O antigo lider do PSD Marques Mendes foi o primeiro a dar a cara numa candidatura para substituir o Professor Marcelo Rebelo de Sousa. Todavia não me cheira que consiga tal desiderato não obstante ter mais ou menos seguido a cartilha do ainda PR. Falta-lhe um certo carisma.
Temos agora o senhor Ex-Almirante que depois de ter gerido com competência o grave problema da pandemia do Covid-19, caiu em desgraça no caso do navio Mondego. Outro teria resolvido esta situação de uma forma mais justa e menos explosiva. Eu sei que os militares têm um regime disciplinar próprio, mas a segurança dos militares nunca deve ser colocada em causa.
Parece que António José Seguro se quer também chegar à frente empurrado, quiçá, pelo próprio aparelho do partido, já que neste momento o PS é uma manta de retalhos e sem uma figura senatorial para chamar a si os eleitores que nas últimas eleições abandonaram o barco socialista. Conseguirá o antigo líder socialista tamanha epopeia?
Entretanto o PCP apresentará um candidato próprio, provavelmente um ilustre desconhecido e não imagino qual será a opção de BE ou do LIvre.
Posto isto assumo que nesta altura do campeonato não estou pendente para nenhum dos candidatos ou proto-candidatos. Provavelmente saudaria o regresso de Maria de Belém. Sempre me pareceu uma mulher com mais fibra e competência que outros que andaram pelo palácio com o seu próprio nome.
Por este andar votarei em branco.
E só o farei porque o Frederico Varandas não entra nestas contas!
Sem necessidade de fazer muitos exercícios políticos, toda a gente percebeu, com a hecatombe eleitoral do PS, que Pedro Nuno Santos jamais deveria ter liderado o partido.
Agora o PS irá fazer a sua travessia do deserto até encontrar alguém que consiga fazer renascer o partido fundado por Mário Soares que, quer se queira quer não, foi o pai da actual democracia.
Se alguém perdeu é porque há vencedores. Aqui diria que não há verdadeiros vencedores, mas beneficiados. Na última legislatura o PS viu-se entalado entre o PSD, com quem não desejava relações e uma esquerda com quem gostaria de estar mais ligado, mas com poucos deputados. Depois havia a tal associação de malfeitores que não sabendo as regras do jogo político, jogava conforme lhe apetecia.
Mas dos resultados de ontem uma coisa ficou esclarecida: o povo continua a ser soberano e sabe bem quem são os lideres partidários.
Há quem diga que o país virou à direita. Talvez! Mas será bom a esquerda não se esquecer o que aconteceu em 2015 com a "geringonça". Tenho quase a certeza que foi com a criação desse acordo à esquerda, esta perdeu o fôlego plasmada nos resultados da noite passada.
De vez em quando vou olhando para as notícias escritas e leio que no debate entre o x e o y ganhou este ou aquele. Como se isso fosse mesmo importante.
Será bom relembrar a muitos que o povo (que só é sábio quando vota à esquerda, estranhamente!) sabe muito bem quem são os nossos políticos. De um lado ao outro, isto é, da esquerda à direita. Portanto as eventuais vitórias em debates não valem rigorosamente nada, nada mesmo! É só publicidade e daquela enganosa!
Entretanto hoje decidi ver o debate entre o lider do PSD e o do Chega. Se eu não percebesse nada de política ficaria na mesma, pois não entendi nada do que falaram. O senhor Primeiro Ministro tentou construir desculpas para algumas acções menos conseguidas na sua governação, o líder do Chega apresentou diversas propostas perfeitamente irrealistas.
Posto isto diria que ninguém ganhou o debate até porque não são os debates que fazem abrir urgências hospitalares nem conectam um médico de família a um utente (eu, por exemplo, não tenho médico de família, mas se o tivesse também não o iria aborrecer!!!).
Os debates servem quase só para lavar alguma roupa suja que cada um tem em cima das costas, mas, repito, não resolve qualquer problema aos eleitores.
Assim vi um debate e assumo que não verei mais nenhum!
Já há resultados finais das eleições na Região Autónoma da Madeira donde resultou uma derrota do PS. Mais uma!
Dos 11 deputados eleitos em 2023 o partido de Cafôfo desceu nas eleições de hoje para 8 representantes.
A realidade madeirense é diferente da do Continente, portanto não entro naquela ideia que a 18 de Maio poderá acontecer o mesmo cá que na Pérola do Atlântico.
Todavia seria conveniente a Pedro Nuno Santos mudar um pouco os alvos da próxima campanha eleitoral, que neste momento se centram num ataque feroz a Luís Montenegro.
Já deu para perceber que o Partido Socialista perdeu há muito carisma, assertividade e capacidade de encaixe, especialmente quando perde as eleições. Depois os dirigentes socialistas parecem que ainda vivem à sombra da imagem de Mário Soares,
Nesta altura o PS não é fixe. Nada mesmo (muitos não perdoam a Costa a tal de geringonça). E estamos muito longe de saber quando voltará a ser!
Cada vez estou mais convicto de um regresso à politica activa do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Quase todos os dias PPC é referido como a pessoa de que o país necessita não obstante o próprio assumir o seu (quase) total afastamento da política.
Porém a distância entre o não actual e um sim futuro pode ser apenas de poucos meses e dependerá certamente do resultado eleitoral de Luís Montenegro nas próximas eleições, marcadas para dia 18 de Maio.
Se Montenegro conseguir um resultado minimamente confortável de maneira a formar governo mesmo com alguns apoios parlamentares (leia-se IL e CDS) a paz poderá regressar ao PSD mesmo que seja de forma quase superficial. Todavia se o resultado for mau ou menos bom obviamente que a oposição interna de Montenegro irá tentar empurrar PPC para a frente do partido.
O Chega que já percebeu que teria em Passos Coelho um aliado vai fazendo também a sua campanha e uma operação de charme de forma a mostrar-se ao ex-PM. Faz parte!
Com tudo isto perspectivo que o próximo Verão poderá ser politicamente quente. Tudo irá depender dos resultados do próximo acto eleitoral.
Creio já ter contado por estes lados o próximo episódio, mas não me canso de o reescrever até porque diz muito do que é a nossa sociedade.
Um dos meus antigos patrões chamava-se Pedro de Sousa e Holstein Beck e era irmão de D. Luís o Duque de Palmela em título. Conhecia obviamente muitas das nossas casas nobres e os seus representantes.
Um dia passou à porta da empresa da qual D. Pedro era sócio um homem idoso e mais andrajoso. Vim a saber mais tarde que aquele ancião era simplesmente o Conde de Caria, na altura dono de uma das maiores empresas de automóveis de Portugal. D. Pedro cumprimentou-o efusivamente e em tom de brincadeira perguntou-lhe:
- Então diga-me lá em quem vai votar nas próximas eleições legislativas.
A resposta veio célere
- No PS!
E sem deixar mais espaço a novas questões continuou
- Com eles a corrupção é mais barata!
Sei que me estou a repetir, mas isto aconteceu no dealbar dos anos oitenta do século passado.
Mais de quatro décadas decorridas o PS continua a comandar, nem que seja na penumbra da política, os desmandos deste país. E quando alguém pretende dar um ar diferente a Portugal logo correm em busca de outros caminhos. Umas vezes com o beneplacito de Belém outras nem por isso. Foi assim com o desaparecido PRD, com o governo de Santana Lopes, com Pedro Passos Coelho e agora com Luís Montenegro.
Dito de outra maneira o Partido do Largo do Rato tem uma visão muito tentacular do poder do país e consegue vender bem a sua "banha-da-cobra". Não o conseguiu fazer no tempo de Cavaco Silva devido às duas maiorias absolutas, pois de outra forma a história teria sido outra.
Posto isto iremos ter mais do mesmo com as eleições de Maio próximo: um bloco central sem acordo de governação e umas previsíveis e estranhas coligações (já li uma geringonça à direita) que deixaria o PS e toda a esquerda à beira de um ataque de nervos. Eu não gostaria desta solução, mas seria bem feito!
Todavia foi o PS que abriu a caixa das governações à laia de geringonças!
Poderá ser a próxima vítima do veneno que engendrou!
Na Assembleia da República andam a brincar com os eleitores tugas. Só podem. Ainda há pouco o país foi a eleições e já andam a tentar deitar o governo abaixo...
Entendo que no jogo político tudo ou quase tudo é válido para se abichar mais uns votos. Todavia pergunto se os fomentadores deste salsifré político terão a certeza dos próximos resultados? Ou será qu'isto são apenas manobras de diversão para que o povo não perceba o que vai dentro de alguns partidos.
Tanto Chega, como BE e obviamente o PS anda em lutas intestinas por causa das próximas presidenciais. Ora uma nova campanha e correspondentes eleições poderia, ou talvez não, clarificar algumas ideias para o futuro.
Para mim tanto se me dá que ganhe A ou B, pois já estou velho demais para bravatas e provavelmente não ganharei nem perderei nada com uma eventual mudança de governo.
Prevejo, no entanto, que esta brincadeira vai sair cara não só ao país mas essencialmente aos que criaram esta mais uma diversão republicana. Depois o senhor Presidente que está desejoso de largar Belém não tem coragem de chamar os lideres políticos para os avisar que as coisas, politicamente falando, poderão ficar bem pior. Se calhar até seráde propósito.
Percebo a tentação de alguns portugueses em se incluirem, de maneira permanente, na história deste país. Não falo de gente anónima - se bem que todos os anónimos portugueses farão parte da história lusa - mas de pessoas bem conhecidas da nossa sociedade que desde há uns tempos têm vindo a surgir como protocandidatos.
A maioria por iniciativa própria como é o exemplo de Marques Mendes ou António José Seguro, outros por iniciativa de eventuais apoiantes e amigos como é o caso do senhor Almirante Gouveia e Melo ou ainda de casos de figuras que são atiradas para o éter político a ver se pega. O caso mais conhecido foi da antiga Ministra da saúde, Doutora Leonor Beleza, que logo se apressou a negar. Pudera, acrescento eu... A antiga ministra é responsável por uma Fundação com provas dadas à sociedade especialmente através do Instituto Champalimaud e certamente nunca cairia nessa tentação. A verdadeira história portuguesa logo lhe fará justiça.
Sobra para além dos acima referidos Seguro e Mendes, Mário Centeno que parece também disposto a apresentar-se ao país como candidato a Belém.
Virão ainda os candidatos dos partidos mais radicais, tanto à esquerda como à direita. Mas destes quase de certeza não rezará a nossa história futura.
A contagem de espingardas para a próxima guerra eleitoral já deverá ter começado. Com as actuais figuras proeminentes diria que Seguro e Centeno não se deverão apresentar aos eleitores, já que o Almirante, se concorrer, terá a vitória quase assegurada.
Fica apenas a dúvida se Montenegro também apoiará o actual Chefe do Estada da Armada ou dará liberdade de voto ao eleitorado laranja. Uma coisa retira-se destes cenários_ o próximo Presidente da República será certamente menos afectuoso!
As próximas eleições presidênciais poderão colocar em Belém um ex-militar. Depois de nesta república termos tido Spínola, Costa Gomes e Ramalho Eanes, o ainda Chefe do Estado-Maior da Armada prepara-se para largar as vestes de marujo e vestir as túnicas de político.
A minha primeira ideia sobre este Almirante reside na maneira como coordenou a vacinação no tempo da pandemia. Mostrou ser o homem certo para a altura e só temos de o louvar e agradecer por isso.
Só que ser Presidente da República é mito mais que ser Almirante ou General. É necessário estofo político, bom-senso e cuidados especiais no degutir de alguns sapos. Demasiados (que o diga Cavaco Silva)!
E neste último item o Almirante não me pareceu bem quando naquele discurso meio inflamado tratou de fazer um aviso público às suas hostes, nomeadamente as consideradas "Especiais". É sabido que se pode e deve elogiar em publico e criticar em privado. Mas o senhor Almirante não o fez e pode ter mostrado alguma irascibilidade, coisa que se pode ter mas nunca mostrar, especialmente em público.
Dito isto... o PS continua muito dividido. Como o fez noutros sufrágios para a mesma eleição, com as consequências que todos mais ou menos conhecemos. Agora vem António José Seguro também a mostrar-se ao partido nesta pré corrida para Belém. Diria mesmo que o PS tem uma dívida enorme para com Seguro, já que este aguentou a rota do partido na fase pós-socrática. Que se plasmaria, mais tarde, na já olvidada "geringonça"!
Portanto e para concluir diria que para o lado do Largo do Rato a confusão está instalada. Vejamos o que nos oferece os próximos episódios.
Num país machista, misógino, imbecil e recheado de gente pouco esperto era natural que Donald Trump voltasse às vitórias. Kamala mostrou quase sempre estar politicamente muitos pontos acima do seu adversário.
Todavia quem votou preocupou-se com algo muito diferente e entregou o poder a alguém que não sabe... ser poder.
Politicamente será um triste e anormal retrocesso para os Estados Unidos e deste modo os eleitores irão receber as represálias por uma votação gerida através das redes sociais.
Temo o futuro do Mundo até porque Trump julga-se (estupidamente) eterno. Talvez um dia perceba que não o será. O problema é que poderá ser tarde demais!