar à minha mão.
Não falava de trivialidades, mas da vida tal como ela é, de bons e menos bons momentos, dos filhos e dos netos, de alegrias e tristezas, de solidão e companhia.
Recebi hoje uma carta!
De alguém que me diz muito, que sempre me apoiou e estendeu a mão. Lembro-me das matinées no cinema Avis e a seguir aquele lanche! Lembro-me dos poucos brinquedos que tive e que ela me ofereceu.
Hoje tem muita idade... mas ainda consegue escrever uma carta!
Bela... como são todas as cartas escritas com o coração!
Quando em Maio de 2020 deixei um recado num quadro branco no Departamento onde fui deveras feliz, jamais imaginaria que mais de um ano depois, aquele ainda estivesse presente precisamente no local onde o deixei!
Os colegas que regressaram às suas secretárias após demasiados meses de confinamento encontraram um pobre escrito e… sabe-se lá porquê mantiveram-no vivo!
Talvez esta tenha sido uma das maiores e melhores surpresas da minha vida. Não minto se disser que terá sido mesmo a melhor prenda que me poderiam ter oferecido ao fim de muitos anos de trabalho.
Há quem faça um hercúleo esforço para ser lembrado para sempre. Eu na minha (ainda) pura ingenuidade apenas pretendi, com algumas singelas palavras, agradecer a todos quantos me deixaram trabalhar e, quiçá ao mesmo tempo, incentivar os mais novos.
Diz-se também que não se deve regressar ao local onde se foi feliz. Todavia eu, ao invés do adágio, regressei correspondendo a um convite para um magusto vindo de um antigo colega! E em boa hora o fiz…
Para constatar que a vida é mesmo uma caixinha de (comoventes) surpresas!
Obrigado a todos por me fazerem perceber que (tudo) valeu a pena!