Tal como havia aqui previsto não fui votar. Farei parte de uma estatística negativa, a exemplo de quase metade da população portuguesa.
Fiz uma rápida pesquisa e descobri que no novo milénio e para as autárquicas a abstenção tem subido. De 39,97% em 2001 para 43,16% nas eleições de ontem com a passagem por uns 49,99 em 2009.
Não serei um daqueles analistas políticos que olham para estes números e avançam logo com alarmes políticos. Mas não posso deixar de ficar preocupado com esta evolução... negativa.
Então porque não foste votar? Poderão perguntar.
Na verdade não fui votar porque não conhecia nenhum dos candidatos, porque só vi obras de intervenção na rua e na sociedade por ser obviamente ano de eleições e acima de tudo porque estou cada vez mais triste com o estado da nossa política. Mesmo aquela que começa ao nível mais baixo (leia-se freguesias).
Acho curioso que os líderes de vários partidos assumam publicamente que é um dever votar, mas façam muito pouco ou se calhar nada para que os eleitores tenham naqueles alguma confiança.
Obviamente que haverá sempre os que foram votar só porque sim e por isso votam no partido da sua preferência independentemente de quem for o candidato. Eu gosto pouco disso e prefiro ficar em branco ou não votar do que eleger alguém sem ser em verdadeira consciência.
Oiço obviamente espantado a ideia de alguns comentadores ao afirmarem de que o voto deveria ser obrigatório.
Definitivamente só espero que ninguém aprove esta absurda ideia...
Nota: as percentagens aqui referidas foram retiradas do Portal do MAI exceptuando as de ontem (ainda em actualização)
Todavia desta vez estou convencido em não votar. Mais uma vez...
Primeiro porque não conheço os candidatos da minha freguesia, segundo porque as promessas são tantas e as concertizações tão poucas, terceiro porque nunca há dinheiro para nada a não ser em ano de eleições.
As lutas partidárias exibem-se entretanto nas grandes cidades onde os candidatos perfilados propõem este mundo e o outro sem, todavia, saberem como estão as contas da edilidade. Depois tudo serve para a campanha. Ataques e mais ataques em vez de propostas, mesmo que fictícias e incongruentes.
Continuamos neste país a viver em realidades diferentes: uma é a dos políticos que sabem o que querem, para benefício deles ou do seu partido e lutam por isso e a outra é a das populações que nunca é tomada em consideração a não ser em promessas vãs!
Diz o adágio popular que "o borrachão diz o que vai no coração".
É certo que o álcool bebido em quantidades generosas tem a tendência de desbloquear corações... e línguas. Por vezes dizem-se coisas fantásticas, outras nem por isso. E se é o que vai no coração, quem o diz fica obviamente refém... das suas proprias palavras!
No entanto há um sentimento humano que tem outrossim esta queda par se dizer o que se não deve. Há quem lhe chame raiva, eu diria que é mais "incontinência verbal sob o efeito da falta de bom-senso".
Seja por causa de uma ou de outra a realidade é que às palavras ditas, tal como às pedras atiradas não se pode voltar atrás, originando que no primeiro caso o que disse possa nunca mais ser esquecido e ser mais tarde uma arma de arremesso contra quem proferiu.
Já me aconteceu ene vezes na minha vida (a quem não aconteceu já?) e talvez por isso hoje seja muito mais comedido no que digo ou escrevo, sem bem que na escrita eu possa quase sempre editar e apagar o que escrevi.
Fazendo a ponte para a política seria deveras fantástico que os nossos políticos (os que nos governam, os que nos querem governar e os outros!!!) pensassem e pesassem bem as palavras que proferem, para que amanhã não possam ser atacados por aquilo que prometeram e aquilo que (não) fizeram.
Noto (ou será apenas impressão minha) alguma euforia por causa das eleições autárquicas. Velhos e novos candidatos a surgirem do nada com discursos muito apelativos, mas quiçá, longe da realidade local. Eu entretanto não estaria tão eufórico.
Cheira-me que há qualquer coisa no ar... estranho! Mas não sei identificar... ainda!
Provavelmente só dia 26 de Setembro perceberão porque escrevi isto!
Em anos de eleições autárquicas os concelhos enchem-se de obras. A pavimentação de ruas repletas de buracos, o concerto de passeios que durante meses e anos foram esventrados e jamais tratados, as belas obras sociais que depois não servem a população porque... falta pessoal especializado.
Tudo serve para mostrar obra, que no fim de contas só serve para "inglês ver", como diz o povo.
Há uns anos um candidato a uma Câmara foi entrevistado para um jornal regional. Questões para aqui respostas para ali, já de gravador desligado, o candidaato referiu-se ao Presidente da edilidade de forma menos positiva apresentando algumas críticas. A principal é que de que se tinha rodeado, por exemplo, de oito acessores.
Este candidato acabou por ganhar as eleições destronando naturalmente o anterior presidente. Todavia passado pouco tempo o novo Presidente da Câmara não tinha oito acessores como o seu antecessor mas somente... onze!
É por estas e muuuuuuitas outras razões que o povo não vai votar. Não é futebol... que tira gente.
A classe política, desde o mero Presidente de junta de freguesia até ao que ocupa um lugar em S.Bento, perdeu, há muito, o estado de graça através da qual, durante muitos anos, enganou o país.
Por isso actualmente Portugal vai saltitando de reforma em reforma, conforme os governos, sem reformar quase nada. Porque o que conta verdadeiramente não é fazer, mas unicamente publicitar um ror de boas intenções.
Este governo, com esta recente estória do futebol, deu um valente tiro no pé.
António Costa e quejandos já deveria saber que meter-se com a tribo do futebol é arranjar lenha para se queimar. E o PM não o fez por menos e toca a alterar o horário de um clássico.
Na minha óptica o que vai acontecer é que os adeptos que iriam votar e depois iam descansadinhos à bola, não passarão pelas urnas de voto, mais que não seja para demonstrar o desagrado quanto a estas novas medidas.
Um político conhecedor da mole humana deve ter, entre muitas outras coisas que geralmente também não tem, bom senso e perceber que há actividades com as quais não se deve meter. O futebol já se viu, e não é de agora, é uma delas.
Posto este arrozado, tenho quase a certeza que a abstenção nas próximas eleições irá aumentar susbtancialmente. Primeiro porque o descrédito dado aos políticos é tanto que já ninguém crê nas palavras proferidas, segundo porque os lideres partidários, seja de esquerda ou de direita, têm mostrado pouco trabalho. São sempre as mesmas palavras, o mesmo discurso, a mesma demagogia.
E enquanto se mantiver este nível político, dificilmente o povo regressará às urnas, seja para as autarquias seja para qualquer outra eleição.
Conhecem certamente aquela piada do cientista que arrancou as asas à mosca e a conclusão que tirou é que a mosca sem asas ficou surda.
Na nossa política passa-se mais ou menos o mesmo: o cientista da geringonça decidiu que em dia de eleições não deve haver divertimento…
Isto a mim só dá vontade de rir. E não é porque tem piada mas sim porque é muito estúpido.
Pegando na minha memória relembro que em 1987 as eleições foram a 19 de Julho. Muitos partidos acharam que não deveria ser naquele dia, tendo em conta as férias dos portugueses. Fosse por isso ou por outra coisa qualquer, ainda não profundamente explicada, a verdade é que o PSD ganhou nesse ano a sua primeira maioria absoluta.
A questão de eventos desportivos realizarem-se em dia de eleições é obviamente uma questão menor. Porque quem pretender votar fá-lo-á sem qualquer problema e não haverá evento que diminua essa intenção.
Na mesma ordem de ideias que este governo pretende implementar, em dia de eleições não devo ir à praia, ao campo, ao cinema nem sequer visitar aquele familiar que está no hospital ou simplesmente ir à missa? Será que depois de votar já posso ir?
Ora se a geringonça está mesmo preocupada com o absentismo eleitoral luso, porque não disponibiliza uma aplicação para se votar “on-line”? Seria fixe e quiçá haveria menos abstenção.
Há muito que o País deixou de ser uma verdadeira democracia, para passar a ser um estado quase ditatorial. É que é nestas ínfimas atitudes, que começamos a perceber os pequenos ditadores da nossa sociedade. Infelizmente!
No entanto há uma coisa que é certa. Este ano não irei votar porque, provavelmente, estarei a trabalhar. Posso ou tenho que fazer requerimento?