A Eça o que é de Eça!
Se Eça de Queirós fosse vivo provavelmente não quereria ir para o Panteão quando morresse. O que já li dele nomeadamente em "As Farpas" que ele escreveu em colaboração com Ramalho Ortigão sugere-me a pouca vontade que teria em ser um dia tresladado para o túmulo dos lusos heróis.
Sei que há uma demanda em tribunal, já com a família a recorrer a uma providência Cautelar para evitar a saída, dos restos mortais do grande romancista, para Lisboa.
Em termos meramente teóricos diria que concordo com a família. Mais... quem teve esta ideia deveria, em primeiro lugar, perguntar à família se o poderia fazer. Não imagino se alguém o fez e foi assim uma decisão à revelia dos herdeiros de Eça.
E porquê Eça? Porque não Camilo ou Herculano já que Garrett também lá está? Ou quem sabe Torga ou Pessoa? Nemésio ou Júlio Pomar? Vieira da Silva ou Cutileiro? Namora ou Almada Negreiros?
Por favor deixem os defuntos em paz e sossego e quem teve esta pouco iluminada ideia seria bom que se dedicasse à pesca, mas sem que o PAN soubesse.
Este é sem dúvida um tema menor que está a ocupar demasiado tempo aos tribunais e à AR. Até porque daqui a uns anos Eça será olvidado como já foram tantos e tantos bons escritores portugueses.
Por este andar ainda um dia o José da Xá também irá para o Panteão.
Digo já que não quero! Prefiro ser "cromado"!